De olho em 2022, Lula e Ciro adotam estética de campanha em 1º de Maio unificado

Política
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Duas das estrelas políticas do Primeiro de Maio unificado das centrais sindicais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) lançaram mão de uma estética de campanha em seus discursos do evento virtual. Diferente dos demais convidados, que fizeram vídeos em celular, com ar de caseiros, tão comuns a estes tempos de pandemia, o petista e o pedetista apresentaram verdadeiras peças publicitárias, com logomarca e edição bem feita.

Estética, palanque unificado e discurso pelo emprego foram as únicas semelhanças dos dois potenciais candidatos para a eleição de 2022. Ambos disputam a hegemonia da esquerda, e têm buscado, pessoalmente ou por meio de interlocutores, aproximação com o chamado centro político.

A peça de Ciro, aliás, trouxe críticas veladas ao PT. Em um discurso de 3 minutos e 17 segundos, o pedetista afirmou que o governo de Jair Bolsonaro era o resultado dos "sucessivos fracassos de modelo econômico, modelo político e práticas morais" de gestões anteriores. Ele argumentou ainda que a saída pela crise passa por um novo processo nacional de desenvolvimento.

No vídeo, Ciro aparece com um fundo desfocado, e fala calmamente sobre os problemas do País. No momento de fala mais elevada, Ciro chama Bolsonaro de genocida.

O discurso de Ciro foi antecedido pelo líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), que defendeu em 2018 a aliança do seu partido ao pedetista e hoje pregou a união contra Bolsonaro, e sucedido pelo do ator Osmar Prado, que gravou naquele ano um vídeo com outros artistas no qual cobravam do ex-ministro o apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Quase uma hora depois no evento, foi a vez de Lula discursar. Ele falou no último bloco político do ato, na sequência dos também ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

Em sua fala, Lula reforçou feitos dos governos petistas e criticou a Lava Jato, à qual atribuiu, sem apresentar a fonte dos dados, a perda de bilhões de reais em investimentos e recolhimento de impostos.

Na peça de Lula, de cinco minutos e 26 segundos, o ex-presidente aparece com um fundo de biblioteca e suas falas são acompanhadas por uma trilha heroica, com alternância nos enquadramentos. As falas mais fortes do petista foram reforçadas com "letterings" e aproximação da câmera. O vídeo todo é legendado.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.