Trump fala em 'caça às bruxas' contra Bolsonaro; Lula rechaça 'interferência'

Política
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 7, que o Brasil está fazendo uma "coisa terrível" no tratamento concedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030 e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em ação penal por tentativa de golpe. "Deixem Bolsonaro em paz", escreveu o americano, chamando os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição" e "caça às bruxas".

 

Trump descreveu Bolsonaro como um "líder forte, que realmente amava seu país". "Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", anotou o republicano em uma publicação na sua rede social, a Truth Social. O comentário animou o ex-presidente e seus aliados mais próximos. A declaração, comemorada pelos bolsonaristas, provocou uma reação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista afirmou que o Brasil é um "país soberano" que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja".

 

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros", disse o presidente em publicação no X (antigo Twitter), na qual não citou nem Trump nem Bolsonaro. "Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito." O comunicado foi divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) no formato de nota à imprensa.

 

Bolsonaro, por sua vez, afirmou receber "com muita alegria" o apoio do presidente americano. Um de seus filhos, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse em um vídeo na ferramenta story, do Instagram, que "essa não será a única vez que você vai ouvir o governo dos Estados Unidos falando sobre esse tema da 'perseguição' no Brasil". Eduardo está nos EUA e tem incentivado uma pressão de parte da política americana em favor do pai.

 

'Força'

 

Potencial presidenciável em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), compartilhou a postagem de Trump e repetiu o argumento do americano, afirmando que o ex-presidente "deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições". "Força, presidente!", escreveu Tarcísio, que tenta garantir o apoio de Bolsonaro na disputa do ano que vem.

 

Em 2023, o ex-presidente foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele deverá ser julgado na ação penal do golpe pela Primeira Turma do STF até outubro deste ano. As penas, em caso de condenação, podem chegar a 43 anos de prisão.

 

A manifestação de apoio de Trump a Bolsonaro ocorreu um dia depois de o presidente americano anunciar tarifas adicionais a países que se alinharem ao que chamou de "políticas antiamericanas do Brics". O Brics é um fórum das principais economias emergentes do globo. O grupo iniciou uma reunião de cúpula no domingo, 6, no Rio de Janeiro, que foi encerrada ontem.

 

Segundo Trump, os países que se alinharem às "políticas antiamericanas do Brics" terão uma tarifa adicional de 10%. "Não haverá exceções a esta regra", disse o republicano. No domingo, os líderes do Brics publicaram a Declaração do Rio de Janeiro. Mesmo sem citar nominalmente os Estados Unidos, o texto faz referência ao país ao condenar ataques realizados contra o Irã e a Rússia, dois membros plenos do grupo.

 

'Dono'

 

No encerramento da cúpula, Lula foi questionado, mas se recusou a comentar a postagem de Trump. "Eu não vou comentar essa coisa do Trump e o Bolsonaro, tenho coisa mais importante para comentar do que isso. Esse país tem lei, esse país tem regra, esse país tem um dono, chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa", respondeu o petista.

 

Já na cúpula do Judiciário, integrantes do Supremo optaram pelo silêncio diante das declarações de Trump. Os ministros da Corte avaliam nos bastidores que a defesa institucional do STF e do País cabe ao governo federal e à diplomacia.

 

Os ataques de Trump ao STF não são novidade. Eles se intensificaram no fim de agosto do ano passado, depois que o ministro Alexandre de Moraes retirou do ar o X, a rede social do bilionário Elon Musk, então aliado do presidente dos EUA - os dois romperam recentemente.

 

Em maio deste ano, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou que o país iria restringir a entrada de "funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos", em recado a Moraes. O anúncio de Rubio foi feito no dia seguinte à decisão do STF de abrir inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o filho do ex-presidente brasileiro fez movimentações políticas com o objetivo de acuar o Supremo. Entre os bolsonaristas, há a expectativa de que os Estados Unidos apliquem sanção a Moraes.

