2ª Turma decide que julgará suspeição de Moro nesta terça-feira

Política
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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu - por 4 a 1 - retomar nesta terça-feira o julgamento que discute a atuação do ex-juiz federal Sérgio Moro ao condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá. O relator da Operação Lava Jato no STF, Edson Fachin, tentou adiar a análise do caso, mas acabou derrotado pelo colegiado. O placar escancara o isolamento de Fachin entre os colegas. Agora, os ministros vão efetivamente reiniciar a discussão sobre o papel de Moro na Lava Jato, o que pode levar à anulação das provas colhidas pelo ex-juiz na Lava Jato.

Ao argumentar em favor do julgamento do caso, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações de Lula não esvazia o papel da Segunda Turma em analisar a suspeição de Moro. "É o cachorro que abana o rabo e não o rabo que abana o cachorro", disse Gilmar, responsável por pautar o caso nesta terça-feira, após ter pedido vista (mais tempo de análise) do processo ainda em dezembro de 2018.

O ministro Kassio Nunes Marques ressaltou que a decisão de Fachin que anulou as condenações de Lula ainda precisa ser confirmada pelo plenário do STF. Por isso, não há motivo para que a Segunda Turma não discuta a suspeição de Moro. "Trata de saber se as provas que foram colhidas pelo ex-juiz Sergio Moro são válidas ou não", disse Nunes Marques.

"A comunidade jurídica aguarda o pronunciamento da Segunda Turma", afirmou o ministro Ricardo Lewandowski. "O que me preocupa mais aqui para que a gente tenha uma decisão ou um julgamento é que esse processo teve início há mais de dois anos e está suspenso por um pedido de vista. Então eu me encontro habilitada a participar do julgamento e a votar e, com todas as vênias então do ministro Fachin, neste caso tenho legítimo que haja a continuidade", argumentou a ministra Cármen Lúcia, deixando Fachin isolado.

Após a ofensiva de Gilmar Mendes, que incluiu o caso para julgamento nesta terça-feira, Fachin deu um novo despacho, indicando o adiamento do julgamento. Gilmar é presidente da Segunda Turma; Fachin, o relator do caso. No início da sessão, o representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) no julgamento - o subprocurador Juliano Baiocchi - também pediu que o caso não fosse examinado hoje. A maioria da Turma, no entanto, ficou do lado de Gilmar.

Em resposta a Fachin, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirmou que o memorial apresentado hoje pela defesa do ex-presidente não traz fatos novos, por isso não seria motivo para o adiamento do caso. "Memorial aportados fazem referência a reportagens de conhecimento público e notório", disse.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.