Toffoli suspende julgamento sobre bloqueio de pagamentos públicos à Engevix

Política
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O ministro Dias Toffoli, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista (mais tempo para análise) e suspendeu o julgamento iniciado nesta terça-feira, 18, no colegiado sobre um recurso da empreiteira Engevix contra a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que reteve pagamentos do Poder Público à empresa. Não há data prevista para retomada da discussão.

Investigada na Operação Lava Jato sob acusação de pagar propinas em troca do direcionamento do contrato para construção da Usina Termonuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, a Engevix fechou acordo de leniência com a Controlaria Geral da União (CGU) e com a Advocacia Geral da União (AGU) em 2019. A empresa afirma que o bloqueio dos pagamentos decretado pelo TCU fere cláusula do acordo.

"A empresa tem cumprido regularmente o acordo e espera a proteção do Supremo Tribunal Federal", disse o advogado da empresa, Guilherme Magal de Neto, no julgamento. "Se uma empresa não pode receber pelos serviços que prestou, como ela vai cumprir o acordo de leniência? Se há medidas constritivas de seu patrimônio", completou.

Antes do pedido de vista que interrompeu a votação, o decano Marco Aurélio Mello, relator do caso, defendeu a manutenção da decisão cautelar do Tribunal de Contas da União. "Não se trata de indisponibilidade de valor já integrado ao patrimônio de particular, situação em que não poderia atuar o Tribunal de Contas da União. O que houve foi deliberação, no âmbito administrativo, determinando a órgão da administração pública que não efetuasse a satisfação de parcela", afirmou.

No mês passado, o mandado de segurança começou a ser analisado no plenário virtual, ferramenta que permite aos ministros incluírem os votos no sistema sem necessidade de reunião física ou por videoconferência. Na ocasião, o próprio Toffoli fez um pedido de destaque para levar a discussão ao colegiado. Em sua avaliação, o julgamento pode servir de pano de fundo para revisitar o processo de negociação dos acordos de leniência. "Nós temos uma pluralidade de regimes e ainda estamos em busca de um sistema de segurança jurídica para as empresas", disse nesta sexta.

Ao contrário das colaborações premiadas, centralizadas pelo Ministério Público Federal, os acordos de leniência fechados com empresas podem surgir de negociações com diferentes órgãos públicos federais. "Órgãos do Executivo às vezes acertam o acordo de leniência sem a participação de órgãos eminentemente de controle e do Legislativo, que é o Tribunal de Contas da União. A questão é complexa, porque não raras vezes o Tribunal de Contas da União não vem aceitando os acordos de leniência produzidos pelo Executivo e, muitas vezes, o Executivo também não chama à mesa outros órgãos que não os seus próprios. E aí é que reside a problemática", observou o ministro Alexandre de Moraes.

O ministro Luís Roberto Barroso sugeriu que o voto-vista do colega Dias Toffoli traga proposta de um modelo para reunir agências fiscalizadoras na validação desses acordos e para pôr fim ao que chamou de 'tensões' entre a Lei Anticorrupção, que disciplina os acordos de leniência, e a Lei de Improbidade.

"Esta é uma questão central no enfrentamento à corrupção e na eficácia dos acordos de leniência: que haja segurança jurídica e credibilidade. O Estado tem que falar a uma só voz. A superposição de agências fiscalizadoras, cada uma exigindo uma coisa, evidentemente é um desestímulo a este tipo de acordo", defendeu.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.