Moraes dá 5 dias para PGR dizer se concorda com liberdade para Braga Netto

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até cinco dias sobre o recurso do general Walter Braga Netto para tentar revogar sua prisão preventiva.

Moraes vai aguardar o parecer da PGR antes de reavaliar o caso. Na semana passada, o ministro manteve a prisão preventiva por considerar que o general poderia colocar a ação penal do penal em risco.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Braga Netto, espera que o general seja colocado em liberdade após a conclusão dos depoimentos das testemunhas.

Em recurso ao STF, a defesa argumentou que "é incontestável que não há investigações em curso a serem protegidas" e que a instrução do processo está em "estágio avançado".

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024 por suspeita de tentar obstruir a investigação sobre o plano golpista. Segundo a Polícia Federal, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.

A defesa argumenta também que o sigilo da colaboração premiada foi levantado e, com isso, os fundamentos que levaram Moraes a decretar a prisão preventiva de Braga Netto "perderam completamente o sentido no atual momento do caso".

"Manter o Gen. Braga Netto preso preventivamente sob o fundamento de uma situação fática supostamente inalterada a esta altura significa permitir que o agravante siga privado de sua liberdade para proteger o avanço de uma investigação já acabada, o sigilo de uma delação que já foi tornada pública pelo Exmo. Relator, ou a higidez de uma instrução processual que já avançou com a produção de toda a prova acusatória", diz um trecho do recurso.

Braga Netto foi denunciado no "núcleo crucial" do plano de golpe, o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia foi recebida por unanimidade pela Primeira Turma do STF no final de março. Desde então, o general é oficialmente réu no processo.

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O governo de Israel bloqueou a principal rota de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza nesta quinta-feira, 26, enquanto ataques e bombardeios continuam. Segundo o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a rota, localizada no norte de Gaza, foi fechada porque membros do Hamas estavam roubando a ajuda entregue. Netanyahu não apresentou provas da acusação.

A alegação do premiê acontece após vídeos mostrarem homens encapuzados em torno de caminhões de ajuda. Líderes comunitários palestinos negaram que se tratassem de membros do Hamas e disseram que faziam proteção aos caminhões. Com o aumento da miséria em Gaza, alertada pela ONU há um mês, roubos de alimentos se tornaram mais frequentes.

"Os clãs vieram para formar uma posição para impedir que agressores e ladrões roubem a comida que pertencem ao nosso povo e a leve aos comerciantes para vender a preços altos", disse um dos líderes comunitários, Abu Salman Al-Moghani, à agência de notícias Reuters.

Al-Moghani rejeitou haver alguma ligação com o Hamas, que perdeu o controle de uma parte do território palestino desde o início da guerra atual, após o ataque terrorista de 7 de outubro. O grupo também disse não ter ligação com o episódio gravado.

Segundo as autoridades israelenses, a passagem ficará fechada durante dois dias. Isso ocorre em meio à restrição feita por Israel da entrega de ajuda sob a liderança da ONU, há cerca de um mês. Um novo sistema de distribuição de alimentos, operado por uma organização privada americana, foi implementado pelos israelenses.

No sul do território, onde o grupo privado ficou responsável por distribuir alimentos, as mortes de civis por soldados israelenses são frequentes. De acordo com as autoridades de Gaza, pelo menos 549 palestinos foram mortos enquanto tentavam obter comida. A organização, chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla original), começou a operar há cerca de um mês.

As autoridades de Gaza chamaram os centros operados pela organização, chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla original) de "armadilhas mortais". O Exército israelense reconheceu que os soldados abriram fogo em diversas ocasiões, alegando que o fizeram depois que pessoas se aproximaram deles de uma forma que consideraram ameaçadora.

Enquanto isso, os líderes europeus reunidos em Bruxelas, na Bélgica, para a cúpula da União Europeia lamentaram "a terrível situação humanitária na Faixa de Gaza, o número inaceitável de vítimas civis e os níveis de fome". No dia 20, um relatório da UE encontrou "indícios" de que Israel viola as obrigações de direitos humanos contido nos acordos de cooperação com o bloco, que formam base para os laços comerciais.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, descreveu a situação na Faixa de Gaza como genocídio. Ele se tornou o líder europeu mais proeminente a descrever a situação com o termo, utilizado por organizações como a ONU e a Anistia Internacional com base nas ações de Israel em Gaza. A África do Sul também denunciou Israel de genocídio ante o Tribunal Penal Internacional (TPI). Outros 14 países solicitaram a entrada no caso.

As discussões de um novo cessar-fogo também se intensificaram nos últimos dias, de acordo com a declaração de um oficial do Hamas, Taher al-Nunu. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar a jornalistas que há um "grande progresso sendo feito em Gaza" na direção de um cessar-fogo, mas não há nenhuma evidência de um acordo próximo a ser concluído.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, respondeu duramente às sanções impostas pelo governo dos EUA para bloquear transferências de três instituições financeiras mexicanas.

Em coletiva de imprensa matinal nesta quinta-feira, 26, a dirigente mexicana disse que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, não apresentou nenhuma evidência provando que as instituições realizaram qualquer lavagem de dinheiro, apesar dos repetidos pedidos por tais evidências.

Com o objetivo de proteger os interesses de poupadores e credores, o Banco do México (Banxico) decretou também nesta quinta-feira intervenção administrativa temporária do CI Banco e o Intercam Banco diante das implicações das medidas anunciadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA.

O Tesouro americano disse na quarta-feira, 25, que estava proibindo certas transferências de fundos pelo CI Banco, Intercam e pela instituição financeira local Vector Casa de Bolsa com empresas dos EUA. O governo identificou as três empresas mexicanas como sendo uma preocupação primária de lavagem de dinheiro em conexão com o tráfico ilícito de opióides.

Uma rajada incomum de ar frio vinda da Antártida atingiu o Uruguai, causando a morte de pelo menos sete moradores de rua nesta semana e levando as autoridades a declarar estado de emergência enquanto se mobilizavam para abrir abrigos.

A frente polar despejou pela primeira vez uma massa de clima congelante sobre o Uruguai na segunda-feira, 23, chocando a nação costeira acostumada a invernos amenos no Hemisfério Sul.

A neve leve atingiu partes do país pela primeira vez em quatro anos, com temperaturas chegando a -3ºC e sensação térmica bem abaixo disso. Mas a previsão é de aumento das temperaturas em todo o país nos próximos dias.

Enquanto as autoridades de saúde emitiam vários alertas sobre os perigos do congelamento e da hipotermia, os moradores de rua enfrentavam circunstâncias potencialmente devastadoras.

Trabalhadores comunitários se espalharam pela cidade, tentando convencer as pessoas a ficarem em casa. Os sete moradores de rua que morreram devido à exposição ao frio foram encontrados em várias partes do país

O presidente Yamandú Orsi invocou esta semana uma declaração de emergência que autoriza a polícia e outras autoridades a remover à força pessoas em situação de rua das ruas.

"A possibilidade de evacuação obrigatória foi aplicada pela primeira vez porque a escala do problema realmente exige outras ferramentas", disse Leandro Palomeque, diretor do Sistema Nacional de Emergências do Uruguai.