Justiça de SP nega indenização a Datena por acusação de Marçal em debate

Política
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A Justiça de São Paulo rejeitou, na terça-feira, 20, um pedido de indenização por danos morais movido pelo apresentador de TV José Luiz Datena contra o influenciador Pablo Marçal (PRTB). O processo se refere à ocasião em que, durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo, o influenciador insinuou, sem qualquer prova, que o jornalista poderia ser um estuprador. A decisão ainda permite recurso. Datena não se manifestou.

"Tem alguém aqui que é jack, e está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual, e essa pessoa é o 'Dá Pena', (em referência a Datena). Eu queria que você pedisse perdão para as mulheres sobre o processo que corre", declarou Marçal durante um debate entre candidatos à Prefeitura, transmitido pela TV Cultura, em setembro do ano passado.

Datena processou Marçal pelo uso da expressão "jack", que seria uma gíria usada no sistema prisional para designar detentos condenados por crimes sexuais. O influenciador afirmou que Datena enfrentava uma acusação de assédio e chegou a questioná-lo publicamente sobre um suposto contato físico com a vítima. Na ocasião, o comentário resultou em uma agressão física: Datena acertou uma cadeirada em Marçal.

O juiz Alexander Roisin, da 14ª Vara Cível de São Paulo, considerou que Marçal não chegou a acusar Datena diretamente de estupro, apenas mencionou o tema durante o debate eleitoral.

"Embora cheio de ironia, o período não afirma que o autor é estuprador, sobretudo porque a questão direta é de assédio e o público em geral não sabe a diferença de assédio, estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, ato obsceno etc. No senso comum, tudo é estupro", argumentou Roisin.

Datena solicitava uma compensação de R$ 100 mil, alegando que os comentários de Marçal configuravam um ataque à sua honra. Em sua defesa, o candidato do PRTB afirmou que suas declarações estavam dentro dos limites da liberdade de expressão no contexto político. A defesa de Marçal também sustentou que o tema abordado era de interesse público, especialmente por se tratar de um processo eleitoral.

Para o juiz, a pergunta feita por Marçal, relacionada ao suposto assédio, não teve potencial ofensivo no contexto em que foi feita: "A pergunta sobre o toque nas partes pudendas de terceiro não tem capacidade ofensiva. A pergunta sem afirmações contidas nela não é capaz de gerar dano algum (perguntas sem conteúdo afirmativo são neutras). Em suma, não negando a existência da acusação [...] não há inveracidade capaz de levar à procedência do pedido."

Como mostrado pelo Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do Estadão, Datena chegou a ser acusado de assédio sexual, não de estupro. O episódio citado por Marçal diz respeito a um processo arquivado em 2019, em que o apresentador foi acusado de assédio sexual por Bruna Drews, ex-repórter do Brasil Urgente, da Band. Drews declarou, em entrevistas, que Datena teria se masturbado pensando nela. Ele também teria dito que seria "um desperdício" ela se relacionar com outra mulher e que ela não havia "conhecido o homem certo".

Por outro lado, Marçal também entrou com uma ação contra o apresentador, em setembro de 2024, exigindo os mesmos R$ 100 mil, desta vez pela agressão com a cadeira.

Na petição inicial do processo, a qual o Estadão teve acesso, a equipe jurídica de Marçal classifica o episódio como "atentado à liberdade de expressão e ao direito de participação democrática". No documento, relata-se que, pela repercussão que o episódio alcançou, Marçal sofreu "constrangimento e humilhação pública", além dos danos físicos.

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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a instruiu as Forças Defesa do país (IDF) a criou "plano de execução" para conter ameaças futuras do Irã, dias após os dois países terem firmado um cessar-fogo no conflito de 12 dias. Em publicação no X, ele disse que o plano incluía manter a superioridade aérea israelense, impedir o avanço nuclear e a produção de mísseis, e responder Teerã por "apoiar atividades terroristas contra o Estado de Israel".

"Trabalharemos regularmente para frustrar ameaças desse tipo. Sugiro que o chefe de Teerã entenda e tome cuidado: depois de 7 de outubro, a imunidade acabou", ameaçou o ministro de Israel.

Na postagem, Katz diz que Israel frustrou a infraestrutura nuclear iraniana e agradeceu aos aliados americanos "pela assistência". "Destruímos os sistemas de produção de mísseis e danificamos severamente os lançadores. Eliminamos a elite de segurança e os principais cientistas no avanço do programa nuclear", acrescentou.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia confirmou, nesta sexta-feira, que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, estará no Brasil para a Cúpula dos Brics, que será realizada no Rio de Janeiro, e deve realizar "várias reuniões bilaterais".

De acordo com o comunicado oficial, ele deve trocar opiniões sobre questões globais importantes, incluindo reforma da governança global, paz e segurança, fortalecimento do multilateralismo, uso responsável da inteligência artificial, ação climática, saúde global, questões econômicas e financeiras.

"Para a visita de Estado ao Brasil, o primeiro-ministro viajará para Brasília, onde manterá discussões bilaterais com o presidente Lula sobre o alargamento da Parceria Estratégica entre os dois países em áreas de interesse mútuo", informa o ministério.

Antes da chegada ao Brasil, Modi visitará Gana, Trinidad e Tobago e a Argentina, onde se encontrará com o presidente argentino, Javier Milei. Na sequência, o líder indiano viajará para a Namíbia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta sexta-feira (27) a decisão da Suprema Corte dos EUA que limitou o alcance de decisões judiciais que barravam suas ordens executivas em todo o país. A medida, tomada por 6 votos a 3, foi considerada uma vitória importante para a Casa Branca ao restringir as chamadas injunções nacionais emitidas por juízes federais de primeira instância.

"Grande decisão da Suprema Corte. Estou muito feliz", afirmou Trump em coletiva de imprensa. Segundo ele, o governo poderá agora "prosseguir com vários programas da nossa agenda". Entre as medidas que espera implementar com base na decisão, Trump citou o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes nascidos nos EUA e barrar o uso de recursos públicos para procedimentos médicos de pessoas transgênero.

Trump ainda agradeceu à Suprema Corte por "resolver o problema das injunções" e indicou que também pretende avançar com o corte de financiamento para as chamadas 'cidades santuário', municípios que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração.