Após piora, Covas tem acúmulo de líquido ao redor do pulmão e no abdômen

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), está recebendo alimentação complementar por via intravenosa e apresenta acúmulo de líquidos ao redor do pulmão e no abdômen. Esse acúmulo é decorrente de uma inflamação causada por um dos tumores que atingem seu fígado, motivo pelo qual segue sem previsão de alta no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Covas só deve deixar o hospital quando houver confirmação de que o volume de líquido extra foi reduzido.

A alimentação complementar está sendo aplicada durante a noite, mas Covas se alimenta por via oral normalmente. A opção pela complementação, segundo a equipe médica, se deu para tentar aumentar o peso do prefeito, para fortalecê-lo enquanto passar pelo tratamento.

Apesar do cenário adverso, o infectologista David Uip, diretor do Centro de Infectologia do Sírio, afirmou que Covas apresenta boa condição clínica e se mantém apto para permanecer exercendo seu mandato enquanto segue o tratamento.

"O prefeito quer que absolutamente tudo seja informado e que a equipe médica fique disponibilizada para prestar os esclarecimentos a vocês", disse o médico a jornalistas, durante coletiva de imprensa convocada para esta quarta-feira, 21, no auditório do hospital. "Ele vai para frente, vai para cima e foi eleito. Em momento algum, quer se afastar de suas atividades. Tem competência para isso e assim continuará."

Os líquidos estão acumulados no espaço pleural e espaço peritoneal, ao redor dos órgãos do tórax mas, segundo os médicos, não afetam a respiração do prefeito. O processo de drenagem desse líquido excedente teve início na segunda-feira. Os drenos, instalados nas laterais do corpo, só serão retirados quando o volume de líquido se reduzir, o que ainda não tem previsão de ocorrer.

Embora esse acúmulo seja causado pela inflamação do fígado, os médicos não vincularam sua alta médica ao sucesso no tratamento do câncer: ele poderá continuar o tratamento em casa caso os drenos se mostrem eficientes. A redução é necessária para proteger os demais órgãos, em especial o pulmão, de complicações.

No momento, Covas tem cinco tumores no fígado, um na estrutura da bacia e outro na coluna vertebral. Os novos pontos foram descobertos no dia 15, após exames complementares realizados pelo prefeito. Ele passa por um tratamento que combina dois medicamentos quimioterápicos e dois imunobiológicos. "O surgimento de metástase nos ossos e novos lesões no fígado mostram agravamento da doença, e por isso houve mudança de estratégia no tratamento oncológico", disse Uip.

Nesta terça, 21, após divulgação de seu último boletim médico, Covas publicou mensagem em sua conta no Instagram. "A luta continua e o trabalho não pode parar. O apoio e o carinho que recebo todos os dias me dão cada vez mais força. Seguirei como sempre: de cabeça erguida e cumprindo, junto com minha equipe, nossos compromissos com São Paulo", disse o texto.

Covas não está afastado da Prefeitura e, segundo seus médicos, poderá permanecer no cargo enquanto se sentir capaz. Ele despacha com secretários de forma virtual e com visitas dos auxiliares mais próximos, enquanto seu vice, Ricardo Nunes (MDB), mantém uma agenda administrativa que inclui a participação em blitze contra o funcionamento de locais que promovem aglomerações.

Na coletiva, além de Uip, estavam o diretor do Centro de Cardiologia do hospital, Roberto Kalil, o diretor do Centro de Oncologia, Arhur Katz, o oncologista Tulio Pfiffer e o diretor do Centro Clínico, Angelo Fernandez. Ele está sendo acompanhado pela junta médica e, segundo Uip, está recebendo "o tratamento mais moderno do mundo".

Covas descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores - um no fígado, um na cárdia (a transição entre o fígado e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com os tratamentos de imunoterapia e quimioterapia e dois dos três ferimentos chegaram a desaparecer, enquanto o ferimento no fígado havia diminuído, mas ainda persistido.

Em fevereiro deste ano, os médicos identificaram um novo tumor no fígado, e ele retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e seus ossos.

Em outra categoria

A Suprema Corte dos EUA rejeitou nesta quarta-feira, 5, o pedido de Donald Trump para congelar US$ 2 bilhões em ajuda externa, parte dos esforços do governo para cortar gastos. Foi a primeira grande decisão do tribunal contra a Casa Branca desde a volta do presidente ao poder. Isso ocorreu apesar de Trump ter indicado três dos nove juízes, formando uma maioria conservadora de 6 a 3.

