Quem é Daniel Pardim, empresário preso na CPI das Bets no Senado?

Política
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O empresário Daniel Pardim Tavares Gonçalves foi preso em flagrante nesta terça-feira, 29, sob a acusação de prestar falso testemunho à CPI das Bets do Senado Federal. Durante depoimento, o empresário foi questionado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se conhecia a advogada Adélia Soares. Pardim respondeu que não a conhecia e, momentos depois, teve a prisão decretada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI.

Os senadores avaliaram ser improvável que Pardim não conhecesse Adélia, pois ambos são representantes da empresa Peach Blossom. A firma é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por disponibilizar jogos ilegais no País.

A defesa de Pardim qualificou a prisão como "ilegal" e "arbitrária". Ele foi detido e liberado durante a noite após o pagamento de uma fiança no valor de um salário mínimo. Ao Estadão, o advogado Lucas Monteiro Faria reiterou que Daniel não conhece Adélia.

Daniel Pardim é empresário e cozinheiro. Desde 2016, é proprietário de uma loja de massas artesanais de Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Desde 2020, o nome de Pardim também consta como sócio do "Boteco do Barba", também localizado em Sapopemba. Embora o registro da lanchonete esteja ativo, o local não está em funcionamento.

Em 14 de junho de 2024, o cozinheiro fundou duas empresas em um só dia. Uma das firmas criadas foi a Peach Blossom River Technology, de capital social de R$ 100 mil. A Peach Blossom é a representante no Brasil da empresa Playflow. Segundo uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, a Playflow contribuiu para que um grupo da China operasse jogos ilegais no Brasil.

A Playflow está sediada no Reino Unido e foi fundada pela brasileira Adélia de Jesus Soares. Ela é advogada da influenciadora Deolane Bezerra, também investigada por operar jogos ilegais no País. Adélia também participou da edição de 2016 do Big Brother Brasil, da TV Globo. Ela permaneceu 49 dias no programa e foi a sexta eliminada do reality show.

As investigações da CPI apontam que Pardim seria um "laranja" de Adélia. Ao ser questionado sobre a advogada, Daniel Pardim foi instruído por seu advogado a dizer que não a conhecia. Ocorre que Daniel e Adélia constam como representantes da "Peach Blossom R", uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Além disso, Adélia e a esposa de Daniel, a contadora Leila Pardim, seguem-se mutuamente no Instagram.

A CPI das Bets acabaria nesta quarta-feira, 30. Os membros do colegiado pediram mais 130 dias de funcionamento, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), concedeu uma sobrevida de 45 dias à comissão.

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As tensões entre China e Japão voltaram a aumentar após declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que classificou um eventual ataque chinês a Taiwan como uma "situação de crise existencial" para o Japão, o que poderia justificar o uso de força. A fala de sexta-feira no Parlamento foi interpretada como um desvio da linha tradicional de Tóquio e levou Pequim a apresentar uma "séria representação diplomática".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Lin Jian afirmou que Takaichi "fez declarações errôneas sobre Taiwan, insinuando a possibilidade de intervenção militar no Estreito de Taiwan". Segundo ele, as palavras da líder japonesa "constituem uma grosseira interferência nos assuntos internos da China" e "violam gravemente o princípio de Uma Só China e os compromissos políticos assumidos por Tóquio". Lin questionou ainda: "O Japão está tentando desafiar os interesses centrais da China e obstruir a grande causa da reunificação nacional?".

A tensão aumentou após o cônsul-geral chinês em Osaka, Xue Jian, publicar - e depois apagar - uma mensagem no X. "Não temos escolha a não ser cortar aquele pescoço sujo que se lançou sobre nós. Estão prontos?", escreveu. O chefe de gabinete japonês, Minoru Kihara, classificou o comentário como "extremamente inapropriado" e informou que o governo "apresentou um forte protesto" a Pequim.

Lin reiterou que Taiwan é parte da China e que a questão da ilha é um assunto puramente interno, que não admite interferência externa. Ele também advertiu que as tentativas de Tóquio de se alinhar a políticos europeus e taiwaneses representam "um desafio à ordem internacional do pós-guerra" e "um grave dano às relações sino-japonesas".

