Bolsonaro provoca aglomeração em Manaus um dia após governador prever 3ª onda

Política
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participaram de eventos com aglomerações, nesta sexta-feira, 23, em Manaus (AM). A passagem pela cidade ocorre no dia seguinte ao governador Wilson Lima (PSC) alertar e pedir ajuda a Queiroga para enfrentar a terceira onda da pandemia no Amazonas.

Bolsonaro provocou a aglomeração de dezenas de apoiadores ao chegar e ao sair dos locais de seus compromissos. Espremidos pelos seguranças da Presidência, eles tentavam abraços e fotos com o chefe do Executivo.

O presidente recebeu o título de cidadão amazonense, participou de encontro com lideranças evangélicas e da inauguração de um pavilhão no Centro de Convenções do Amazonas. Ao final desta cerimônia, Bolsonaro foi cercado por apoiadores.

Queiroga acompanhou as agendas. O ministro da Saúde é crítico das aglomerações, mas minimiza falas e gestos do presidente Jair Bolsonaro que contrariam as recomendações sanitárias.

Segundo apurou o Estadão, o governador do Amazonas discutiu com Queiroga, ontem, um plano para enfrentar a terceira onda no Estado. Há temor de nova falta de oxigênio, além de medicamentos de intubação.

O Amazonas enfrentou o auge da crise sanitária em janeiro, quando o sistema de saúde do Estado entrou em colapso e pacientes internados morreram asfixiados pelo esgotamento de oxigênio medicinal. Às vésperas de o insumo acabar, uma equipe liderada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello esteve na cidade, levando 130 mil comprimidos de hidroxicloroquina, droga sem eficácia comprovada para a covid-19.

A possível omissão do governo federal para evitar a crise no Amazonas colocou a gestão Bolsonaro em crise e sob investigações. A CPI da Covid no Senado irá apurar se a equipe de Pazuello demorou para agir.

O presidente minimizou, à época, a crise em Manaus e chegou a creditá-la à falta de uso do "kit covid". Em discurso nesta sexta-feira, 23, Bolsonaro disse que o colapso era inesperado e comemorou o fato de não haver um "lockdown nacional" contra a pandemia. "Imagine essa pandemia com (Fernando) Haddad presidente da República. Estaríamos num lockdown nacional. Graças a Deus isso não aconteceu", disse Bolsonaro.

O presidente ainda afirmou que sua equipe "colaborou e muito" para reduzir danos do colapso em Manaus e elogiou o ex-ministro Pazuello. Em seguida, disse que Queiroga dá "prosseguimento" ao trabalho do general.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.