 

A declaração de Rubio foi entendida no Supremo como um ataque à instituição, e não apenas a um de seus integrantes. Na ocasião, os ministros também optaram pelo silêncio e deixaram o caso nas mãos do governo federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os iraquianos votaram nesta terça-feira, 11, em uma eleição parlamentar marcada por segurança rigorosa e boicote de um grande bloco político.

O único relato imediato de violência grave foi um confronto durante a noite entre apoiadores de partidos na cidade de Kirkuk, no norte, que deixou dois policiais mortos.

A presença foi escassa em muitas seções eleitorais visitadas por jornalistas da Associated Press. Após o fechamento das urnas, autoridades eleitorais anunciaram uma participação de 55% entre os eleitores registrados.

No entanto, muitos dos 32 milhões de eleitores elegíveis não se registraram. Apenas 21,4 milhões atualizaram suas informações e obtiveram cartões de eleitor, uma diminuição em relação aos 24 milhões na última eleição parlamentar em 2021.

Enquanto isso, a pressão dos EUA se intensifica sobre o governo iraquiano para conter a influência de facções armadas alinhadas ao Irã, algumas das quais tinham candidatos na votação desta terça-feira.

A eleição afirma "o compromisso do povo com esta prática democrática", disse o primeiro-ministro Mohammad Shia al-Sudani, concorrendo a um segundo mandato. Apenas um primeiro-ministro serviu por mais de um mandato desde 2003.

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O grupo de ataque liderado pelo USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, entrou nesta terça-feira na área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos (Southcom), que abrange a América Latina e o Caribe, segundo comunicado da Marinha americana. A movimentação ocorre após ordem do secretário de Guerra, Pete Hegseth, para apoiar a "diretriz presidencial de desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da pátria".

A chegada do porta-aviões ocorre em meio à escalada de tensões entre Washington e o governo de Nicolás Maduro, acusado por autoridades dos EUA de envolvimento com redes de narcotráfico, acusação negada por Caracas.

De acordo com o texto, "a presença reforçada das forças dos EUA no Comando Sul aumentará a capacidade de detectar, monitorar e interromper atores e atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território norte-americano e da região hemisférica", afirmou o porta-voz do Pentágono Sean Parnell.

Ele acrescentou que as forças "ampliarão as capacidades existentes para interromper o tráfico de entorpecentes e degradar e desmantelar organizações criminosas transnacionais".

Com mais de 4 mil marinheiros e dezenas de aeronaves táticas a bordo, o grupo reforçará as tropas já posicionadas na região, incluindo o grupo anfíbio do navio Iwo Jima e unidades expedicionárias de fuzileiros navais.

O comandante do Southcom, almirante Alvin Holsey, declarou que "por meio de um compromisso inabalável e do uso preciso de nossas forças, estamos prontos para combater as ameaças transnacionais que buscam desestabilizar nossa região".

Segundo ele, o envio do Gerald R. Ford representa "um passo crítico para proteger a segurança do Hemisfério Ocidental e a segurança da pátria americana".

O principal promotor público de Istambul apresentou uma acusação abrangente contra o prefeito preso da cidade, Ekrem Imamoglu, acusando-o de 142 crimes relacionados à corrupção e ao crime organizado, buscando uma sentença total de prisão superior a 2.000 anos.

Imamoglu, uma figura proeminente da oposição amplamente vista como um rival chave do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi preso em março junto com vários funcionários municipais acusados de liderar uma organização criminosa, aceitar subornos, extorsão e manipulação de licitações. Ele negou veementemente todas as acusações.

Sua prisão desencadeou a maior onda de manifestações públicas na Turquia em mais de uma década.

O promotor-chefe Akin Gurlek disse que a acusação tem 3.900 páginas e nomeia 402 suspeitos, incluindo Imamoglu como o principal suspeito, segundo relatos da mídia turca.

Uma data para o julgamento deve ser definida assim que o tribunal aceitar formalmente a acusação. Se condenado por todas as acusações, ele pode ser sentenciado a 2.352 anos de prisão. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado