Câmara dos Deputados encerra a discussão e vota PEC da Blindagem de parlamentares

Política
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A Câmara dos Deputados aprovou por 346 votos a 122, o encerramento da discussão da chamada "PEC da Blindagem", que restringe as possibilidades de investigação dos parlamentares, com a exigência de que a Casa Legislativa ao qual pertence tenha que autorizar a abertura de processos contra eles. Antes, por 324 votos a 137, os parlamentares já tinham derrubado um requerimento para retirar o tema da pauta. Os deputados realizam neste momento a votação em 1º turno. São necessários 308 para aprovar o texto, o que indica que a proposta tende a receber o aval da Casa Legislativa.

Relator da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA) afirmou que a necessidade de autorização do Congresso Nacional para a abertura de processos contra parlamentares "é o modelo mais equilibrado, equânime e democrático" para preservar o Legislativo.As declarações ocorreram durante a leitura de seu parecer no plenário da Câmara, nesta terça-feira, 16. O deputado disse que o pleno exercício das atividades parlamentares só será possível se o Congresso tiver as devidas prerrogativas".

"Concluímos ser necessário, neste momento, voltar às garantias aos congressistas no exercício do mandato e em função dele", declarou. "Plena liberdade como forma de preservar o Legislativo e o princípio da separação dos Poderes e a soberania popular, e portanto, a própria democracia", acrescentou.

Entre as medidas anunciadas, está a necessidade de licença da Casa, por meio de votação secreta, para uma ordem de prisão ou de abertura de processo contra um parlamentar. A apreciação deve ocorrer em até 90 dias após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que permanece como o foro especial para os congressistas. Além disso, se o Congresso indeferir a licença, haverá suspensão da prescrição enquanto durar o mandato, o que o relator considera um "compromisso em evitar a blindagem de quem quer que seja".

Cajado incluiu ainda os presidentes de partidos com representação no Congresso na lista de autoridades com direito ao foro no STF. Segundo o deputado, o projeto não trata de "privilégios individuais". Ele afirmou ainda ter absorvido alguns dispositivos que haviam sido propostos pelo indicado anterior à relatoria, Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

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A justiça argentina suspendeu nesta terça-feira, 16, a proibição de meios de comunicação divulgarem áudios da irmã do presidente Javier Milei gravados ilegalmente durante reuniões políticas - uma restrição que organizações jornalísticas classificaram como um ataque à liberdade de expressão.

Foi a própria Karina Milei quem solicitou ao juiz civil Patricio Maraniello que anulasse a medida preventiva que ela mesma havia impulsionado no início deste mês após a publicação das conversas. O conteúdo dos áudios não faz alusão a nenhum ilícito, mas expôs a vulnerabilidade da cúpula do poder. Neles, Karina Milei - secretária-geral da presidência - diz a seu interlocutor não identificado que "não podemos entrar em briga entre nós. Temos que estar unidos".

O governo denunciou imediatamente à justiça "um ataque a uma das principais figuras do governo nacional, por meio de uma operação de inteligência não institucional grosseira".

O Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira, 16, novas sanções contra indivíduos e empresas acusados de sustentar a rede financeira ligada à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), grupo paramilitar do Irã, e ao Ministério da Defesa do país persa. Em comunicado, o governo americano informou que sancionou dois facilitadores financeiros iranianos e mais de uma dúzia de indivíduos e entidades localizados em Hong Kong e nos Emirados Árabes Unidos por operações de lavagem de dinheiro e uso de criptomoedas que teriam ajudado a financiar a venda de petróleo iraniano.

Segundo o texto, essas redes de "shadow banking" abusam do sistema financeiro internacional para "evadir sanções por meio de empresas de fachada e criptomoedas". O subsecretário para Terrorismo e Inteligência Financeira, John Hurley, afirmou que, sob o governo Trump, os EUA "continuarão a interromper esses fluxos financeiros que sustentam os programas de armas do Irã e atividades malignas no Oriente Médio e além".

As medidas incluem nomes como os iranianos Alireza Derakhshan e Arash Estaki Alivand, acusados de coordenar a compra de mais de US$ 100 milhões em criptomoedas entre 2023 e 2025 para transações de petróleo. Também foram identificadas empresas nos Emirados Árabes e em Hong Kong, como a Alpa Trading - FZCO e a Powell Raw Materials Trading, que teriam movimentado "centenas de milhões de dólares" em nome da Defesa iraniana e da IRGC.

O Tesouro destacou que essa é a segunda rodada de sanções contra a infraestrutura de "shadow banking" iraniana desde que Trump determinou a campanha de "máxima pressão" sobre Teerã. Redes semelhantes já haviam sido alvo em junho e julho deste ano.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta terça-feira, 16, que o órgão apresentará em breve seu 19º pacote de sanções contra a Rússia, visando criptomoedas, bancos e energia.

Segundo ela, a economia de guerra da Rússia, sustentada pelas receitas dos combustíveis fósseis, está financiando o "derramamento de sangue na Ucrânia".

"Para pôr fim a isso, a Comissão proporá acelerar a eliminação gradual das importações de combustíveis fósseis russos", escreveu von der Leyen na rede X.

A presidente da Comissão ainda afirmou que as ações vem após ela e o presidente dos EUA, Donald Trump, terem uma "boa conversa" sobre o fortalecimento de esforços conjuntos para aumentar a pressão econômica sobre a Rússia por meio de medidas adicionais.