Operação Falsus da PF busca fraudes de R$ 190 mi na previdência de Paulínia (SP)

Política
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 20, a Operação Falsus para apurar supostas fraudes em investimentos de R$ 190 milhões com recursos da Pauliprev - autarquia municipal gestora do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) de Paulínia, cidade do interior paulista. Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa e gestão fraudulenta.

Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Paulínia, Louveira e Sumaré, em São Paulo, e Niterói, no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas pela 9º Vara Federal de Campinas.

As diligências realizadas nesta quinta, 20, buscam provas sobre o conteúdo da investigação: recebimento de vantagem indevida dos gestores de fundos de investimento, em troca das aplicações pela Pauliprev, e gestão fraudulenta do instituto.

Segundo a PF, as investigações tiveram início em 2019, a partir da delação de um dos investigados na Operação Encilhamento - ofensiva que mirou fraudes na aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento.

O delator revelou aos investigadores que, em 2015, houve o pagamento de R$ 300 mil em espécie ao então prefeito da cidade de Paulínia, em troca do controle da Pauliprev.

"Naquele mesmo ano, com o novo presidente nomeado a partir da negociação, a Pauliprev fez duas aplicações, ambas autorizadas pelo seu Diretor-Presidente e pela Gestora-Responsável e Diretora-Financeira em um fundo que já traziam problemas de recebimento, no valor de R$ 85 milhões", explicou a PF.

Com tais aplicações, somadas a uma anterior já realizada em 2013 no mesmo fundo, cerca de 12% do patrimônio da Pauliprev foi concentrado no investimento em questão, dizem os investigadores.

De acordo com a Polícia Federal, os valores aplicados pela Pauliprev nesse fundo foram em grande parte canalizados para aquisição de debêntures emitidas por uma empresa controlada pelo ex-empregador do então presidente da Pauliprev, sendo uma parte remetida ao exterior.

O delator disse à PF que houve o pagamento de comissão referente à tais operações: 7% para servidores públicos, para ele e seu sócio, o que também beneficiou os gestores do fundo de investimento.

Além desses investimentos, outros na ordem de R$ 106 milhões estão sendo investigados por direcionamento a fundos que seriam indiretamente controlados por um sócio da empresa que prestava consultoria à Pauliprev.

Os investigadores ressaltaram que as fraudes sob suspeita têm prejuízos sobre o patrimônio do instituto de previdência e, consequentemente, sobre os benefícios dos servidores municipais, como aposentadorias e pensões.

A Polícia Federal indicou que o nome da Operação, Falsus, falso em latim, se dá 'em razão dos objetivos ocultos relacionados à destinação dos investimentos'.

COM A PALAVRA, A PAULIPREV

Em relação à Operação da Polícia Federal denominada "Falsus", que busca elucidar ilegalidades ocorridas em gestões anteriores do Instituto Pauliprev, a autarquia previdenciária informa que:

Essa Operação ocorre em Segredo de Justiça, razão pela qual a autarquia não dispõe de informações adicionais sobre seu desenrolar. Qualquer posicionamento, neste momento, não contribuirá para a apuração dos fatos;

Importante salientar que a presente Operação envolve mandados judiciais cumpridos hoje, que foram direcionados para os endereços residenciais dos investigados, sem qualquer intercorrência no Instituto ou com os seus atuais dirigentes;

Apesar disso, se solicitada, a autarquia dará todas as informações necessárias e suficientes à Polícia Federal para contribuir com as investigações;

A autarquia esclarece que não apenas nessa Operação atual da Polícia Federal, mas em todas as investigações envolvendo TCE-SP, MPSP e demais órgãos fiscalizadores, sempre contribuiu com a máxima transparência e colocando à disposição das autoridades todas as informações solicitadas;

Embora não possa se manifestar sobre os termos da atual denúncia, é certo que envolve antigos gestores da autarquia, sem nenhuma relação com a atual administração, empossada em abril de 2019;

Acompanha com atenção a apuração dos fatos, de modo que os envolvidos em ilegalidades sejam identificados e respondam por seus atos na medida da lei.

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Um ataque de drone russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, feriu 47 pessoas, disseram autoridades ucranianas. Segundo o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, os drones atingiram 12 locais da cidade na sexta-feira, 2, à noite. Edifícios residenciais, infraestrutura civil e veículos foram danificados no ataque, de acordo com o governador regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

O ataque provocou um novo apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por apoio mais decisivo dos aliados do país. "Enquanto o mundo hesita com decisões, quase todas as noites na Ucrânia se transformam em um pesadelo, custando vidas. A Ucrânia precisa de uma defesa aérea reforçada. Decisões fortes e reais são necessárias de nossos parceiros - os Estados Unidos, a Europa, todos os nossos parceiros que buscam a paz", escreveu Zelensky, em publicação no X neste sábado.

O Ministério Público de Kharkiv disse que as forças russas usaram drones com ogivas termobáricas. Em uma declaração no mensageiro Telegram, o MP afirmou que armas termobáricas criam uma poderosa onda de explosão e uma nuvem quente de fumaça, causando destruição em larga escala. O promotor apontou que seu uso pode indicar uma violação deliberada do direito humanitário internacional.

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Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas defesas aéreas derrubaram 170 drones ucranianos durante a noite. O ministério disse que oito mísseis de cruzeiro e três mísseis guiados também foram interceptados.

No sul da Rússia, cinco pessoas, incluindo duas crianças, ficaram feridas em um ataque de drone na cidade portuária de Novorossisk, que dá acesso ao Mar Negro, durante a noite, de acordo com o prefeito Andrey Kravchenko.

Uma mulher morreu na madrugada deste sábado, 03 (horário local), na cidade de Tessalônica, no norte da Grécia, quando uma bomba que carregava explodiu em suas mãos, informou a polícia.

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O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

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O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

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