Bolsonaro foi o único presidente a não se reunir com papa Francisco; entenda

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o único chefe do Executivo brasileiro que não se reuniu com o Papa Francisco durante o papado do argentino à frente da Igreja Católica. Jorge Mario Bergoglio recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), quando o emedebista ainda ocupava o posto de vice, em encontros no Vaticano.

Bolsonaro divergiu do Papa Francisco sobre temas relacionados à proteção da Amazônia durante seu mandato. Em 2019, após assumir a Presidência, Bolsonaro criticou uma mensagem divulgada pelo pontífice em favor da proteção da Amazônia.

À época, o Papa Francisco escreveu: "Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. #QueridaAmazonia".

"Foi criado nesta semana um conselho que visa proteger, preservar e desenvolver nossa Amazônia, o que é muito importante, adotar medidas preventivas contra qualquer ação que não esteja de acordo com as leis brasileiras. E mostrar para o mundo que estamos preocupados com a Amazônia, a Amazônia é nossa. Não é como o Papa tuitou ontem, não, tá?", respondeu o presidente em uma live na ocasião.

Como mostrou o Estadão, o então presidente determinou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorasse o Sínodo da Amazônia, que ocorreu em 2019. O encontro de bispos em Roma teve como objetivo discutir temas ambientais.

Para integrantes do governo Bolsonaro, o evento defendia uma brecha para o papa interferir na soberania brasileira sobre a floresta, ao denunciar ausência de políticas públicas e se opor aos planos de exploração econômica, anunciados por Bolsonaro. O papa apoiava uma mobilização internacional de países e entidades, entre elas organizações não governamentais (ONGs), um dos alvos mais frequentes de ataques do ex-presidente.

Após a morte do Papa Francisco, o ex-presidente lamentou o falecimento do pontífice na madrugada desta segunda-feira, 21, aos 88 anos. Evangélico, Bolsonaro celebrou a figura do Papa aos católicos do Brasil e do mundo como "sinal de unidade, esperança e orientação moral".

"Mais que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã de valores espirituais que moldaram civilizações", disse Bolsonaro no X (antigo Twitter).

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não chegou a se reunir reservadamente com o Papa Francisco, mas participou de um encontro com um grupo de primeiras-damas latino-americanas com o chefe da Igreja Católica, em Roma, em 2019.

Lula se encontrou com Francisco três vezes

Nos 12 anos de papado de Francisco, o chefe da Igreja Católica esteve com Lula em três oportunidades. A primeira, em 2020, antes do terceiro mandato do petista, Papa Francisco esteve com Lula no Vaticano, em um encontro privado que durou cerca de uma hora.

À época, Lula publicou duas fotos do encontro nas redes sociais, informando que havia conversado com o papa sobre um "mundo mais justo e mais fraterno". Em 2019, Francisco enviou uma carta ao ex-presidente enquanto Lula ainda estava preso em Curitiba. Ele manifestou sua "proximidade espiritual" e pediu ao então ex-presidente que não desanimasse nem deixasse de confiar em Deus.

Em 2023, já em exercício na Presidência da República, Lula voltou a se reunir pessoalmente com o Papa Francisco. Eles conversaram sobre a situação política na América Latina, de acordo com comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles. Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.

A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o pontífice.

A reunião mais recente ocorreu em junho do ano passado, durante a viagem de Lula à Itália para participar do G-7. Na ocasião, os dois discutiram temas como combate à fome, paz mundial e redução das desigualdades sociais.

Dilma Rousseff foi a primeira a se reunir com o Papa Francisco

A ex-presidente Dilma Rousseff foi a primeira chefe do Executivo brasileiro a se reunir com Jorge Mario Bergoglio durante o período do argentino como papa. Dilma participou, em 2013, da missa inaugural de Francisco.

Dilma voltou a se reunir com o pontífice em julho daquele ano na primeira visita do papa ao Brasil na 28.ª Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Um ano depois, em 2014, a ex-presidente voltou a se reunir com Francisco em Roma. No encontro reservado que teve com Sua Santidade, Dilma lhe entregou uma camisa amarela do Brasil e uma bola do Mundial.

O último encontro entre os dois ocorreu no ano passado. O Papa Francisco recebeu no Vaticano a ex-presidente, já como presidente do NDB, o banco dos Brics. Em rede social, a ex-presidente disse que os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome, a transição energética e as ações necessárias para enfrentar as mudanças climáticas.

O ex-presidente Michel Temer participou da missa em Ação de Graças pela canonização do padre José de Anchieta, em 2014. A missa foi celebrada pelo Papa Francisco na Igreja de Santo Inácio de Loyola. Temer viajou a pedido da então presidente Dilma Rousseff, representando o governo brasileiro.

No ano anterior, em 2013, Temer cumpriu agenda ao lado de Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.

Em outra categoria

A ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, foi transferida de uma prisão federal na Flórida para uma penitenciária semelhante no Texas à medida que o interesse pelo caso Epstein recebeu nova atenção pública.

Segundo o Departamento Federal de Prisões declarou nesta sexta-feira, 1.º, Maxwell foi transferida para a cidade de Bryan, no Texas. A mudança foi confirmada pela defesa. Os motivos da mudança, entretanto, não foram informados por nenhuma das partes.

