João Campos assume o PSB e quer Alckmin com Lula em 2026

Política
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O prefeito do Recife, João Campos, assumiu neste domingo, 1º, a presidência do PSB durante o congresso nacional do partido em Brasília. Aos 31 anos, o político ocupará o lugar de Carlos Siqueira com a missão de fortalecer a legenda para as próximas eleições e tentar garantir a permanência do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Embora visto como um nome da renovação no PSB, João Campos vem de uma família tradicional da política pernambucana. É bisneto de Miguel Arraes, que governou Pernambuco três vezes e liderou o partido entre 1999 e 2005, e filho de Eduardo Campos, também ex-governador do Estado e ex-presidente do PSB. Eduardo morreu em um acidente aéreo em 2014, no auge de sua carreira política, quando disputava a Presidência ao lado de Marina Silva, hoje ministra do Meio Ambiente. Na época, ocupava o terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Dilma Rousseff e Aécio Neves.

 

João Campos é visto como uma das grandes apostas da esquerda para o pós-Lula. Em 2024, foi reeleito prefeito do Recife com uma votação recorde, de mais de 70% dos votos, e ganhou destaque nacional pela boa performance nas redes sociais. À frente do PSB, deve trabalhar para seguir os passos do pai e do bisavô rumo ao governo de Pernambuco em 2026.

 

Como líder do partido, João Campos terá o desafio de garantir que Geraldo Alckmin continue como vice na chapa à reeleição do petista. O futuro de Alckmin no posto, porém, é incerto, e parte dos aliados de Lula defende usar a vaga para atrair partidos maiores e de centro, como MDB ou PSD.

 

O nome de Alckmin tem sido ventilado tanto para a disputa pelo governo de São Paulo - vaga pela qual o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), também demonstrou interesse - quanto para uma candidatura ao Senado no mesmo Estado, em uma estratégia para impedir que o bolsonarismo fique com as duas vagas.

 

Digital

 

No evento, o presidente Lula discursou por cerca de uma hora. E defendeu que a militância de esquerda se dedique mais à batalha no meio digital, ambiente em que lideranças da ultradireita têm levado larga vantagem em termos de engajamento e audiência nas redes.

 

"Muitas vezes a extrema direita faz a gente recuar. Vamos fazer uma revolução na rede digital. É preciso que a gente não fique passando coisa que a extrema direita fala para frente, e nós temos o hábito de passar. Temos que rebater na hora. Cada um de vocês tem que virar um influencer na internet. Atacou o PSB? Pau em quem atacou o PSB", disse Lula.

 

Saúde e reeleição

 

Por fim, o petista afirmou que, para ser candidato à reeleição em 2026, ele "precisa estar 100% de saúde", como alega estar hoje.

 

"Podem ter certeza de uma coisa: se eu estiver bonitão do jeito que eu estou, apaixonado do jeito que eu estou e motivado do jeito que eu estou, a extrema direita não volta a governar este País nunca mais", afirmou, encerrando o discurso, enquanto a plateia começava a cantar "sem anistia", em referência ao perdão que os bolsonaristas querem conceder aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado que terminou com os ataques às sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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