4 fatores que levaram o governo Lula a um novo aumento de reprovação

Política
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Duas pesquisas divulgadas em junho mostraram queda na avaliação positiva nos números de aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos dois casos, as oscilações se deram na margem de erro do levantamento.

No levantamento do Datafolha, a subida de dois pontos porcentuais no índice dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo, e a queda de um ponto entre os que acham que é ótimo ou bom, no intervalo de dois meses, interrompem a recuperação registrada no levantamento anterior. Agora, são 40% os que avaliam positivamente o governo, 28% os que fazem uma avaliação negativa e 31% os que acham regular.

Na pesquisa Ipsos/Ipec, o crescimento de 41% para 43% no índice dos que acham a gestão ruim ou péssima e a queda de 27% para 25% dos que acham que o governo é ótimo ou bom, em um intervalo de três meses, ampliam um cenário de perda crescente de popularidade.

O Palácio do Planalto atribui a queda nas pesquisas ao escândalo de descontos indevidos dos aposentados do INSS e enxerga que o governo não teve sucesso na estratégia de tentar responsabilizar a gestão de Jair Bolsonaro. Mesmo assim, a equipe de comunicação de Lula aposta que a decisão de reembolsar rapidamente os prejudicados pode reverter a crise. Além disso, a melhora entre os mais pobres mostrada pelo Datafolha foi recebida com alívio e novos programas que serão lançados pelo governo são apostas para a reação. Veja bastidores.

Mesmo com diferenças metodológicas e de intervalo de coleta de dados, os dois levantamentos mediram a popularidade após episódios de desgaste para o governo federal. A pesquisa Datafolha foi realizada entre 10 e 11 de junho. A Ipsos/Ipec, entre 5 e 9 de junho.

Veja algumas das situações que podem ter impactado a popularidade do governo:

Escândalo do INSS

No dia 23 de abril, a Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto, que apura descontos que podem chegar a R$ 6 bilhões feitos por entidades em benefícios de aposentados por meio de fraude. rmão mais velho do presidente, José Ferreira da Silva, mais conhecido como Frei Chico, é vice-presidente de uma das entidades investigadas na operação.

A ação gerou uma crise no governo, com a consequente queda do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi. A reação do governo foi lembrar que os descontos teriam começado ainda em 2016 e ganhado escala em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro. Contudo, os valores subiram aceleradamente na gestão Lula, o que foi bastante explorado pela oposição. Pesquisa anterior divulgada pela Genial/Quaest já havia mostrado que 82% dos brasileiros ficaram sabendo do escândalo e que 31% culpavam o governo Lula, enquanto 8% avaliavam a responsabilidade da gestão Bolsonaro.

Disputa sobre IOF e aumento de impostos

Nas últimas semanas, o governo voltou a sofrer desgaste com a discussão sobre o aumento de impostos para conseguir zerar as contas. Primeiro, a gestão Lula anunciou um aumento do IOF em diversas operações. Depois, reduziu o alcance da medida. As medidas enfrentam forte resistência no Congresso e são exploradas pela oposição por determinarem representarem aumento de imposto.

Mais recentemente, nesta quarta-feira à noite, já fora do alcance dos levantamentos, o governo publicou uma medida provisória que compensa a mudança no texto do decreto ao impor a taxação de investimentos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Agronegócio (LCA), antes isentas em uma faixa, e o aumento da tributação sobre bets e Juros sobre Capital Próprio (JCP).

Pedido de ajuda da China para regulação das redes sociais

Em outro episódio de desgaste para o governo, em maio, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o próprio presidente admitiram ter pedido ajuda do governo chinês para uma espécie de intervenção no TikTok. Lula afirmou que perguntou ao líder chinês Ji Xinping se poderia enviar ao Brasil uma pessoa de confiança para discutir "questões digitais", principalmente no TikTok e que Janja teria complementado sua pergunta. Em meio aos esforços para justificar o episódio, classificado como um incidente diplomático, Janja citou, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o modelo chinês de regulamentação das redes. "Se não seguir a regra, tem prisão", disse Janja, em relação ao modelo que proíbe uso de aplicativos e restringe a liberdade de expressão e de acesso à informação dos chineses no regime comunista.

Participação de Lula em vagem a Rússia para se encontrar com Putin>

Ainda em maio, dias antes da viagem à China, Lula esteve na Rússia para se encontrar com o presidente Vladimir Putin e participar de um desfile militar que o presidente russo usa como propaganda de sua autocracia. O desfile para marcar a data escolhida pelos russos para o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial ocorreu em meio às resistências do governo de Putin em aceitar um cessar-fogo com a Ucrânia, país que invadiu em fevereiro de 2022. O brasileiro foi o único líder de uma nação ocidental democrática a participar do desfile.

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Um júri da Flórida considerou que a Tesla foi parcialmente culpada por uma colisão fatal em 2019 envolvendo um veículo equipado com o software de piloto automático da empresa, concedendo aos demandantes quase US$ 329 milhões em danos. Isso marca a primeira vez que um júri concede danos em um processo relacionado aos recursos de assistência de direção da Tesla e um grande revés para a empresa de Elon Musk.