Maxwell foi condenada e sentenciada a 20 anos de prisão em 2021 por ajudar Epstein a abusar sexualmente de meninas e adolescentes. Ela estava sob custódia em uma prisão de segurança mínima em Tallahassee, na Flórida, até a transferência.

Nos EUA, as prisões de segurança mínima, também conhecida como campos prisionais, possuem dormitórios, uma proporção baixa de funcionário por detento e poucas cercas, às vezes inexistentes. Elas costumam abrigar detentos que o Departamento de Prisões considera de menor risco de segurança.

Uma das detentas sob custódia na prisão a que Maxwell foi levada, por exemplo, é a fundadora da Theranos, empresa de tecnologia condenada por fraude em exames de saúde, Elizabeth Holmes.

Atenção pública renovada

O caso de Maxwell tem sido objeto de atenção público crescente desde o clamor sobre a declaração do Departamento de Justiça no mês passado relacionado ao caso de Jeffrey Epstein, financista condenado por tráfico sexual nos EUA. O Departamento não liberou novos documentos da investigação, o que causou decepção entre os eleitores de Donald Trump - que havia prometido liberar os documentos durante a campanha presidencial.

Desde então, funcionários do governo se apresentam como promotores de transparência no caso, realizando solicitações aos tribunais para desclassificar transcrições do júri que condenou Epstein e Maxwell.

Na semana passada, a ex-namorada do financista prestou novo depoimento em um tribunal da Flórida durante dois dias na semana passada pelo vice procurador-geral Todd Blanche.

O Comitê de Supervisão da Câmara dos EUA disse que quer falar com Maxwell. A defesa dela afirmou esta semana que ela estaria aberta a uma entrevista, mas apenas se o painel lhe concedesse imunidade contra ação penal por qualquer coisa que ela dissesse.

O Nobel de Economia Paul Krugman alertou para um cenário político "extremamente perigoso" nos Estados Unidos, diante do enfraquecimento da economia e da queda de aprovação do presidente do país, Donald Trump. Em artigo publicado nesta segunda-feira, 4, Krugman afirma que "Trump e o movimento 'Faça a América Grande de Novo (Maga)' não têm o luxo do tempo" e que, se quiserem se manter no poder, precisarão agir de forma "rápida e descarada".

Segundo Krugman, o relatório de empregos (payroll) da última sexta-feira expôs a fragilidade da economia norte-americana sob a liderança de Trump, que reagiu à divulgação dos dados demitindo a chefe do Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS). "O que ele fará quando suas tarifas e deportações começarem a aparecer nos números da inflação?", questiona o economista.

Com base em dados privados e relatos do setor produtivo, Krugman prevê uma alta nos preços nos próximos meses, resultado direto das políticas do republicano. "As empresas, que vinham evitando repassar os custos ao consumidor na esperança de que Trump recuasse, agora se preparam para aumentar os preços", escreve.

Para Krugman, Trump pode até tentar manipular os dados oficiais, mas sem sucesso. "Mesmo que os números digam que está tudo ótimo, ninguém acreditará".

Ele argumenta que o presidente dos EUA "herdou uma economia com baixo desemprego e inflação controlada, mas agora enfrenta um mercado de trabalho em enfraquecimento e uma inflação iminente, sem ninguém além dele mesmo para culpar".

Diante disso, Krugman vê riscos reais à democracia. "Isso infelizmente não significa que eles não possam demolir a democracia. Significa que terão de fazê-lo de forma rápida e descarada."

O economista cita tentativas republicanas de interferir nas eleições legislativas, com ações como restrições ao voto por correspondência, muito usado por democratas. "Grande parte disso é claramente inconstitucional, mas isso não significa que não vá acontecer. Se o autoritarismo vier aos EUA, não conte que será brando."

Uma mulher foi presa no domingo, 3, sob a acusação de negligência infantil depois que um motorista de ônibus encontrou uma menina de 2 anos viva dentro de uma mala que estava guardada no compartimento de bagagem do veículo, na Nova Zelândia. O motorista do ônibus percebeu um movimento dentro da bolsa durante uma parada planejada no assentamento de Kaiwaka, ao norte de Auckland, após um passageiro pedir acesso ao compartimento de bagagem, disse o detetive inspetor Simon Harrison em um comunicado.

Quando o motorista abriu a mala, eles descobriram a menina de 2 anos, que estava muito quente, mas parecia fisicamente ilesa, disse Harrison. As autoridades não divulgaram o tempo que a criança ficou no compartimento de bagagem nem entre quais cidades o ônibus estava viajando. A criança foi levada a um hospital, onde permaneceu na noite de domingo. A neozelandesa presa foi acusada de negligência infantil e deve comparecer ao tribunal nesta segunda-feira, 4. Seu nome não foi divulgado pelas autoridades.

A empresa de ônibus InterCity confirmou à imprensa da Nova Zelândia que o episódio envolveu um de seus veículos. A empresa não cobra passagem para crianças menores de 3 anos, que podem viajar gratuitamente no colo de um adulto. (Com informações da Associated Press)

* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.