Senado aprova criação de 530 novos cargos no STF e STJ com remanejamento de R$ 25 milhões

Política
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O Senado aprovou em outubro a criação de 530 novos cargos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que depende agora de sanção presidencial. Nos dois casos, ocorre um remanejamento do orçamento do Judiciário, o que foi utilizado como argumento no parecer dos relatores. Em 2026, cerca de R$ 25 milhões seriam direcionados às novas vagas.

Os projetos de lei são de iniciativa dos próprios tribunais e foram enviados porque, ainda que não haja acréscimo nos repasses da União, é preciso redesenhar o orçamento da Corte para a nova destinação específica.

Ao todo, serão 490 funções comissionadas de nível FC6, que contam com um adicional de R$ 3.072,36 na folha de pagamento. Segundo o STF, elas "só podem ser ocupadas por servidores públicos concursados e que se disponham a trabalhar com temas de maior complexidade e maior responsabilidade".

A justificativa para a criação é aumentar a retenção de profissionais qualificados. "Com funções mais baixas, os gabinetes (dos ministros) acabam tendo uma grande instabilidade e rotatividade no quadro de servidores, que saem das funções quando conseguem gratificações maiores em outras áreas administrativas, o que traz prejuízo aos processos", argumentou o STF.

No Supremo, proposta aprovada na quarta-feira, 22, prevê a criação de 160 dessas funções comissionadas e 40 cargos de técnico judiciário para atuação como policial judicial. O impacto apenas das funções comissionadas é de cerca de R$ 7,8 milhões neste ano, valor que se repete em 2026.

Atualmente, cada gabinete de ministro tem 17 servidores ocupantes de cargos comissionados: 1 FC-6, 3 FC-4 (incremento de R$ 2.056,28 no contracheque) e 13 FC-3 (acréscimo de R$ 1.461,81). Se o projeto for sancionado, o STF afirma que vai acrescentar 16 cargos FC-6 em cada gabinete de ministro, totalizando 17 por gabinete, e remanejar os demais cargos com adicionais menores para outras áreas.

O relator, senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu o projeto e disse que o reforço no quadro de pessoal busca aprimorar o funcionamento do tribunal. "Não vamos aumentar um real sequer de repasse no Orçamento", afirmou.

Ele também citou o aumento de ameaças direcionadas à Corte e a seus ministros como justificativa para a criação dos novos cargos para policiais.

Durante a votação, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) considerou inadequado aprovar a medida em meio ao cenário fiscal do país. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o Supremo "está distante do povo" e que o pedido de criação de cargos representa "um desaforo".

O projeto que cria as 330 funções comissionadas no STJ foi aprovado na última terça-feira, 14. O impacto da medida em 2025 será de R$ 8,7 milhões e, a partir de 2026, será de R$ 17,49 milhões por ano.

"Do ponto de vista orçamentário, a proposta não implica aumento de limite de despesas primárias, estando integralmente compatível com o teto orçamentário do STJ e com as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou a relatora, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO).

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Uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, ainda é possível, mas deverá ser "produtiva e um bom uso do tempo" do republicano, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva nesta quinta-feira, 23.

Segundo ela, Trump quer ver "mais ações" russas em busca de alcançar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, e não apenas "promessas de paz".

"Trump está motivado depois de conseguir o cessar-fogo no Oriente Médio, mas tem ficado cada vez mais frustrado depois de meses sem avanço entre Rússia e Ucrânia", disse, ao afirmar que a ligação entre o secretário de Estado, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, não foi o "único motivo para novas sanções".

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou na quarta-feira, 22, sanções contra duas das maiores empresas petrolíferas russas, Rosneft e Lukoil, com o argumento de que Putin se recusa "a pôr fim" à guerra. O anúncio das sanções ocorreu depois que Trump adiou uma reunião com Putin em Budapeste devido à falta de progresso nas negociações.

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Sobre as sanções, ela reconheceu que o governo pode aplicar ainda mais restrições contra a Rússia, se necessário. "Mas a decisão cabe a Trump", frisou.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se encontrará com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, para negociações comerciais na Malásia, confirmou o Departamento do Tesouro, em nota divulgada há pouco. Bessent permanecerá no país e acompanhará o presidente Donald Trump em sua tour por países asiáticos.

Segundo o comunicado, o secretário do Tesouro participará da 47ª cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean, em inglês), em Kuala Lumpur. Depois, Bessent acompanhará a visita de Estado do presidente Trump ao Japão e participará da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, em inglês) na Coreia do Sul.

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Em evento na Casa Branca, Trump disse acreditar que o próximo encontro entre os dois líderes, marcado para quinta-feira, "vai terminar muito bem", sinalizando disposição para o diálogo, mas mantendo o tom duro em relação ao tráfico de drogas e ao papel de Pequim.

Sobre a Venezuela, o presidente afirmou que os Estados Unidos "não estão nada felizes" com o governo de Nicolás Maduro e que indicou que os americanos farão uma ação terrestre no país sul-americano "em breve". Ele negou, porém, reportagens sobre voos com bombardeiros B1 e caças americanos perto do país, dizendo que "as informações não são precisas".

Trump acrescentou que seu governo pode levar ao Congresso uma proposta voltada ao combate às chamadas "drogas terrestres", mas negou que pedirá uma "declaração de guerra" contra os cartéis. Em outro momento, comentou brevemente a situação de frágil cessar-fogo no Oriente Médio, afirmando que "Israel não fará nada sobre a Cisjordânia".