MPF-RJ retoma caso João Pedro, o qual suspendeu operações policiais na pandemia

Política
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro vai retomar as apurações no âmbito criminal do caso João Pedro, adolescente de 14 anos que morreu dentro de casa durante uma operação das polícias Federal e Civil do Estado do Rio de Janeiro há um ano, no dia 18 de maio de 2020. A Procuradoria fluminense havia entendido que a investigação deveria ser tocada pelo Ministério Público Estadual, mas a 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF se manifestou pela instauração de procedimento investigatório criminal para apurar a participação de policiais federais na morte do adolescente.

O núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF do Rio também conduz uma investigação paralela sobre o crime.

O caso de João Pedro foi um dos citados no âmbito de processo que motivou o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a suspender de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro até o fim da pandemia do coronavírus. Quase um ano depois, o ministro foi acionado sobre o massacre do Jacarezinho, que deixou 28 mortos.

A decisão da 7ª CCR para a continuidade das investigações na Procuradoria fluminense, 'observada a independência funcional', seguiu o posicionamento emitido pela procuradora Ela Wiecko C. de Castilho em parecer datado do dia 12 de abril.

Castilho se manifestou contra a homologação de declínio de atribuição do caso ao MP fluminense. O entendimento da procuradora foi divergente das integrantes do MPF do Rio que haviam sustentado, 'pelo relato das vítimas ouvidas, que policiais civis da CORE é que estariam envolvidos no homicídio do adolescente e que a participação da PF, na operação, para o cumprimento de mandados expedidos pela Justiça Estadual, não justifica a competência federal'.

Para Castilho, apesar das ações relacionadas à João Pedro e seus amigos 'terem, possivelmente, sido perpetradas por policiais civis, o que está sendo apurado na esfera estadual, toda a responsabilidade pelo planejamento e execução da referida operação era de responsabilidade da Polícia Federal, cabendo aos policiais civis e militares estaduais apenas o apoio tático em terra e ar'.

"Não há nos autos os nomes completos dos policiais federais envolvidos, do DPF responsável pela operação; não há qualquer documento que informe como se deu o planejamento da operação, nem as responsabilidades de cada aparato policial envolvido; tampouco há informações sobre eventuais perícias técnicas para apurar disparos de arma de fogo efetuados por policiais federais, dentre outros inúmeros detalhes", ponderou a procuradora sobre a notícia de fato (apuração preliminar) instaurada de ofício pelo MPF no Rio.

Considerando que operação que resultou na morte de João Pedro foi organizada e executada pela Polícia Federal, faltam esclarecimentos sobre a atuação da equipe da corporação no momento da morte do adolescente, 'de forma a excluir sua responsabilidade nos acontecimentos', ponderou Castilho. A PF instaurou sindicância para apurar a atuação dos agentes na ofensiva.

Segundo Castilho, 'não há como fracionar as etapas da realização da operação policial e considerá-las totalmente independentes para o fim da responsabilização penal do resultado morte'.

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A Casa Branca confirmou nesta quarta-feira, 5, que autoridades dos Estados Unidos estão envolvidas em "conversas e discussões contínuas" com o Hamas, rompendo com uma política de longa data da diplomacia americana de não manter negociações diretas com grupos que consideram terroristas.

Questionada sobre as conversas, que foram reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a fornecer detalhes sobre as negociações, mas disse que Donald Trump autorizou seus enviados a "falar com qualquer pessoa".

"Veja, dialogar e conversar com pessoas ao redor do mundo para fazer o que é do melhor interesse do povo americano é algo que o presidente... acredita ser um esforço de boa-fé para fazer o que é certo para o povo americano", disse.

De acordo com a porta-voz, Israel foi consultado sobre as tratativas. "Durante consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre negociações diretas com o Hamas ", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Autoridades do Hamas também confirmaram as reuniões.

De acordo com a Axios, o enviado especial dos EUA, Adam Boehler, se encontrou com membros do Hamas nas últimas semanas em Doha, no Catar, para discutir a libertação dos cinco reféns americanos ainda mantidos pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos.

As negociações também incluíram discussões sobre a libertação de todos os reféns que permaneceram em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, citando duas fontes anônimas familiarizadas com as negociações.

A confirmação das negociações na capital do Catar acontece enquanto o cessar-fogo Israel-Hamas permanece em jogo. Este é o primeiro envolvimento direto conhecido entre os EUA e o Hamas desde que o Departamento de Estado designou o grupo como uma organização terrorista estrangeira em 1997.

Trump sinalizou que não tem intenções de afastar Netanyahu de um retorno ao combate se o Hamas não concordar com os termos de uma nova proposta de cessar-fogo, que os israelenses anunciaram como sendo elaborada pelo enviado dos EUA Steve Witkoff.

O novo plano exigiria que o Hamas libertasse metade dos reféns restantes - a principal moeda de troca do grupo terrorista - em troca de uma extensão do cessar-fogo e uma promessa de negociar uma trégua duradoura. Israel não fez menção de libertar mais prisioneiros palestinos, um componente-chave da primeira fase.

Trump ameaça Gaza

Trump ameaçou nesta quarta-feira a população de Gaza se os reféns restantes não forem libertados, e alertou os dirigentes do grupo terrorista para que deixem o território enquanto podem.

"Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS! Tomem uma decisão INTELIGENTE. LIBERTEM OS REFÉNS AGORA, OU HAVERÁ UM INFERNO A PAGAR DEPOIS!", escreveu o republicano em sua rede Truth Social.

Na mesma publicação, Trump exigiu ao Hamas que "devolva imediatamente todos os corpos das pessoas que assassinou" durante o ataque desse grupo contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

"Este é seu último aviso! Para os dirigentes [do Hamas], agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade", acrescentou. "Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um caça sul-coreano lançou acidentalmente oito bombas em uma área civil durante um treinamento nesta quinta-feira, 6, ferindo sete pessoas. As bombas MK-82 lançadas "anormalmente" pelo caça KF-16 caíram fora do alcance de tiro, causando danos civis não especificados, disse a força aérea em comunicado.

A nota informa ainda que a força aérea estabelecerá um comitê para investigar por que o acidente aconteceu e examinar a escala dos danos. O jato estava participando de exercícios de tiro real conjuntos junto ao Exército.

A Força Aérea pediu desculpas por causar danos civis e expressou esperanças por uma rápida recuperação dos feridos além de oferecer ativamente indenização e outras medidas necessárias para as vítimas.

O comunicado não detalhou onde o acidente aconteceu, mas a mídia sul-coreana relatou que as bombas foram lançadas em Pocheon, uma cidade perto da fronteira com a Coreia do Norte.

A agência de notícias Yonhap relatou que cinco civis e dois soldados ficaram feridos. A agência disse que as condições de dois dos feridos eram sérias, mas não fatais.

A afirmação de Donald Trump, em seu discurso ao Congresso, na terça-feira, 4, de que a Groenlândia será dos EUA "de uma forma ou de outra", foi criticada ontem pelos líderes políticos groenlandeses. Naaja Nathanielsen, ministra de Recursos Naturais e Justiça da ilha, que pertence à Dinamarca, disse que as falas mostram uma "falta de respeito" com as pessoas.

O premiê Mute Egede voltou a dizer que a ilha não está à venda. "Os americanos e seu presidente deveriam entender isso", disse. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske, em janeiro, 85% dos groenlandeses não querem que a Groenlândia faça parte dos EUA.