O júri concluiu que a montadora não forneceu avisos ou instruções suficientes para seu recurso Autopilot no Tesla Model S envolvido no acidente, tornando o carro perigosamente inseguro.

"A Tesla projetou o piloto automático apenas para rodovias de acesso controlado, mas deliberadamente optou por não restringir os motoristas de usá-lo em outros lugares, além de Elon Musk dizer ao mundo que o Autopilot dirigia melhor do que os humanos", disse Brett Schreiber, advogado dos demandantes. Fonte: Dow Jones Newswires.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, foi condenado a 12 anos de prisão nesta sexta-feira, 1º, em um processo por suborno e fraude processual, ligados às atividades de grupos paramilitares no país. Além disso, o antigo mandatário não poderá ocupar cargos públicos em 100 meses, segundo a decisão, sobre a qual cabe recurso.

A medida pede prisão domiciliar imediata e detenção imediata. Aliados criticaram a decisão, como no caso do também ex-presidente Iván Duque, que afirmou que não há provas para tal condenação, e que anunciou um pedido para observação internacional da decisão em uma postagem no X.

Nesta semana, o presidente Gustavo Petro pediu para que os Estados Unidos não interferissem na justiça colombiana após comentários de autoridades de Washington sobre o julgamento. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que "o único crime do ex-presidente colombiano Uribe foi lutar incansavelmente e defender sua pátria".

Nesta quinta, 31, Petro se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, John McNamara, no que descreveu com uma "agradável e longa conversa".

O governo dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira, 31, que a construção de um novo e enorme salão de festas de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,10 bilhão na cotação atual) começará em setembro e estará pronta antes do fim do mandato do presidente americano Donald Trump, no início de 2029.

Essa será a mais recente mudança na Casa Branca desde que o republicano voltou ao cargo em janeiro. Também será a primeira mudança estrutural na mansão desde a adição da varanda Truman em 1948.

Trump redecorou o Salão Oval com a adição de ornamentos dourados e querubins, retratos presidenciais e outros itens, e instalou enormes mastros nas gramas norte e sul para hastear a bandeira americana. Os trabalhadores estão atualmente concluindo um projeto para substituir a grama do Rose Garden por pedras.

'Sou bom em construir coisas'

Trump promete há meses construir um salão de festas, com a justificativa de que a Casa Branca não tem espaço suficiente para grandes eventos. Ele também zombava da ideia de receber chefes de Estado e outros convidados em tendas no gramado, como os governos anteriores faziam para jantares oficiais com centenas de convidados.

A Sala Leste, a maior sala da Casa Branca, pode acomodar cerca de 200 pessoas. O republicano disse que vem planejando a construção há algum tempo.

"Há mais de 150 anos que querem um salão de festas na Casa Branca, mas nunca houve um presidente que fosse bom em salões de festas ", afirmou Trump aos repórteres nesta quinta-feira. "Sou bom em construir coisas e vamos construir rapidamente e dentro do prazo. Vai ficar lindo, top, top de linha."

Ele afirmou que o novo salão de festas não interferirá na mansão em si. "Ele ficará próximo, mas não encostará nela e respeitará totalmente o edifício existente, do qual sou o maior fã", acrescentou ele sobre a Casa Branca. "É o meu favorito. É o meu lugar favorito. Eu o adoro."

Trump disse que o salão de festas servirá aos futuros governos. "Será um grande projeto de legado", disse ele. "Acho que ficará realmente lindo."

Arrecadação de US$ 200 milhões

O salão de festas de 8.361 metros quadrados será construído onde fica a Ala Leste, com capacidade para 650 pessoas sentadas. A Ala Leste abriga vários escritórios, incluindo o da primeira-dama. Esses escritórios serão temporariamente realocados durante a construção e essa ala do edifício será modernizada e renovada, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. "Nada será demolido", afirmou ela.

A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, informou que o presidente, cuja carreira inicial foi no setor imobiliário e de construção, e sua equipe da Casa Branca estão "totalmente comprometidos" em trabalhar com as organizações apropriadas para preservar a "história especial" da mansão.

"O presidente Trump é um construtor nato e tem um olho extraordinário para os detalhes", disse Wiles em comunicado.

Leavitt disse em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira que Trump e outros doadores se comprometeram a arrecadar os cerca de US$ 200 milhões necessários para os custos de construção. Ela não revelou os nomes dos outros doadores.

Simulações de como será o futuro salão de baile foram publicadas no site da Casa Branca.

O presidente escolheu a McCrery Architects, com sede em Washington, como arquiteta principal do projeto. A equipe de construção será liderada pela Clark Construction. A engenharia será fornecida pela AECOM.

Trump também tem outro projeto em mente. Ele disse à NBC News em uma entrevista que pretende substituir o que ele chamou de banheiro "terrivelmente" reformado no famoso Quarto Lincoln por um que tenha um estilo mais próximo do século XIX. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.