Candidatos à presidência do PT divulgam carta críticando 'partidos de direita com ministérios'

Política
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Os candidatos às eleições do PT, Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira divulgaram uma carta conjunta endereçada à militância do partido criticando o Congresso Nacional e alertando que partidos de direita com ministérios estão "tentando sufocar o governo Lula". O texto foi divulgado neste domingo, 30, uma semana antes do primeiro turno das eleições para comandar o partido, que ocorrem no dia 6 de julho.

 

Dos quatro postulantes à presidência do Partido dos Trabalhadores, o principal nome, o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, foi o único a não assinar o documento.

 

O Estadão questionou a assessoria do candidato sobre o motivo de não ter participado do manifesto mas ainda não obteve resposta.

 

Na carta, os candidatos criticaram a derrubada do decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definida como "a gota d'água de algo que está acontecendo desde o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016".

 

"Os parlamentares de direita querem governar o Brasil, esvaziando os poderes que o povo delegou ao presidente Lula", diz a carta.

 

O documento também propõe mobilizar "a população "contra estes parlamentares de direita e contra a política de juros escorchantes do Banco Central, que tentam impedir Lula de governar", além da substituição "de ministros cujos partidos fazem o jogo da direita e preparam uma candidatura bolsonarista contra Lula".

 

Além disso, o texto menciona exigir que o governo recorra sobre a derrubada do decreto no Supremo Tribunal Federal (STF), medida anunciada nesta terça-feira pela Advocacia-Geral da União, e pede o fim de subsídios dados aos "super-ricos".

 

A declaração também diz que as soluções listadas são para "enfrentar a operação de cerco e sufocamento, cujo objetivo é forçar o governo a fazer em 2025 um ajuste fiscal brutal, que torne inviável a reeleição de Lula".

 

"Se a direita está em campanha, vamos responder com força organizada e mobilizada", dizem os candidatos. "Militantes do PT: venham, votem e garantam que nosso partido tenha um grande futuro pela frente", concluem.

 

O atual presidente interino do PT é o senador Humberto Costa (PE), que assumiu a liderança do partido em março de 2025, após Gleisi Hoffmann deixar o cargo para integrar o governo do presidente Lula no Ministério da Secretaria de Relações Institucionais.

 

O novo presidente do partido será escolhido por meio do Processo de Eleição Direta (PED 2025), que será realizado em 6 de julho de 2025, com eventual segundo turno em 20 de julho.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.