Quais são as investigações contra Bolsonaro e em que estágio está cada uma

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Sentado no banco dos réus do Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve indícios de crime apontados mais uma vez pela Polícia Federal (PF), agora por supostamente se beneficiar de espionagens ilegais a opositores feitas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante seu governo. A lista dos indiciados nesta apuração, porém, está sob sigilo.

Mais cedo, nesta terça-feira, 17, um integrante graduado da Polícia Federal chegou a confirmar que Bolsonaro estava entre os indiciados, em meio a mais de 30 pessoas, incluindo o filho Carlos e o deputado Alexandre Ramagem. Contudo, outros integrantes da corporação apontam que, por já ter sido indiciado pelo mesmo crime (organização criminosa) em outra apuração, o ex-presidente não teve seu nome incluído na lista dos indiciados formalmente. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República avaliar a responsabilização de Bolsonaro e dos demais investigados. A PGR não precisa seguir a lista de indiciados da PF

Um dos inquéritos contra Bolsonaro já foi arquivado. O caso se tratava da participação do então presidente no esquema de falsificação de cartões de vacinação da covid-19. Apesar de ter sido encerrada, no que diz respeito a Bolsonaro, essa investigação revelou a trama golpista julgada agora na Primeira Turma da Suprema Corte, e que partiu da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Outros três casos seguem tramitando na Justiça: enquanto a tentativa de golpe de Estado já está nas fases finais do julgamento, o inquérito da "Abin Paralela" precisa ser recebido pela PGR e ser transformado em denúncia, a ser acatada ou não pelo Supremo, para então virar uma ação penal.

O caso das joias, revelado pelo Estadão em março de 2023, rendeu indiciamento a Bolsonaro, mas ainda não teve resposta da Procuradoria. Saiba mais detalhes sobre cada um dos inquéritos.

'Abin Paralela' : indícios de crime apontados

Segundo o inquérito, a Abin foi aparelhada por um esquema de espionagem ilegal de opositores para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e integrantes de sua família.

Além do ex-presidente, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) estão entre os alvos na investigação. Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas. A lista está sob sigilo.

Segundo a investigação, o software FirstMile foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Tentativa de Golpe de Estado: réu do STF, julgamento em curso

Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do alto escalão de seu governo se tornaram réus no STF em 26 de março deste ano por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Eles respondem à ação penal pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O caso é o mais avançado, e o único que colocou Bolsonaro na condição de réu. O julgamento já passou pela oitiva das testemunhas de acusação e defesa, pela fase dos interrogatórios, e agora terá acareações antes de seguir para as alegações finais.

Na acareação, os réus e testemunhas são ouvidos simultaneamente e confrontados, frente a frente, sobre pontos divergentes em seus depoimentos. Elas ocorrerão entre o delator tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil general Walter Braga Netto; e entre o ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Joias sauditas: indiciado pela PF

As investigações do caso da venda ilegal de joias da Presidência, que levaram ao indiciamento de Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, partiram de reportagens do Estadão de março de 2023.

A apuração revelou que um integrante do governo Bolsonaro havia tentado entrar no País, ilegalmente, com um kit de joias avaliado em R$ 5,6 milhões. O governo fez então reiteradas tentativas para obter as peças sem pagar o imposto e a multa estipulados por lei para esses casos.

Fraude em cartão de vacina: caso arquivado pelo STF

Em março do ano passado, Bolsonaro e outros 16 foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e de inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde, no primeiro indiciamento a atingir o ex-presidente.

No mês seguinte, Moraes atendeu a um pedido da PGR e determinou que a PF aprofundasse as investigações. No final de março, quase um ano depois, a Procuradoria pediu arquivamento do caso, concluindo que o envolvimento de Bolsonaro não ficou comprovado.

Interferência na Polícia Federal: aguardando resposta da PGR sobre arquivamento

Enquanto estava na Presidência, Bolsonaro trocou o comando da PF quatro vezes. O STF abriu inquérito para investigar se essas mudanças foram feitas com o suposto objetivo de beneficiar filhos e aliados do ex-presidente em investigações.

