Em evento oficial, lula usa boné 'Brasil é dos brasileiros' e ataca Bolsonaro e filho

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou nesta sexta-feira, 11, um evento oficial para fazer críticas ao clã Bolsonaro. Ao participar da cerimônia de apresentação dos avanços do Novo Acordo Rio Doce, em Linhares (ES), o petista chamou Jair Bolsonaro de "a coisa" e debochou do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) - filho do ex-presidente - o associando à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos do Brasil.

A estratégia de Lula e do governo é culpar a família Bolsonaro pela decisão anunciada por Trump. O Palácio do Planalto tem explorado o discurso de ataque à soberania brasileira por parte dos americanos. "Aquela coisa covarde que preparou um golpe neste país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado e mandou o filho dele para os EUA pedir para o Trump fazer ameaça", afirmou o presidente - que usou o boné com os dizeres "Brasil é dos brasileiros".

Ele questionou a forma como Bolsonaro vem enfrentando o processo do qual é alvo no Supremo Tribunal Federal. "Que tipo de homem é esse que não tem vergonha de enfrentar o processo de cabeça erguida?", perguntou Lula. "Bolsonaro vai ser julgado. Se for inocente, será absolvido, como eu; se for culpado, vai à cadeia", disse.

O petista, porém, não foi absolvido de seus processos. Suas condenações foram anuladas pelo STF após o caso que ficou conhecido como "Vaza Jato" (reportagens com mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro - atual senador - e ao ex-procurador Deltan Dallagnol).

Apesar de não ter adotado um tom agressivo contra Trump na maior parte do discurso, Lula repetiu a argumentação de que o presidente dos Estados Unidos "seria preso" no Brasil se o episódio do Capitólio, ocorrido na capital norte-americana em 2021, tivesse ocorrido em território brasileiro.

A cerimônia em Linhares foi organizada com o objetivo de anunciar o pagamento de R$ 3,7 bilhões em indenizações para 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores familiares do Espírito Santo e de Minas Gerais que foram atingidos, em 2015, pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), da mineradora Samarco - controlada pela Vale e BHP.

Ministros

O evento reuniu ministros do governo federal, que também aproveitaram para atacar os adversários políticos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, insinuou que bolsonaristas que apoiaram a decisão de Trump são "traidores da pátria". "Muitos carregavam em campanhas eleitorais recentes a bandeira do Brasil nas costas para dizer que eram brasileiros de verdade. Mas agora, com o ataque dos EUA, nós sabemos quem são os brasileiros e quem são os traidores da Pátria", afirmou.

Na mesma linha, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que Lula "presta continência a uma única bandeira: a bandeira do Brasil". "Eu quero dar uma boa notícia a vocês, o Brasil tem um presidente da República que pensa em primeiro lugar nos brasileiros, em segundo lugar nos brasileiros e em terceiro lugar nos brasileiros. Quando sobra um tempinho, o presidente Lula também pensa nos brasileiros. Esse aqui, o presidente Lula, ele presta continência a uma única bandeira: a bandeira do Brasil", disse.

"Depois de dez anos (desde o rompimento da barragem), temos agora um acordo feito para vocês, por alguém de vocês e que vai cuidar de vocês, não dos interesses americanos, porque o Brasil é dos brasileiros", afirmou Messias, depois de cantar um trecho da canção Jesus Cristo, do cantor Roberto Carlos, que é capixaba.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, brincou sobre a conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que "não pintou química, pintou uma indústria petroquímica". A brincadeira tirou risos das pessoas que acompanhavam o discurso do presidente durante cerimônia de comemoração do dia dos professores, no Rio de Janeiro.

"Quando fui falar com o (Donald) Trump, não conhecia ele, a gente estava de mal. Tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos, sabe. Então ele me ligou e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia", contou o presidente, em tom de brincadeira. "Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã ainda vamos ter uma conversa de negociação."

Lula não deu detalhes sobre essa conversa e com quem seria, mas a referência deve ser à reunião que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na quinta-feira.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), as equipes técnicas dos dois países já se reúnem nesta quarta-feira, em uma conversa preliminar que será o primeiro filtro das negociações em torno do tarifaço dos Estados Unidos para o Brasil.

A grande questão do momento é saber que pontos os EUA colocarão sobre a mesa: se apenas itens econômicos, ligados à taxação determinada pelo presidente Donald Trump e de futuras trocas de bens e serviços entre os dois países, ou também assuntos ligados a sanções a autoridades domésticas.

O presidente brasileiro também criticou, sem citar nominalmente, o deputado Eduardo Bolsonaro. "Chega de cidadãos indo para os EUA tentar inflar os americanos contra nós", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou sérias dúvidas na terça-feira, 14, sobre o que pode acontecer com o apoio prometido à Argentina, caso o governo do presidente argentino, Javier Milei, sofra uma derrota nas eleições legislativas de 26 de outubro.

"Achamos que Milei vai ganhar as eleições, ele merece", pontuou Trump ao receber o presidente da Argentina na Casa Branca.

E destacou: "Se ele vencer seremos muito prestativos à Argentina, mas, se não, não vamos perder nosso tempo."

O republicano ainda comentou que Milei está perto de um "tremendo sucesso econômico".

Israel devolveu nesta quarta-feira, 15, a Gaza os restos mortais de 45 palestinos, elevando o número total entregue para 90 pessoas, informou o Ministério da Saúde deste território controlado pelo grupo terrorista Hamas. Em virtude do acordo de cessar-fogo impulsionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Israel deve entregar os corpos de 15 palestinos para cada israelense falecido que o Hamas lhe entregar.

Na segunda-feira, 13, o grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de três reféns israelenses e um nepalês para ser repatriado, e na terça-feira, 14, outros três israelenses e um corpo ainda não identificado que, segundo o Exército informou nesta quarta, não era de nenhuma das pessoas que constavam na lista de reféns mortos. Ainda na segunda-feira, os últimos 20 reféns israelenses vivos dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 foram libertados.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, exigiu que o Hamas cumpra os requisitos estabelecidos no acordo de cessar-fogo sobre a devolução dos corpos dos reféns. "Não faremos concessões nisso e não interromperemos nossos esforços até devolvermos o último refém falecido", disse ele. (Com informações de agências internacionais)