Ex-deputado e ex-diretor da ANP, Haroldo Lima morre de covid-19 aos 81 anos

Política
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Morreu de covid-19 na madrugada desta quarta-feira (24) o ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e ex-deputado Haroldo Lima (PCdoB-BA), baiano de Caetité, aos 81 anos. Lima foi preso na ditadura e se filiou ao MDB para conseguir se eleger, retornando ao PCdoB após a sua legalização.

De acordo com o PCdoB da Bahia, Haroldo foi um sobrevivente do episódio que ficou conhecido como "Chacina da Lapa", em 1976, que matou três dirigentes do Partido. Com a abertura política, no final da década de 1970, voltou à Bahia, mas foi novamente preso, no início da década de 1980, acusado de promover um "quebra-quebra" em Salvador, pela participação em movimentos memoráveis contra a carestia e por melhores condições de vida na capital baiana.

Foi eleito outras quatro vezes, já pelo Partido Comunista, para a Câmara Federal, tendo sido, inclusive, deputado constituinte em 1988. No governo Lula, esteve à frente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no período de descoberta do pré-sal. Atualmente, Haroldo Lima integrava o Comitê Central do PCdoB e o Comitê Estadual da Bahia.

Por conta da atuação política, foi perseguido, preso e torturado, viveu na clandestinidade e viu ser detida também a esposa, Solange Silvany, a primeira presa política da Bahia. Neste período, ingressou no Partido Comunista e contribuiu com a organização da Guerrilha do Araguaia.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA), lamentou a morte de Lima nas redes sociais. "Hoje o amigo Haroldo Lima nos deixou. Grande defensor da nossa Pátria e da luta popular. Foi deputado federal por 5 mandatos e presidente da Agência Nacional do Petróleo. Conhecia como poucos o tema da Energia no Brasil. Mais uma vítima do coronavírus", disse o governador.

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) também lamentou a perda: "mais um bravo que se vai, vítima da covid que o desgoverno federal estimula...O Brasil perde. Solidariedade à família e aos amigos ", afirmou no Twitter.

Celson Cunha, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), afirmou que Haroldo Lima era uma referência política de equilíbrio, coragem e firmeza na defesa dos interesses nacionais, além de um grande apoiador do setor nuclear. "Infelizmente essa doença leva mais um amigo um 'Mestre Yoda' que tive em minha vida e um grande e atuante brasileiro. Foi um grande amigo da Marinha brasileira", disse Cunha.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.