O relatório de investigação sobre o caso foi divulgado pela PF caso em março de 2022. No documento, a corporação entendeu que não houve crime da parte do ex-presidente. Em maio do ano passado, Moraes pediu que a PGR se manifestasse sobre o arquivamento ou não do caso, mas ainda não houve resposta.

Vazamento de dados de inquérito do Supremo: inquérito tramita no STF

Tramitando no STF, a investigação apura se Bolsonaro e outras autoridades teriam vazados documentos sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo foi aberto a pedido do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, em agosto de 2021.

O inquérito investiga se Bolsonaro, ainda como presidente, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) e o delegado da PF Victor Neves Feitosa divulgaram dados sigilosos do TSE por meio de perfis nas redes sociais. Bolsonaro pediu o arquivamento da investigação, mas teve o pedido negado por Moraes em outubro do ano passado.

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A partir de 12 de outubro, turistas que entrarem em Portugal, Espanha, França, Itália ou outros 25 países na Europa podem não ter mais seus passaportes carimbados. Parte do continente vai substituir o tradicional selo por um sistema eletrônico.

O objetivo, segundo a União Europeia, é agilizar o controle de fronteiras e aumentar a segurança. O registro de entrada no país será feito por meio de dados biométricos, com reconhecimento facial e impressões digitais.

Sem acarretar custos extras ao viajante, a mudança será gradual e está prevista para ser concluída até abril de 2026.

Países europeus que vão trocar carimbo por sistema eletrônico:

Áustria

Bélgica

Bulgária

Croácia

República Tcheca

Dinamarca

Estônia

Finlândia

França

Alemanha

Grécia

Hungria

Islândia

Itália

Letônia

Liechtenstein

Lituânia

Luxemburgo

Malta

Holanda

Noruega

Polônia

Portugal

Romênia

Eslováquia

Eslovênia

Espanha

Suécia

Suíça

O Hamas condenou a visita do enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, a centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o grupo, a visita foi uma "peça teatral previamente preparada para enganar a opinião pública, embelezar a imagem da ocupação e conceder-lhe uma cobertura política".

A chamada Fundação Humanitária de Gaza, supervisionada por Israel e visitada por Witkoff, é descrita pelo Hamas como uma entidade "criada para completar os capítulos de assassinato e genocídio". Para o grupo, os EUA têm responsabilidade direta na crise humanitária. "O governo americano é um parceiro completo no crime de fome e genocídio que ocorre diante dos olhos e ouvidos do mundo inteiro", escreveu.

O Hamas ainda exigiu que Washington retire seu apoio a Israel, defendam um cessar-fogo e promovam a "retirada do exército de ocupação israelense e o levantamento do cerco injusto ao nosso povo". O grupo afirma que o atual alinhamento dos EUA às ações israelenses aprofundam a "catástrofe humanitária" e perpetuam o conflito na região.

As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram hoje que realizaram ataques bem-sucedidos contra "infraestruturas críticas" da Rússia, incluindo duas refinarias de petróleo, em resposta aos recentes bombardeios russos contra cidades ucranianas. Segundo comunicado divulgado pelo Comando Militar por meio do Telegram, foram atingidas as refinarias de Riazã e Novokuibyshevsk, duas das maiores do país, segundo a estatal que as administra, além de um depósito de combustível na região de Voronej.

De acordo com o comunicado, "foi confirmado o impacto em empresas da indústria de refino de petróleo do país ocupante Rússia". Além disso, drones ucranianos atacaram com sucesso "a base de combustíveis e lubrificantes 'Anna Naftoprodukt' na região de Voronej".

As forças ucranianas também disseram ter danificado uma fábrica militar na região de Penza. Segundo o texto, "foi atingida a empresa Elektroprylad, que se especializa na produção de sistemas de telecomunicações protegidos, equipamentos criptográficos e placas de circuito para equipamentos militares".

O ataque, segundo Kiev, foi uma retaliação direta aos "recentes ataques terroristas da Rússia contra cidades ucranianas, que resultaram em civis mortos e feridos". O texto afirma que explosões e incêndios foram registrados nos locais atingidos e que informações mais detalhadas sobre as consequências dos ataques estão sendo apuradas.

Os militares ucranianos prometeram manter os ataques até um cessar-fogo completo da "agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia".