Pazuello sobre desautorização de Bolsonaro: Não interferiu em prazo da Coronavac

Política
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Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello repetiu a fala desta quarta-feira, 19, e disse nesta quinta, 20, que o presidente Jair Bolsonaro nunca falou pessoalmente com ele sobre não comprar a Coronavac, vacina contra covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Pazuello também negou que o presidente tenha interferido na compra do imunizante.

O ex-ministro disse que o contrato com o Instituto Butantan para aquisição de vacinas foi assinado assim que a legislação permitiu. Ele afirmou que uma carta de intenção para compra da vacina foi elaborada em outubro e o contrato foi assinado em janeiro, após a sanção de medida provisória que autorizava a aquisição do imunizante.

Sobre o "eu mando, ele obedece", uma fala do presidente Jair Bolsonaro em um vídeo feito com o então ministro Pazuello em outubro do ano passado, Pazuello afirmou que se tratava apenas de uma "posição de internet", que não tinha nada a ver com contratos da Coronavac. O vídeo tem sido apontado pelos senadores da CPI como uma prova de que Pazuello não teria comando total do Ministério da Saúde, e apenas atenderia às demandas do presidente, tendo inclusive atrasado a compra de vacinas do país chinês devido a questões políticas.

Apesar das falas do ex-ministro, no ano passado o presidente da República disse, na sua página do Facebook, que não compraria 46 milhões de doses da Coronavac. O comentário ocorreu no dia seguinte ao anúncio da compra do imunizante feito pelo Ministério da Saúde.

O ex-ministro também disse que não se reuniu com empresários para tratar de compra de vacinas durante o período que administrou a pasta da Saúde. "Posso ter recebido um CEO, posso ter recebido alguém que também é um empresário, mas para cortesia de tomar um café", afirmou o ex-ministro.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".