Doria já admite disputar reeleição em São Paulo, em vez de campanha ao planalto

Política
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Antes refratário à ideia de disputar a reeleição em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) admite agora abrir mão do projeto presidencial para concorrer a mais um mandato no comando do Estado em 2022. Em recente conversa com o Estadão, Doria foi questionado se mantinha a determinação de não concorrer a mais quatro anos no Palácio dos Bandeirantes. "Diante deste novo quadro da política brasileira, nada deve ser descartado", respondeu o governador. É a primeira vez que o tucano admite a hipótese claramente.

O governador costumava enfatizar que, por princípio, era contra a reeleição. Também em entrevista ao Estadão, em novembro de 2020, ele afirmou de forma contundente que não disputaria um novo mandato. O cenário mudou muito entre as duas declarações.

No fato mais recente, a anulação das condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato - que restabeleceu seus direitos políticos - projeta uma polarização entre ele e o presidente Jair Bolsonaro em 2022, o que tende a estreitar o espaço para candidaturas.

O otimismo que reinava no Palácio dos Bandeirantes em janeiro, quando foi aplicada a primeira vacina do Brasil em São Paulo, deu lugar à preocupação com o desgaste político causado pela adoção de medidas mais restritivas para combater a pandemia do coronavírus. Nas mais recentes pesquisas sobre o cenário eleitoral de 2022, Doria aparece em desvantagem em relação aos mais cotados para chegar a um eventual segundo turno.

O PSDB marcou prévias referentes à disputa presidencial para outubro, um ano antes das eleições. Doria tem afirmado que acredita que legenda pode até apoiar um outro candidato em 2022 - além do paulista, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite é também cotado como potencial candidato tucano.

No plano estadual, as prévias ocorrerão um mês antes. O diretório paulista do PSDB se reunirá na semana que vem para deflagrar o processo no Estado, mas a ideia, segundo dirigentes tucanos, é que uma resolução garanta que se o governador optar pela reeleição tenha a vaga assegurada e não precise se submeter a uma disputa interna.

Apesar da garantia que vai receber do PSDB estadual caso decida concorrer a um novo mandato, Doria não abandonou seu projeto nacional. Nas conversas reservadas costuma lembrar que venceu nas únicas vezes que o partido recorreu às prévias: em 2016 na capital paulista, e em 2018 para o governo.

No PSDB paulista, porém, o debate sobre a alternativa reeleição já está estabelecido e divide aliados de Doria. Prefeitos do interior e litoral pressionam o governador para que fique em São Paulo, enquanto dirigentes da sigla pregam que não abandone o projeto presidencial.

"Esse momento de pandemia exige mais tempo de trabalho. A manutenção do mandato do governador Doria e de sua equipe é fundamental para a recuperação do Estado", disse Marco Aurélio Gomes, prefeito tucano de Itanhaém. "Tenho certeza que Doria é o melhor candidato à Presidência para reconduzir o Brasil para o desenvolvimento", rebateu o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, que também é secretário de Desenvolvimento Regional.

Rodrigo Garcia

Questionado a respeito da reunião dos tucanos sobre prévias na semana que vem, Vinholi disse que o objetivo é sacramentar que o PSDB vai ter candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes, o que inviabiliza o apoio do partido a uma eventual candidatura do vice, Rodrigo Garcia, que hoje está no DEM. Se Doria optar pela disputa presidencial, terá que deixar o governo em abril, abrindo caminho para Garcia.

"As portas do PSDB estão abertas para o Rodrigo Garcia", disse Vinholi. Neste cenário, o vice deixaria o DEM, teria a garantia de concorrer à reeleição e montaria um palanque sólido e unificado para Doria em São Paulo. Em 2018, o então governador Geraldo Alckmin não conseguiu levar o PSDB a apoiar seu vice, Márcio França (PSB), e viu sua base dividida no Estado.

A fila de nomes colocados pelo PSDB para disputar as prévias em São Paulo é puxada pelo ex-governador Geraldo Alckmin. Também estão na lista o próprio Vinholi, o presidente da Assembleia, Cauê Macris, e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. Essa disputa, porém, depende das decisões de Doria e Garcia. "Tenho convicção que o Rodrigo Garcia vai anunciar a filiação dele ao PSDB no máximo até abril", disse Morando. Procurado, Garcia não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O plano proposto pelo Egito como alternativa à solução desejada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Gaza visa reconstruir a região até 2030 mantendo a população local e a um custo de US$ 53 bilhões.

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Comando

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O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou cortar o financiamento federal a "qualquer faculdade, escola ou universidade que permita protestos ilegais". Em sua conta na Truth Social, Trump afirmou que "agitadores serão presos ou enviados permanentemente de volta ao país de onde vieram. Estudantes americanos serão expulsos permanentemente ou, dependendo do crime, presos."

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.