Bolsonaro sobre críticas de Malafaia a Motta: Não dá para resolver na pancada

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou amenizar as críticas do pastor evangélico Silas Malafaia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O ex-chefe do Executivo federal disse na quarta-feira, 9, que, por não conhecer o funcionamento do Congresso Nacional, o pastor não entende que "não dá para resolver na pancada".

Em ato pró-anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, na Avenida Paulista, em São Paulo, Malafaia disse que Motta "envergonha o honrado povo da Paraíba" por não pautar o projeto de lei para perdão dos envolvidos nos atos golpistas.

No podcast "Direto de Brasília", da Folha de Pernambuco, Jair Bolsonaro foi perguntado se Malafaia não teria sido "muito duro" com Motta, o que poderia mais prejudicar do que ajudar a causa da anistia e diminuir seu próprio valor como aliado.

Ele reconheceu que o pastor é "duro com muita gente", mas atribuiu "grande parte do movimento de São Paulo" (se referindo ao ato) a suas convocações e o descreveu como "objetivo e verdadeiro".

Além dos elogios, Bolsonaro tentou justificar as declarações do aliado. "Ele não sabe como funciona o Parlamento, com todo respeito. É um líder evangélico, cristão, psicólogo, mas não teve a vivência que eu tive de 28 anos de Parlamento, dois como vereador e quatro na Presidência. Não dá para fazer as coisas na base da pancada. Espana a rosca e não vai chegar a lugar nenhum", afirmou.

O ex-presidente também atribuiu a ofensiva de Malafaia contra Motta ao temperamento e à personalidade do líder evangélico. "Ele tem seu comportamento. Quando estou com Malafaia, eu sou bombeiro, acredite se quiser. Ele fica indignado com muita coisa", explicou.

Procurado pelo Estadão, Silas Malafaia disse que as declarações de Bolsonaro demonstram que não há "jogo combinado" entre eles. "Isso não me incomoda em nada. Mostra que nós temos maturidade, é uma opinião dele que eu respeito, mas eu sei me posicionar e tenho minhas posições, somos amigos e vamos continuar juntos, marchando. A divergência é boa, a unanimidade e subserviência a uma pessoa é burra", afirmou.

Em vídeo publicado em suas redes sociais na terça-feira, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo chamou o presidente da Câmara de "mentiroso", por ter dito que conduzirá o tema da anistia "com a serenidade que ele requer" em meio à pressão dos parlamentares bolsonaristas para que a votação seja realizada.

Motta foi acusado de pautar projetos que supostamente favoreceriam o Judiciário em vez de se voltar para a discussão do projeto de lei.

"Ele falou que é contra a urgência do projeto da anistia porque isso tensiona os Poderes da República. Mentiroso. A anistia pertence ao Congresso Nacional, não pertence ao STF, nem a Lula e seu governo. Ele está enganando o povo brasileiro", afirmou Malafaia na publicação.

Conforme a Coluna do Estadão, o plano de Motta é construir um acordo para revisão das penas fixadas para os condenados pelos atos golpistas, com o intuito de pacificar o País. A concretização envolve a escuta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, Motta e Bolsonaro se encontraram pessoalmente para tratar do "PL da Anistia".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, em publicação na Truth Social, que uma eventual decisão desfavorável da Suprema Corte sobre as tarifas de importação poderia gerar um impacto superior a US$ 3 trilhões.

Segundo Trump, o valor inclui investimentos já realizados, previstos e devoluções de recursos. "A Suprema Corte recebeu números errados. O 'desmonte', em caso de decisão negativa sobre as tarifas, seria superior a US$ 3 trilhões."

O presidente acrescentou que o país não teria como compensar uma perda dessa magnitude, classificando o cenário como um "evento de segurança nacional intransponível" e "devastador para o futuro" dos Estados Unidos.

Passageiros aéreos nos Estados Unidos devem enfrentar mais cancelamentos e atrasos nesta semana, mesmo que a paralisação do governo termine, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). A agência está ampliando os cortes de voos em 40 dos principais aeroportos do país, em meio à escassez de controladores de tráfego aéreo não remunerados há mais de um mês.

O planejamento do órgão regulador é de aumentar a redução para 6% nesta terça; 11,% na quinta, 13; e, atingir os 10% na próxima sexta, 14. Na segunda-feira, 10, as companhias aéreas cancelaram mais de 2,3 mil voos, e outros mil previstos para hoje já estavam suspensos.

O presidente norte-americano Donald Trump usou as redes sociais para pressionar os controladores a "voltarem ao trabalho agora", prometendo um bônus de US$ 10 mil aos que permaneceram em serviço e sugerindo cortar o pagamento dos que faltaram. As declarações foram criticadas por parlamentares democratas, que afirmaram que os profissionais merecem apoio, e não ameaças. O sindicato da categoria acusou o governo de usar os controladores como "peões políticos" na disputa orçamentária.

Embora o Senado tenha aprovado uma proposta para reabrir o governo, a medida ainda precisa ser votada pela Câmara. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que os cortes de voos continuarão até que os níveis de pessoal se estabilizem. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu não saber de onde virão os recursos para bancar os bônus de US$ 10 mil prometidos a controladores de voo que permaneceram trabalhando durante a paralisação do governo federal. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 10.

No mesmo dia, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para encerrar a paralisação governamental mais longa da história do país, que chegou a 41 dias. "Não sei. Vou conseguir de algum lugar. Sempre consigo dinheiro de algum lugar. Não importa", afirmou Trump em entrevista à apresentadora Laura Ingraham, da Fox News.

Mais cedo, o presidente havia proposto o pagamento dos bônus como forma de reconhecer os profissionais que não faltaram ao trabalho, mesmo sem receber salários há mais de um mês. A paralisação levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a reduzir o tráfego aéreo em 40 dos principais mercados do país.

Trump já havia redirecionado recursos de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono para garantir o pagamento de salários de militares durante a paralisação. (Com informações da Associated Press)