Lula aceita nova indicação de Alcolumbre e presidente da Telebras vai assumir Ministério

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou a nova indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para substituir Juscelino Filho no Ministério das Comunicações. O atual presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, vai assumir o cargo, segundo apurou o Estadão/Broadcast. O nome foi apresentado ao governo petista após o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA) ter rejeitado o convite do presidente Lula para chefiar a pasta.

 

A indicação de Siqueira Filho foi endossada pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda. O novo indicado é descrito como um nome próximo ao senador Efraim Filho (União-PB) e de perfil técnico, por já ter trabalhado na operadora Oi, e não filiado ao União Brasil. Por conta disso, o governo avalia que a indicação facilitaria a construção de consenso e evitaria a indefinição que aconteceu com Pedro Lucas.

 

Alcolumbre foi escalado para ser o principal interlocutor em torno da indicação do ministro das Comunicações. Ele já tem como ministro de sua cota o chefe da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Integrantes do partido afirmam que a decisão de Alcolumbre foi apresentar ao presidente Lula o nome de um técnico, e não de um político de carreira, para ocupar a pasta. Pela lei eleitoral vigente, todos que pretendem ser candidatos no ano que vem precisarão deixar os cargos seis meses antes da eleição (ou seja, em abril do ano que vem).

 

A escolha de Alcolumbre por Frederico Siqueira Filho ocorreu após conversas entre o presidente do Senado e o presidente do União Brasil. O senador também teve uma conversa privada nesta quarta-feira, 23, com o presidente Lula.

 

Desde o início do governo, o União Brasil vive uma constante contradição entre se considerar uma sigla governista ou independente. Criada a partir de duas legendas de direita - o DEM, que já foi PFL e nasceu de um braço da Arena, partido de sustentação da ditadura militar, e o PSL, partido que abrigou Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 -, a legenda conta com ministros na Esplanada, mas uma bancada com parlamentares historicamente antipetistas.

 

Segundo congressistas da legenda ouvidos pelo Estadão/Broadcast, a indicação do atual presidente da Telebras para o Ministério das Comunicações não deve mudar a correlação de forças na bancada em favor do governo. Parlamentares argumentam que o formato de articulação política está esgotado e que a bancada vai continuar votando em favor apenas daquilo que considerar "o melhor para o País".

 

Nos bastidores, deputados afirmam que Rueda ficou incomodado por não ter sido chamado por Lula para a negociação do espaço do União na Esplanada dos Ministérios. Com outros partidos, o posicionamento do governo teria sido o de chamar os respectivos presidentes para a mesa de conversas.

 

O nome de Pedro Lucas foi patrocinado por Alcolumbre, mas retido pela bancada de deputados, que temia uma guerra pela eleição de um novo líder na Câmara. Com a decisão de Pedro Lucas de permanecer na liderança, fica desfeita a possibilidade de que Juscelino Filho o substituísse. Juscelino deixou a pasta das Comunicações por ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de corrupção, mas ele nega.

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As companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram mais de 2,7 mil voos no domingo, 9, em meio à paralisação do governo e à escassez de controladores de tráfego aéreo, que estão sem receber salários há quase um mês.

O secretário de Transporte americano, Sean Duffy, alertou que o tráfego aéreo no país poderá ser "drasticamente reduzido" se a paralisação se estender até o feriado de Ação de Graças, no fim do mês. Duffy disse que a redução de voos poderá chegar a 20% caso os controladores deixem de receber o segundo pagamento consecutivo.

Segundo a plataforma FlightAware, houve ainda quase 10 mil atrasos neste domingo, além de 1,5 mil cancelamentos no sábado, 8, e mil na sexta-feira, 7. O Aeroporto de Atlanta registrou o maior número de cancelamentos, seguido pelo terminal de Chicago.

Duffy afirmou que até "15 a 20 controladores por dia estão se aposentando" e revelou que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, ofereceu controladores militares para apoiar o sistema civil, embora não esteja claro se eles são certificados para a função.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.