Moraes autoriza execução da pena de 'Débora do batom' em prisão domiciliar

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira, 15, a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como "Débora do batom", a cumprir pena em prisão domiciliar.

O caso transitou em julgado, ou seja, foram esgotados todos os recursos disponíveis pela defesa em 26 de agosto. Débora pichou a Estátua dos Três Poderes com a frase "Perdeu, mané" durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, e virou símbolo do bolsonarismo que pede anistia aos envolvidos nos ataques.

A cabeleireira foi condenada a 14 anos de prisão pela Primeira Turma da Corte em abril, pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Débora teve a prisão preventiva substituída pela prisão domiciliar em março. O cumprimento da pena em casa inclui o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de usar as redes sociais e de receber visitas sem autorização, além de não poder conceder entrevistas e de se comunicar com outros investigados do caso, cautelares que já estavam em vigor.

A defesa da condenada também informou que pedido de progressão de regime aguarda análise do mérito, fundamentado no cálculo de execução penal e no período em que ela já cumpriu prisão preventiva. Débora estava presa há dois anos, desde a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023, quando foi autorizada por Moraes a seguir em prisão domiciliar.

O julgamento da cabeleireira gerou a primeira divergência com Moraes na Primeira Turma do STF, com o ministro Luiz Fux defendendo pena de 1 ano e seis meses para Débora. Foi a primeira vez que um ministro discordou publicamente do relator das ações do plano de golpe e do 8 de Janeiro.

Na época, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) interpretaram o voto de Fux como um sinal de que o ministro também iria divergir no julgamento do núcleo central, o que ocorreu no último dia 11, com voto de mais de 12 horas de duração do ministro para absolver Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado pelos mesmos crimes de Débora, com pena de privação de liberdade de 27 anos e 3 meses.

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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, irá ao Catar após se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Israel. A visita, anunciada nesta segunda-feira, ocorre enquanto a região ainda está se recuperando do ataque israelense que teve como alvo líderes do Hamas em Doha. Os EUA têm buscado aliviar as tensões entre seus dois aliados próximos.

Netanyahu e Rubio ficaram lado a lado em Jerusalém e minimizaram o furor que, pelo menos por um curto período, surpreendeu a administração Trump. Não houve sinais de frustração ou aborrecimento dos EUA com as últimas ações de Israel, embora Trump tenha deixado claro seu descontentamento com o ataque unilateral do país ao Hamas no Catar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que falará com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira sobre um acordo significativo para o TikTok. "Talvez o TikTok possa nos aproximar da China", afirmou ele em coletiva de imprensa.

O republicano ainda comentou que os EUA têm "provas gravadas sobre barco com drogas na Venezuela", quando perguntado sobre um segundo ataque contra organizações consideradas criminosas pelo governo americano.

À respeito do Oriente Médio, Trump voltou a dizer que Israel não o avisou com antecedência sobre o ataque no Catar e que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não visitará o emirado.

Além de Memphis, o presidente dos EUA pretende fazer intervenções federais também em Nova Orleans e St. Louis.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a cobrar a libertação "imediata" dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas e sugeriu que, se isso não ocorrer, tudo o que havia sido acordado anteriormente pode ser alterado.

Em publicação na Truth Social, o republicano disse ter lido uma notícia segundo a qual o Hamas teria transferido reféns para a superfície a fim de usá-los como escudos humanos contra a ofensiva terrestre de Israel. "Espero que os líderes do Hamas saibam no que estão se metendo se fizerem uma coisa dessas. Isso é uma atrocidade humana como poucas já vistas antes", escreveu.

Trump não especificou qual reportagem havia lido. Mais cedo, o jornal britânico The Telegraph publicou relato de uma mãe israelense que afirmou que seu filho estaria servindo como "escudo humano" na superfície de Gaza.