Haddad: Economia é importante, mas não é o único fator que vai definir o resultado da eleição

Política
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Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicadores econômicos como crescimento, taxa de empregos e renda média das famílias não definirão o resultado da eleição em 2026. Em entrevista ao jornal O Globo, Haddad avaliou que a disputa eleitoral ocorrerá no campo de "uma agenda cultural mais ampla, que transcende a questão econômica".

 

De acordo com o ministro, essa agenda envolve a pauta de costumes e da segurança pública. "Começou-se a falar da questão do aborto sem que ninguém tivesse proposto mudar a legislação. As minorias começaram a ser perseguidas, a questão da maioridade penal ganhou expressão, a questão religiosa começou a ser politizada. A economia é importante, sempre foi, mas não é o único fator que vai definir o resultado de uma eleição", disse o ministro.

 

O governo Lula tem enfrentado quedas nos índices de popularidade, segundo pesquisas de avaliação da gestão federal. Como mostrou o Estadão, a aposta em programas sociais para a reversão do quadro pode ser insuficiente, pois o "voto econômico" já não possui o peso de outrora.

 

Haddad afirmou que uma eventual decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não concorrer à reeleição "está fora de cogitação". "Estamos a um ano do começo do processo eleitoral. É muito pouco tempo. Não vejo como nesse período rever essa provável decisão", disse Haddad. O ministro afirmou que não tem intenção de ser candidato em 2026. "O presidente (Lula) nunca me perguntou sobre isso", disse Haddad.

 

Questionado sobre desentendimentos com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, Haddad afirmou que "não vê problema em divergir". Nesse sentido, relevou as críticas de Gleisi Hoffman, que, antes de assumir a Secretaria de Relações Institucionais, era crítica à política fiscal do governo Lula. "No começo do governo nós (referindo-se a Rui Costa) tínhamos duas linhas um pouco diferentes. Mas isso foi se alinhando. A Gleisi estava lá na presidência do PT e divergia. Hoje, está no governo e tem tentado ajudar. Quem não convive com a adversidade não está preparado para a vida pública", disse Haddad.

 

Haddad disse defender a continuidade de Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice de Lula. Segundo o ministro, a vinda do ex-tucano para compor com o PT em 2022 "foi uma decisão acertada" e a manutenção da chapa seria a decisão "natural". "Significou muito em 2022 e tem significado muito", disse Haddad.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já embarcou de volta ao Brasil. A previsão é que Lula desembarque em Belém (PA) por volta das 19h30.

O presidente viajou a Santa Marta, na Colômbia, para participar da cúpula Celac-União Europeia neste domingo. O compromisso foi rápido. Lula chegou em Santa Marta por volta das 11h30, participou da reunião e já embarcou de volta a Belém.

Na segunda-feira, 10, ele participa da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.