"China será reunificada - e certamente será reunificada", disse Lin. "Exortamos o Japão a cessar imediatamente a interferência, parar de provocar e não seguir cada vez mais pelo caminho errado", concluiu o porta-voz.

*Com informações da Associated Press.

O governo de Donald Trump voltou à Suprema Corte nesta segunda-feira, 10, para tentar manter congelados os pagamentos integrais do programa federal de assistência alimentar (SNAP, na sigla em inglês) enquanto o governo dos Estados Unidos segue paralisado.

O pedido é o mais recente em uma série de disputas judiciais sobre como deve operar o programa que ajuda 42 milhões de americanos a comprar alimentos durante o shutdown. Cortes inferiores já haviam ordenado o repasse integral, e o procurador-geral D. John Sauer confirmou que o governo quer suspender essas decisões, embora tenha citado relatos de que o Congresso pode encerrar o impasse com um acordo que inclua recursos para o SNAP.

Os Estados seguem em dúvida sobre se podem - ou devem - pagar o benefício integral. No fim de semana, o governo exigiu que revertessem pagamentos feitos após decisão que autorizou o repasse total e antes de uma suspensão temporária da Suprema Corte. "O governo cruzou os braços por quase um mês, enquanto pessoas que dependem do SNAP ficaram sem benefícios", criticou a juíza Julie Rikleman, da Corte de Apelações de Boston.

A Suprema Corte manteve até agora o congelamento e deve decidir nesta terça-feira se o estende. O Congresso também pode aprovar um pacote que reabasteça os fundos e reembolse os Estados que usaram recursos próprios.

Alguns alertam para "perturbações operacionais catastróficas" caso não sejam reembolsados, enquanto outros recorrem a fundos estaduais. "Os atrasos aprofundam o sofrimento de crianças, idosos e famílias trabalhadoras", disse Diane Yentel, do Conselho Nacional de Organizações Sem Fins Lucrativos.

O governo Trump alega que a ordem para pagar o benefício integral viola a Constituição por interferir nos poderes orçamentários dos outros ramos. Em Connecticut, o governador Ned Lamont prometeu não reter os valores já pagos: "Estamos do lado das famílias que dependem deles para comer." Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou nesta segunda-feira, 10, sua conta na Truth Social para exigir que todos os controladores de tráfego aéreo voltem ao trabalho imediatamente, em meio ao shutdown do governo federal. Na publicação, Trump ameaçou punir os servidores que permanecerem afastados, afirmando que "qualquer um que não o fizer terá o salário substancialmente reduzido (docked, no termo em inglês)".

Ele também prometeu recompensar aqueles que continuaram trabalhando durante o que chamou de "paralisação democrata". Segundo ele, os controladores que foram "GRANDES PATRIOTAS e não tiraram NENHUM DIA DE FOLGA" receberão um bônus de US$ 10 mil.

Trump criticou ainda os funcionários que aderiram à paralisação. "Não estou FELIZ com vocês", escreveu. "Vocês não ajudaram os EUA contra o FALSO ATAQUE DEMOCRATA que só quis ferir nosso país."

Ele acrescentou que esses trabalhadores terão "uma marca negativa" em seus registros e que, caso queiram deixar o serviço, "não hesitem em fazê-lo, sem pagamento ou indenização de qualquer tipo".

O presidente dos EUA concluiu exaltando os que permaneceram em serviço: "Deus abençoe vocês - não conseguirei enviar seu dinheiro rápido o suficiente!", e ordenou: "A todos os outros, APRESENTEM-SE AO TRABALHO IMEDIATAMENTE."

O comentário de Trump ocorre em meio a uma crise crescente no setor aéreo dos Estados Unidos. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) reduziu o número de voos após parte dos controladores, sem salário há semanas, deixar de comparecer ao trabalho.

Segundo o Departamento de Transporte, os cortes devem chegar a 10% dos voos nos principais aeroportos até o fim da semana, e só serão revertidos quando as métricas de segurança melhorarem.