Delegados da PF criticam gestão da pandemia e cobram vacinação de policiais

Política
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Profissionais das forças de Segurança continuam a cobrar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dos governadores e dos prefeitos agilidade na imunização das corporações contra a covid-19. A Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) foi a entidade de classe que, mais recentemente, endossou o coro pela vacinação das tropas.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 22, a Fenadepol diz que 'pouquíssimos' municípios estão vacinando os profissionais do setor e manifesta inconformismo em ver policiais expostos ao risco de contaminação pelo novo coronavírus por 'absoluta falta de gestão eficaz da crise sanitária', segundo afirma no texto.

"O ritmo de vacinação atual desagrada e preocupa enormemente", diz um trecho da nota. "É urgente que tanto os chefes do Poder Executivo, como o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça, dêem clara demonstração de eficácia na gestão da crise e comandem data certa para vacinação dos profissionais da segurança pública, bem como seja feito o que todos esperam do governo federal que é ofertar em quantidade suficiente vacinas para imunizar toda a população brasileira."

A entidade diz ainda que, embora continuem trabalhando, inclusive na fiscalização das medidas de restrição, os policiais foram 'deixados à sua própria sorte'

"É urgente que as autoridades do Ministério da Saúde, como gestoras do Plano Nacional de Imunização, e do Ministério da Justiça consertem esse grave equívoco. Igualmente os governadores, prefeitos e parlamentares, sobretudo a classe política que se elegeu sob a promessa de valorizar a segurança pública, tem que tomar providências para garantia da proteção desses agentes públicos mais expostos ao vírus", afirma a nota.

A Fenadepol também chamou seus associados a participarem da manifestação nacional contra mudanças nas carreiras policiais aprovadas na PEC Emergencial e na Reforma Administrativa.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:

A Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (FENADEPOL) manifesta grande preocupação da classe com o agravamento da crise pandêmica, classificada como o "maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil" - de acordo com a edição do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz - e com a lentidão com que vem ocorrendo a vacinação no território nacional, sobretudo com novas variantes do vírus circulando livremente, despertando a atenção de todos os governos no mundo.

Além disso, a rede de atendimento hospitalar no Brasil caminha a passos largos para o esgotamento de sua capacidade de leitos de UTI e de fazer frente aos impactos que o vírus causa. Foi noticiado, ainda, que os estoques de medicamentos para intubação de pacientes graves estão acabando.

Chama a atenção a nítida falta de políticas públicas de gestão nacional da crise com unificação em território nacional de medidas de prevenção e enfrentamento de "Fake news", o que está levando ao caos o controle da pandemia por aqui. As novas variantes do vírus passaram a atacar com maior severidade indivíduos mais jovens, levando os casos de óbitos a aumentarem vertiginosamente na faixa etária em que se encontram os policiais do Brasil.

Toda esta situação acabou deixando os policiais à sua própria sorte, numa indefinida e longa espera, mesmo em se tratando de categoria que está ao longo de toda a crise trabalhando, enfrentando todos os dias o vírus e os criminosos nas ruas do país. Policiais dedicados e cumpridores dos seus deveres estão se expondo nas operações, inclusive de combate a festas clandestinas, de fechamento de estabelecimentos com funcionamento proibido e nas medidas de restrição de circulação das pessoas.

É urgente que as autoridades do Ministério da Saúde, como gestoras do Plano Nacional de Imunização, e do Ministério da Justiça consertem esse grave equívoco. Igualmente os governadores, prefeitos e parlamentares, sobretudo a classe política que se elegeu sob a promessa de valorizar a segurança pública, tem que tomar providências para garantia da proteção desses agentes públicos mais expostos ao vírus. Infelizmente no país, pouquíssimos municípios já estão vacinando os profissionais da segurança pública.

É urgente, também, que as autoridades do país ajam com o máximo de rigor e de velocidade ao adquirirem imunizantes suficientes para vacinar toda a população brasileira nos próximos meses. O ritmo de vacinação atual desagrada e preocupa enormemente. Convém mencionar, ainda que testes-covid em massa e gratuitos precisam ser disponibilizados para a população, sobretudo para aqueles que estão mais expostos e que representam o Estado.

A FENADEPOL manifesta seu inconformismo em ver os profissionais de polícia tendo que todo dia acordar e enfrentar o vírus sem proteção e se expondo a contrair a doença e se vitimarem por absoluta falta de gestão eficaz da crise sanitária que não consegue disponibilizar vacina para quem não pode se afastar das ruas e por consequência do vírus.

Assim sendo, é urgente que tanto os chefes do Poder Executivo, como o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça, dêem clara demonstração de eficácia na gestão da crise e comandem data certa para vacinação dos profissionais da segurança pública, bem como seja feito o que todos esperam do governo federal que é ofertar em quantidade suficiente vacinas para imunizar toda a população brasileira.

Com essas medidas, vidas serão preservadas, o país terá sua economia normalizada e voltará a ter credibilidade internacional. As fronteiras novamente voltarão a se abrir, permitindo que os brasileiros circulem entre países, sem restrições que hoje coloca os brasileiros como excluídos da comunidade internacional. A FENADEPOL estará presente nas manifestações da UPB - União dos Policiais do Brasil no dia 22 de março em todo o país, em defesa desta pauta e contra as medidas que afetam a segurança pública.

Tania Prado, presidente da FENADEPOL, entidade que engloba os sindicatos dos Delegados da PF.

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

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Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

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