Lula critica Trump por ameaça contra Moraes e quer blindagem para o STF

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste domingo, 1º, o governo de Donald Trump, após o Departamento de Estado americano sugerir sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Moraes se tornou alvo do governo Trump depois que decisões do magistrado brasileiro afetaram plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos e aliados da Casa Branca, como Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). No último dia 21, durante sessão do Congresso americano, o secretário de Estado, Marco Rubio, disse que "há grande possibilidade" de o ministro ser alvo de sanções.

"Você veja: os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes, porque ele está querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Ora, que história é essa de os Estados Unidos quererem criticar alguma coisa da Justiça brasileira? Nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade, tantas guerras, eu nunca critiquei", afirmou o presidente Lula, durante discurso de uma hora em evento do PSB, partido de seu vice, Geraldo Alckmin.

O 16.º congresso nacional da legenda elegeu o prefeito do Recife, João Campos, para suceder Carlos Siqueira na presidência nacional do PSB.

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Como o Estadão mostrou, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato para viver nos EUA e se dedicar a pressionar o governo Trump por sanções contra ministros do STF que vão julgar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados de tentativa de golpe de Estado, tem tido apoio de uma espécie de "bancada anti-Alexandre de Moraes" no Congresso americano.

Uma semana após Rubio ter mencionado as sanções contra o magistrado brasileiro, dia 29, o governo Trump fez uma publicação em português afirmando que "nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado". A declaração foi publicada no perfil do X do Bureau of Western Hemisphere Affairs (WHA), órgão vinculado ao Departamento de Estado, responsável por lidar com políticas e relações com o Hemisfério Ocidental, incluindo América Latina e Caribe.

Senado

Em seu discurso, Lula também pediu atenção às eleições para o Senado em 2026. Isso porque os bolsonaristas planejam eleger uma "superbancada" na Casa - que vai renovar dois terços de suas 81 cadeiras - para poder confrontar o Supremo e aprovar o impeachment de ministros, em especial de Alexandre de Moraes.

Segundo a Constituição Federal, cabe ao Senado processar e julgar ministros do STF quanto a crimes de responsabilidade, que são definidos na Lei 1.079/1950, conhecida como Lei do Impeachment.

Até hoje, nenhum magistrado do Supremo sofreu processo desse tipo, mas apoiadores do ex-presidente Bolsonaro vêm manifestando a intenção de avançar com o afastamento de um ministro da Corte.

"Não que a Suprema Corte seja uma maçã doce. Não. É porque precisamos preservar as instituições que garantam a democracia deste País. Se a gente for destruir o que não gosta, não vai sobrar nada", afirmou Lula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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