Gleisi e bancada do PT defendem Moraes após ameaça de sanção dos EUA

Política
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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), defenderam nesta quarta-feira, 21, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado pode ser alvo de sanção do governo de Donald Trump, segundo o chefe do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.

No X (antigo Twitter), Gleisi avaliou como "vergonhosa" a possível ação do governo dos EUA, considerando a investida uma "conspiração de (Jair) Bolsonaro com a extrema-direita dos EUA, em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil". A ministra ainda afirmou que a ameaça do secretário de Estado do país a Alexandre de Moraes merece repúdio.

O deputado federal Lindbergh Farias emitiu uma nota em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara defendendo a atuação de Alexandre de Moraes e repudiando a declaração de Marco Rubio.

"Reafirmamos nosso repúdio a qualquer tentativa de interferência externa em assuntos internos do País, especialmente quando se trata de decisões judiciais que visam proteger o Estado Democrático de Direito", diz a nota.

O petista diz ainda que não será admitida qualquer forma de submissão ou ingerência estrangeira no ordenamento jurídico brasileiro. "Nosso compromisso é com um país justo, democrático e soberano, onde o povo decida seu destino sem interferências externas."

Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes americana, Marco Rubio afirmou que "há uma grande possibilidade" de o ministro Alexandre de Moraes ser alvo de sanções por parte do governo de Trump.

Na audiência, o deputado republicano Cory Lee Mills acusou o STF de "perseguir a oposição, incluindo jornalistas e cidadãos comuns". Segundo o parlamentar, "o que estão fazendo agora é uma iminente prisão politicamente motivada do ex-presidente (Jair) Bolsonaro".

"Essa repressão se estende além das fronteiras do Brasil, impactando indivíduos em solo norte-americano. O que você pretende fazer, e você consideraria sanções ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, sob a Lei Global Magnitsky?", questionou.

"Isso está sob análise neste momento e há uma grande possibilidade de que isso aconteça", afirmou o secretário do governo Trump.

O vídeo da sessão na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos foi compartilhado no X pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando no país. O filho do ex-presidente comemorou a manifestação do secretário.

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Os ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã ocorreram a meio mundo de distância da Coreia do Norte. Mas, para o ditador Kim Jong Un, os ataques foram uma lição clara: as armas nucleares são cruciais para sua sobrevivência.

Os ataques americanos e israelenses provavelmente reforçaram para Kim a interligação das armas nucleares de seu país com o destino de seu regime.

Como tal, os ataques potencialmente fortaleceram sua determinação de manter - e expandir - seu arsenal nuclear como um impedimento a qualquer ataque à Coreia do Norte, dizem especialistas em segurança. Kim pode apontar para outros países, como Iraque, Líbia e Síria, cujas ambições nucleares incitaram ataques militares com o objetivo de impedi-los de desenvolver armas atômicas.

Agora, o ataque dos EUA ao Irã pode complicar quaisquer futuras negociações de desnuclearização com Washington - negociações que o regime norte-coreano vem rejeitando há anos.

Nos últimos anos, a Coreia do Norte intensificou seu programa nuclear. Kim, que chamou as armas nucleares de "poderosa e preciosa espada" da nação, pressionou em setembro de 2022 para adicionar uma cláusula à doutrina nuclear do país permitindo ataques preventivos pela primeira vez.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, afirmou que ainda não há decisão sobre retomar as negociações diplomáticas com os Estados Unidos e Israel, e que isso dependerá do momento e da conveniência. "Não estou dizendo que devemos, necessariamente, entrar em negociações. Às vezes, as circunstâncias exigem que não negociemos. Outras vezes, que a negociação seja adiada", declarou.

"Não houve qualquer acordo ou acerto para a retomada das negociações. Não há plano nem fundamento algum para negociar, e nenhum compromisso foi firmado", acrescentou. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia dito que conversaria com o Irã na próxima semana. Segundo Araghchi, qualquer eventual retorno ao diálogo será decidido com base em critérios estratégicos. "Se os nossos interesses exigirem, voltaremos a negociar", disse, em entrevista à imprensa iraniana.

Araghchi explicou que havia uma diretriz clara da liderança iraniana. "Se o inimigo cessasse suas ações, o Irã também encerraria suas respostas." O ministro alertou, no entanto, que Israel tem um "longo histórico de violações de cessar-fogo". "Eles anunciam um cessar-fogo, mas acham que o lado oposto está fraco e então eles mesmos o violam, tentando impedir a resposta da outra parte", disse.

Na quinta rodada de negociações indiretas, os EUA apresentaram uma proposta distante das exigências do Irã, considerada "inaceitável" por Araghchi. O Irã planejava apresentar uma contraproposta e deixou claro que qualquer acordo precisa garantir "a continuidade do enriquecimento de urânio" e "o fim das sanções", podendo incluir também o compromisso iraniano de não buscar armas nucleares, "alinhado" aos seus princípios e valores, disse o ministro.

O governo americano aprovou recursos para operações de ajuda em Gaza, informou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tommy Pigott, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira, 26.

Os EUA aprovaram US$ 30 milhões para a Fundação Humanitária de Gaza, um grupo de ajuda humanitária, mesmo após notícias de mortes próximas de locais de distribuição de comida. O porta-voz exortou ainda que outros países apoiem a fundação.

Pigott disse que o acordo para ampliar os gastos em defesa na esfera dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma mudança em décadas.

Na coletiva, Pigott anunciou ainda que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, participará nesta sexta, 27, da assinatura de uma declaração de paz entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda no Departamento de Estado.

Rubio também receberá, na próxima semana, representantes do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na sigla em inglês), uma parceira diplomática entre Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos. O grupo tem o propósito de defender uma região do Indo-Pacífico livre e aberta.