Em meio a recorde de endividados, Igreja Universal lança 'clamor pelos inadimplentes'

Política
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A Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo bispo Edir Macedo, lançou uma campanha em prol dos inadimplentes, em meio ao recorde de pessoas com dívidas atrasadas no Brasil.

Os pastores da instituição dedicaram os cultos em todo o País na última segunda-feira, 16, para a campanha, e batizaram o dia de "segunda-feira da corda", com o "clamor dos inadimplentes". Procurada pela reportagem, a Universal não se manifestou.

A corda faz alusão a um momento difícil que uma pessoa está passando, quando, segundo a igreja, vem a mão de Deus, enviando "enviando a corda para nos resgatar e tirar essa carga pesada", segundo nota da Universal.

A inadimplência atingiu 77 milhões de brasileiros em maio de 2025, o equivalente a quase 40% da população, segundo a Serasa. A taxa é a mais alta desde o início da série histórica, no fim de 2016.

De acordo com o comunicado da igreja, a campanha foi voltada para pessoas que "sentem que estão no fundo do poço, sufocados pelo caos financeiro e pela inadimplência."

"Quando você tocar nessa corda, quem vai prevalecer vai ser este Deus que está te convocando, e você vai prevalecer sobre essa crise, sobre essa miséria, sobre essas dívidas. Você vai sair da inadimplência", disse um pastor em vídeo publicado pela Universal de São José dos Campos (SP).

A igreja de Edir Macedo foi fundada no final dos anos 1970 no Brasil, sendo pioneira da chamada "Teologia da Prosperidade" no País, atraindo pessoa aos templos em busca de melhorias financeiras. O apelo incomodou líderes do próprio meio evangélico e até hoje é motivo de controvérsia.

A igreja também se envolveu no meio político, elegendo parlamentares e apoiando a fundação de um partido, o Republicanos, presidido pelo deputado Marcos Pereira (SP), bispo licenciado da Universal. A legenda afirma que não é controlada pela Universal, apesar dos laços. Entre os filiados, está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, possível adversário de Lula na eleição de 2026.

Em 2022, em plena campanha eleitoral, a igreja liderada por Macedo convocou os fiéis para fazerem um jejum e ficarem sem ler notícias durante 21 dias. de informações e "notícias seculares" (notícias não religiosas) no meio da campanha eleitoral.

O bispo apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018 e 2022, mas, depois da vitória de Lula, pregou "perdão" ao petista e disse que o resultado da disputa foi a "vontade de Deus". O partido Republicanos, ainda crítico ao governo, acabou entrando na gestão e ocupou o Ministério de Portos e Aeroportos, hoje comandado pelo ministro Silvio Costa Filho.

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O Hamas condenou a visita do enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, a centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o grupo, a visita foi uma "peça teatral previamente preparada para enganar a opinião pública, embelezar a imagem da ocupação e conceder-lhe uma cobertura política".

A chamada Fundação Humanitária de Gaza, supervisionada por Israel e visitada por Witkoff, é descrita pelo Hamas como uma entidade "criada para completar os capítulos de assassinato e genocídio". Para o grupo, os EUA têm responsabilidade direta na crise humanitária. "O governo americano é um parceiro completo no crime de fome e genocídio que ocorre diante dos olhos e ouvidos do mundo inteiro", escreveu.

O Hamas ainda exigiu que Washington retire seu apoio a Israel, defendam um cessar-fogo e promovam a "retirada do exército de ocupação israelense e o levantamento do cerco injusto ao nosso povo". O grupo afirma que o atual alinhamento dos EUA às ações israelenses aprofundam a "catástrofe humanitária" e perpetuam o conflito na região.

As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram hoje que realizaram ataques bem-sucedidos contra "infraestruturas críticas" da Rússia, incluindo duas refinarias de petróleo, em resposta aos recentes bombardeios russos contra cidades ucranianas. Segundo comunicado divulgado pelo Comando Militar por meio do Telegram, foram atingidas as refinarias de Riazã e Novokuibyshevsk, duas das maiores do país, segundo a estatal que as administra, além de um depósito de combustível na região de Voronej.

De acordo com o comunicado, "foi confirmado o impacto em empresas da indústria de refino de petróleo do país ocupante Rússia". Além disso, drones ucranianos atacaram com sucesso "a base de combustíveis e lubrificantes 'Anna Naftoprodukt' na região de Voronej".

As forças ucranianas também disseram ter danificado uma fábrica militar na região de Penza. Segundo o texto, "foi atingida a empresa Elektroprylad, que se especializa na produção de sistemas de telecomunicações protegidos, equipamentos criptográficos e placas de circuito para equipamentos militares".

O ataque, segundo Kiev, foi uma retaliação direta aos "recentes ataques terroristas da Rússia contra cidades ucranianas, que resultaram em civis mortos e feridos". O texto afirma que explosões e incêndios foram registrados nos locais atingidos e que informações mais detalhadas sobre as consequências dos ataques estão sendo apuradas.

Os militares ucranianos prometeram manter os ataques até um cessar-fogo completo da "agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia".

Ataques com drones ucranianos durante a madrugada deste sábado, 2, mataram três pessoas, informaram autoridades russas. O Ministério da Defesa da Rússia disse que as defesas aéreas interceptaram ou destruíram 112 drones em oito regiões russas e na Península da Crimeia, ocupada pela Rússia.

Um ataque com drones na região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, matou uma pessoa, disse o governador interino Yuri Slyusar. Mais longe da linha de frente, uma mulher foi morta e outras duas pessoas ficaram feridas em um ataque com drones a instalações comerciais na região de Penza, de acordo com o governador regional Oleg Melnichenko. Na região de Samara, os destroços de um drone provocaram um incêndio que matou um idoso, disse o governador regional Vyacheslav Fedorishchev.

De acordo com a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 53 drones contra a Ucrânia durante a madrugada de sábado. Ela disse que as defesas aéreas abateram ou bloquearam 45 drones.

Onze pessoas ficaram feridas em um ataque com drones durante a madrugada na região de Kharkiv, disse o governador Oleh Syniehubov no sábado. Os ataques recíprocos com drones ocorreram após um dia de luto na capital ucraniana, Kiev, na sexta-feira, depois que um ataque com drones e mísseis russos matou 31 pessoas, incluindo cinco crianças, e feriu mais de 150.

Os ataques contínuos ocorrem depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu ao presidente russo, Vladimir Putin, um prazo mais curto - até 8 de agosto - para que os esforços de paz avancem.

Trump afirmou na quinta-feira, 31, que o enviado especial Steve Witkoff está indo para a Rússia para pressionar Moscou a concordar com um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia e ameaçou com novas sanções econômicas se não houver progresso.