Janones copia Nikolas para defender governo Lula sobre fraude no INSS

Política
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O deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou nesta quinta-feira, 24, um vídeo para defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A gravação tem modelo parecido com o popularizado por Nikolas Ferreira (PL-MG) no início do ano. Na publicação, o parlamentar do Avante acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de montar uma "quadrilha" dentro do instituto, em 2019, viabilizando o esquema de corrupção.

No vídeo, Janones adota uma estética semelhante à utilizada por Nikolas em uma gravação que viralizou sobre uma mudança na fiscalização do Pix pela Receita Federal - medida revogada pelo governo Lula após a repercussão negativa do caso.

Janones também gravou as imagens usando uma camisa preta, com um fundo de cor neutra e, na edição, inseriu uma música ambiente e imagens.

No vídeo, o deputado afirma que os investigados na Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira, 23, pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), pertencem a uma "quadrilha montada por Jair Bolsonaro lá em 2019 dentro do INSS".

"Quando Bolsonaro virou presidente, uma quadrilha começou a roubar o dinheiro dos aposentados. E o Lula, quando se candidatou, prometeu que se eleito, ninguém tocaria no dinheiro sagrado dessas pessoas. Lula venceu, tomou posse e já no seu primeiro dia de governo, ele cumpre a promessa. Ele aciona a Polícia Federal e manda investigar tudo", afirmou Janones.

Segundo a CGU e o Ministério da Justiça, os descontos nos proventos de aposentados e pensionistas começaram a ser aplicados em 2016, mas escalaram entre 2023 e 2024.

A PF afirmou que associações e sindicatos firmavam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS, o que permitia a dedução direta em folha de pagamento dos beneficiários do instituto. Em muitos casos, porém, a autorização para esse desconto era obtida de maneira fraudulenta.

Uma das entidades investigadas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), reuniu-se com o presidente Lula e ao menos seis ministros no último ano. A entidade foi recebida no Planalto em abril de 2024 para entregar reivindicações diretamente ao presidente, o que não ocorria havia sete anos.

"Teve busca, teve apreensão, teve afastamento e vai ter prisão sim, doa a quem doer. Foi Bolsonaro quem roubou os aposentados e pensionistas. E quem tiver vergonha na cara, para de fingir o contrário, porque defender aposentados e pensionistas é uma questão de justiça", afirmou Janones no vídeo.

Alessandro Stefanutto, exonerado da presidência INSS, havia sido nomeado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em julho de 2023 para suceder Glauco Wamburg, demitido por Lula por suspeitas de irregularidades. Stefanutto foi alvo de buscas na operação, e segundo a PF, houve falta de efetividade em combater fraudes que podem alcançar R$ 8 bilhões em valores desviados de aposentados e pensionistas.

Erika Hilton também gravou vídeo com mesma estética

O vídeo que inspirou Janones, feito pelo deputado federal Nikolas Ferreira, alcançou mais de 170 milhões de visualizações apenas no dia de sua publicação, em 14 de janeiro de 2025.

Na publicação, o deputado fez especulações sobre a possibilidade de taxação no Pix, lembrando de promessas não cumpridas pelo governo Lula no passado. "Não, o Pix não será taxado. Mas é bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, foi. Não teria sigilo, mas teve. Você ia ser isento do Imposto de Renda, não será mais", disse. "Qual o objetivo real dessas medidas? Arrecadar mais impostos, tirar dinheiro do seu bolso."

Já um vídeo-resposta, publicado pela também deputada Erika Hilton (PSOL-SP), em 18 de janeiro, rebateu as críticas do parlamentar à fiscalização do Pix.

A parlamentar adotou estética semelhante à utilizada por Nikolas e argumentou que a medida do governo federal tinha o objetivo de garantir maior transparência e coibir irregularidades no sistema.

Erika Hilton acusou a extrema direita de disseminar informações falsas sobre o tema em uma estratégia para desinformar a população. "Quem sempre defendeu a taxação do Pix foi o ex-ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Ele sempre falou sobre taxar o Pix."

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Um grupo formado por cerca de 600 ex-funcionários de alto escalão do governo israelense, incluindo ex-diretores do Mossad, da agência de segurança interna Shin Bet, do exército e do corpo diplomático, pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que pressione o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu a encerrar a guerra na Faixa de Gaza. A solicitação foi feita em uma carta aberta divulgada nesta segunda-feira, 4, pelo movimento batizado de Comandantes pela Segurança de Israel (CIS).

"Sua credibilidade junto à maioria dos israelenses aumenta sua capacidade de orientar o premiê na direção correta: acabar com a guerra, devolver os reféns, pôr fim ao sofrimento", diz o documento, que teve entre os signatários três ex-chefes do Mossad, cinco ex-diretores do Shin Bet e três ex-chefes do Estado-Maior das forças armadas.

Em vídeo, Ami Ayalon, ex-diretor do Shin Bet, aparece em uma mesa ao lado de várias outras figuras do aparato de segurança de Israel. Ele afirma que o conflito já ultrapassou os limites de uma "guerra justa" e agora ameaça "a identidade moral do Estado de Israel".

A gravação, divulgada pela rádio do exército no X, afirma que os ex-comandantes acumulam "mais de mil anos de experiência combinada em segurança nacional e diplomacia" e participaram dos processos decisórios mais sensíveis da história recente do país.

Objetivos

O CIS pede que Trump atue de forma semelhante à que atuou no Líbano, quando interveio politicamente para conter a crise afirmando que "é hora de fazer o mesmo em Gaza". Segundo o texto, os dois principais objetivos militares da guerra - desmantelar o Hamas e sua estrutura militar - já foram atingidos. "O terceiro objetivo, e o mais importante, só pode ser alcançado por meio de um acordo: trazer todos os reféns de volta para casa", afirma a carta.

"Estamos à beira da derrota", disse Tamir Pardo, ex-chefe do Mossad, ressaltando que as condições humanitárias em Gaza são "resultado direto das ações de Israel". "Nós nos escondemos por trás de uma mentira que nós mesmos criamos. Essa mentira foi vendida ao povo israelense. Mas o mundo já entendeu que ela não corresponde à realidade." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estatal chilena Codelco anunciou que contratará uma auditoria internacional para investigar as causas do desabamento ocorrido na última quinta-feira, 31, na mina El Teniente, no Chile, que resultou na morte de seis trabalhadores.

"Essa comissão investigadora, com especialistas internacionais, se reportará diretamente ao conselho da empresa e nos ajudará a determinar o que fizemos de errado", afirmou Máximo Pacheco, presidente do conselho da Codelco.

O anúncio da nova investigação veio horas depois de os socorristas encontrarem o corpo da última vítima desaparecida, Moisés Esteban Pávez, segundo informou o promotor regional de O'Higgins, Aquiles Cubillos. A área do desabamento foi interditada para facilitar os trabalhos periciais.

O presidente Gabriel Boric retornou ao local pela segunda vez consecutiva e decretou luto nacional de três dias. "É necessário ter total objetividade e evitar qualquer tipo de defesa corporativa para que possamos apurar não apenas o que aconteceu, mas também as responsabilidades pelo ocorrido. Tem que haver justiça", declarou o mandatário chileno.

Os corpos dos últimos trabalhadores que permaneciam dentro da mina foram recuperados por volta do meio-dia de domingo, 3, após os restos mortais de outra das vítimas terem sido localizados no dia anterior.

Alex Araya Acevedo, Carlos Andrés Arancibia Valenzuela, Gonzalo Ignacio Núñez Caroca, Moisés Pavez e Jean Miranda são as vítimas que se juntam a Paulo Marín Tapia, o primeiro trabalhador encontrado morto.

O funeral de Marín Tapia ocorreu no domingo, 3, a poucos metros da área de busca, onde centenas de pessoas se reuniram e montaram um altar improvisado com velas, bandeiras e cartazes.

Todos os trabalhadores atuavam no Projeto Andesita, um setor com 25 quilômetros de túneis e 85 pontos de extração dentro da mina El Teniente - a maior mina de cobre do mundo.

As autoridades locais de prevenção e resposta a desastres informaram que o acidente foi causado por um "desabamento provocado por um sismo na área", na comuna de Machalí, região de O'Higgins, a cerca de 100 quilômetros de Santiago.

No entanto, as investigações ainda buscam determinar se o tremor foi causado por atividade sísmica natural - um terremoto de magnitude 4,2 registrado na região na tarde de quinta-feira - ou pelas operações internas da própria mina. O Ministério Público confirmou a abertura de uma investigação.

O presidente Boric esteve no local no sábado, 2, para conversar com os familiares das vítimas e acompanhar os trabalhos de busca, junto com ministros do governo, promotores regionais e membros da Polícia de Investigações.

Cerca de 500 trabalhadores que atuavam no setor foram retirados após o acidente. Outros 2.500 empregados do complexo também foram levados a abrigos após a ativação dos protocolos de emergência.

O Chile é conhecido por sua forte atividade mineradora e abriga algumas das maiores reservas de cobre e lítio do planeta, além de extrair ouro, prata, ferro e chumbo. Apesar disso, acidentes em minas não são incomuns, muitas vezes provocados pelos frequentes tremores de terra no país.

Em fevereiro deste ano, um desabamento em uma mina subterrânea na região do Atacama, ao norte do país, deixou três mortos. E em 2010, o Chile protagonizou um dos resgates mais marcantes de sua história, quando 33 mineiros ficaram soterrados por mais de dois meses na mina San José - um caso que ganhou repercussão mundial.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

O presidente da Argentina, Javier Milei, vetou na segunda-feira, 4, uma tentativa de aumentar os gastos com pensões no país e uma lei que expande as proteções para pessoas com deficiência, dizendo que a lei teria minado sua promessa principal de eliminar o déficit fiscal crônico antes das eleições de meio de mandato em outubro.

Ao publicar as justificativas de veto, o governo de Milei disse que o Congresso aprovou no mês passado os projetos de lei de gastos - destinados a compensar mais completamente os aposentados pela inflação e oferecer mais benefícios financeiros para pessoas com deficiência - "sem determinar a origem dos fundos". Ele disse que os projetos "contradiziam o mandato popular (de Milei)" de reduzir a inflação.

Desde que assumiu o poder no final de 2023, Milei vetou todos os esforços para aumentar os gastos públicos, frequentemente usando o slogan "não há dinheiro" contra as demandas da população para que ele restaurasse os subsídios. O governo projeta que os gastos adicionais, incluindo um aumento de 7,2% nas pensões, representarão cerca de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 1,68% no próximo.