Ontem, o recurso de Trump foi negado por 5 votos a 4 - os conservadores John Roberts e Amy Coney Barrett se juntaram às três magistradas progressistas para manter a decisão de uma instância inferior exigindo que o governo fizesse pagamentos em contratos que já foram concluídos, invalidando o decreto assinado em 20 de janeiro, que suspendia a ajuda internacional por 90 dias.

Na decisão, a Suprema Corte determina que o juiz federal Amir Ali, que ordenou o restabelecimento dos pagamentos pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e pelo Departamento de Estado, esclareça "quais obrigações o governo deve cumprir".

"Um único juiz de um tribunal distrital, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder irrestrito de obrigar o governo dos EUA a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", argumentou o conservador Samuel Alito, na declaração dissidente, assinada pela minoria. "A resposta a essa pergunta deveria ser um enfático 'não', mas a maioria deste tribunal, aparentemente, pensa o contrário. Estou chocado."

Cortes de gastos

O governo suspendeu a ajuda externa no dia da posse de Trump. Beneficiários e ONGs entraram com duas ações judiciais contestando o congelamento dos fundos, alegando inconstitucionalidade - as dotações orçamentárias são um poder do Congresso e cabe ao Executivo apenas cumpri-las.

Os grupos que contestaram o governo argumentaram que os fundos congelados causariam uma série de crises, ameaçando cuidados médicos essenciais ao redor do mundo, deixando alimentos apodrecendo em armazéns, arruinando negócios, colocando em risco a propagação de doenças e causando instabilidade política.

"É devastador o impacto dessa conduta ilegal em empresas grandes e pequenas, forçadas a encerrar seus programas e demitir funcionários; em crianças famintas ao redor do mundo que ficarão sem nada; em populações ao redor do mundo enfrentando doenças mortais; e em nossa ordem constitucional", escreveram os advogados do Global Health Council, organização que representa grupos de saúde, em um dos processos.

O juiz Amir Ali, do Tribunal Distrital Federal em Washington, nomeado pelo presidente Joe Biden, emitiu uma ordem de restrição temporária, em 13 de fevereiro, proibindo funcionários do governo de suspender os pagamentos alocados antes de Trump assumir o cargo. Na decisão, ele disse que o governo não ofereceu nenhuma explicação para a suspensão total da ajuda que o Congresso havia determinado.

A Casa Branca alegou que tinha o direito de analisar caso a caso as doações e contratos de ajuda e interromper ou aprovar os gastos. Em uma decisão de 25 de fevereiro, o juiz Ali ordenou que o governo pagasse US$ 1,5 bilhão em trabalhos de ajuda já concluídos. Ele estabeleceu um prazo até meia-noite do dia seguinte. Em resposta, o Departamento de Justiça entrou com um recurso de emergência na Suprema Corte, alegando que o juiz havia excedido sua autoridade - argumento rejeitado ontem.

Campanha

O presidente está decidido a cortar gastos do governo federal com a ajuda do homem mais rico do mundo e maior doador de sua campanha, Elon Musk. Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da Usaid, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países e é responsável por mais de 40% da ajuda humanitária mundial.

Em decreto assinado em 20 de janeiro, Trump suspendeu temporariamente milhares de programas para avaliar se eles estão "totalmente alinhados com a política externa do presidente dos EUA". No passado, ele já disse que a Usaid é "administrada por lunáticos radicais", enquanto Musk descreveu a agência como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (6) que está trabalhando com o Partido Republicano da Câmara em uma resolução contínua para financiar o governo até setembro e dar o "tempo necessário" para trabalhar a agenda do governo.

"Os conservadores vão adorar esse projeto de lei, pois ele nos prepara para cortar impostos e gastos na conciliação, ao mesmo tempo em que efetivamente CONGELA os gastos neste ano e nos permite continuar nosso trabalho. Vamos aprovar esse projeto de lei!", escreveu Trump na rede Truth Social.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quinta-feira, 6, um decreto com o objetivo de eliminar o Departamento de Educação. Um rascunho do documento, obtido pelo Wall Street Journal, ordena que a secretária de Educação, Linda McMahon, "tome todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Departamento de Educação".

O fim do Departamento de Educação está em discussão desde a transição da gestão de Joe Biden para o governo Trump. Segundo especialistas, porém, a eliminação completa da pasta depende da aprovação do Congresso. Fonte: Dow Jones Newswires.