Sob pressão, Sabino divulga pesquisa em que 81% dos paraenses estão otimistas com COP30

Política
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Pesquisa da realizada pela Nexus Inteligência de Dados, encomendada pelo Ministério do Turismo, aponta que 81% dos moradores de Belém, capital do Pará, estão otimistas com os impactos da COP30 na cidade.

 

A divulgação vem em um momento delicado para o ministro do Turismo, Celso Sabino, que é pressionado pelo seu partido, o União Brasil, a deixar o cargo. Ele é alvo de um processo interno de expulsão da sigla, mas não quer sair da cadeira a um mês do evento climático em Belém.

 

Sabino é paraense e tem pretensões de disputar uma vaga ao Senado pelo Pará em 2026. Para ele, os dados confirmam a importância da Conferência Climática como um marco para a economia local.

 

"A Belém que estamos preparando para a COP30 não é uma cidade de fachada. É a Belém do povo que receberá um legado real com os diversos investimentos feitos na cidade. O que estamos fazendo aqui não é apenas organizar um evento, é construir um legado de esperança e autoestima para o povo da Amazônia", declarou o ministro.

 

De acordo com o levantamento da Nexus, 71% da população acredita que o turismo, hotelaria e gastronomia devem ser os mais beneficiados do ponto de vista econômico, seguidos por comércio e varejo (33%).

 

A pesquisa dá indícios de por que Sabino não quer deixar a Pasta. Segundo o estudo divulgado pelo ministério, 70% dos paraenses esperam um impacto positivo ou muito positivo com a realização da COP30 de uma forma ampla.

 

Sabino chegou a comunicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que deixaria o ministério, mas depois de uma série de viagens ao lado do petista no Pará, voltou a circular que ficaria na cadeira mesmo a revelia de seu partido.

 

A pesquisa foi realizada pela Nexus Inteligência de Dados entre os dias 18 e 22 de setembro de 2025, com 1.506 moradores de Belém. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, com um nível de confiança de 95%.

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A imprensa internacional repercutiu nesta segunda-feira, 6, a ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência e trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação.

Os veículos estrangeiros destacaram que Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço sobre produtos brasileiros e de medidas contra autoridades.

O norte-americano The Washington Post informou, em uma nota curta, que Lula pediu pelo fim das tarifas extras de 40% e que reiterou convite para que Trump venha à COP 30, em Belém (PA).

O espanhol El País ressaltou que a conversa foi a primeira entre os dois líderes desde o início das tensões diplomáticas em razão do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também publicou a manifestação de ambos em seus perfis oficiais (Lula na rede social X e Trump na Truth Social).

"A conversa telefônica entre os presidentes parece suavizar uma relação que havia alcançado altos níveis de tensão", escreveu o jornal.

De acordo com o jornal francês Le Monde, a ligação foi "amigável". A reação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e seu papel nas negociações para que a conversa ocorresse foi mencionada, assim como sua opinião de que tudo correu "melhor que o esperado".

A Bloomberg reportou a reação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e mencionou a intercessão de empresários brasileiros nos EUA para tentar articular um contato entre os presidentes.

"O setor privado brasileiro uniu esforços para aprimorar o diálogo entre os dois países, com empresas líderes e grupos industriais sendo convocados a fornecer informações sobre seus setores", diz a Bloomberg.

Já o jornal português Público se referiu ao momento vivido pelos dois países como "uma crise diplomática sem precedente". A situação foi desencadeada, segundo a reportagem, pela condenação de Bolsonaro e pela "presidência brasileira nos BRICS".

O jornal também relembrou as sanções impostas pelos EUA: "Para além das tarifas, os Estados Unidos restringiram os vistos a várias autoridades políticas e judiciárias do Brasil, como os juízes do Supremo Tribunal Federal, e impuseram a Lei Magnitsky ao juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro".

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que seu governo fará algo em relação aos agricultores americanos nesta semana, sem dar mais detalhes, durante falas para jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira.

A sinalização acontece após o republicano dizer que planeja um pacote de ajuda para os agricultores de soja dos EUA, em meio ao boicote da China aos grãos americanos, por conta da guerra comercial travada entre os dois países.

Nos comentários, Trump também disse que tomou a decisão de enviar mísseis para a Ucrânia, mas quer "ter certeza do que eles estão fazendo com eles primeiro".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 6, que o Hamas "está concordando com coisas muito importantes" do plano de paz proposto por Washington para encerrar a guerra em Gaza. "Temos praticamente todas as nações trabalhando neste acordo e tentando concluí-lo. É um acordo em que, incrivelmente, todos se uniram", declarou.

Trump ressaltou, porém, que há "linhas vermelhas" que não pretende cruzar. "Se certas condições não forem cumpridas, eu não farei o acordo", advertiu o republicano.

Ele também negou ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que parasse de criticar o plano de libertação de reféns, dizendo: "Eu não disse a Netanyahu para deixar de ser negativo sobre o acordo dos reféns".

Em outro momento, o presidente comentou a paralisação parcial do governo americano, afirmando que "as negociações com os democratas sobre os planos de saúde estão em andamento".

Trump também voltou a justificar o envio da Guarda Nacional a cidades americanas, dizendo que a medida começou por Washington, agora "a cidade mais segura dos EUA".

Questionado sobre as condições para invocar o Insurrection Act, que autoriza o uso das Forças Armadas em território nacional, afirmou: "Se pessoas estivessem sendo mortas e os tribunais ou autoridades locais nos impedissem, eu agiria."