Decisão do TSE sobre Tabata Amaral fortalece movimentos de renovação

Política
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A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de dar aval para a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) mudar de legenda sem perder o mandato reacendeu o debate sobre o papel de movimentos suprapartidários de renovação política, que saíram fortalecidos. Mas existe aí um problema. Embora integrantes desses grupos vejam o veredicto do tribunal como reconhecimento de que sua atuação é legítima, dirigentes de partidos avaliam que esses parlamentares agem como representantes de "siglas clandestinas".

Por 6 votos a 1, o TSE reconheceu nesta terça, 25, que Tabata sofreu "grave discriminação política" no PDT e, por isso, poderia mudar de legenda sem ferir a regra de fidelidade partidária. A norma, em vigor desde 2007, prevê que o mandato do deputado pertence à legenda e, caso o parlamentar troque de partido, ele pode perder o cargo. As exceções são os casos de expulsão da legenda ou quando há uma justa causa para desfiliação, como ocorreu no caso da deputada.

O TSE já havia reconhecido, em abril, o direito de os deputados Felipe Rigoni (ES) e Rodrigo Coelho (SC) deixarem o PSB com justificativas semelhantes. A exemplo de Tabata, os dois são egressos de movimentos de renovação política e votaram a favor da reforma da Previdência, em 2019, contrariando a orientação da direção das siglas. Por causa desses votos, os três foram punidos internamente.

Tabata e Rigoni usaram como argumento para pedir a desfiliação uma carta-compromisso firmada entre seus partidos e o movimento Acredito, do qual ambos fazem parte, em 2018. No documento, a legenda se compromete a respeitar "as autonomias política e de funcionamento, bem como a identidade do movimento e de seus representantes".

Presidente do TSE, o ministro Luis Roberto Barroso, afirmou que houve violação do compromisso formal representado pela carta no caso de Rigoni. O relator do processo envolvendo Tabata, o ministro Sérgio Banhos, foi na mesma linha, e entendeu que a justa causa estaria evidenciada, entre outros motivos, em razão da "quebra de expectativas legítimas" decorrentes da carta-compromisso. "Os partidos assinaram um compromisso com o Acredito, e o tribunal entendeu que esses compromissos importam", afirmou José Frederico Lyra Netto, fundador do movimento.

Ameaça

Para dirigentes partidários, no entanto, na prática o TSE decidiu que compromissos com os movimentos de renovação valem mais do que a fidelidade do parlamentar à sigla que o elegeu. "A decisão é incoerente e decreta agora a 'infidelidade partidária'. É hora de o Legislativo atuar com força", disse o presidente do PDT, Carlos Lupi. Segundo ele, as decisões do tribunal são uma ameaça ao sistema partidário e podem fazer ascender "partidos clandestinos".

Presidente do PSB, Carlos Siqueira afirmou que a Justiça já causou prejuízos ao sistema político brasileiro em outras ocasiões e, além da brecha aberta na regra de fidelidade partidária, ele cita a derrubada da cláusula de barreira, aprovada pelo Congresso em 2006, mas barrada pelo Supremo Tribunal Federal no mesmo ano. "Esse tipo de decisão deveria caber ao mundo da política. Não tem nada mais importante para um sistema político que partidos fiéis a seus programas", disse Siqueira. Procurado pela reportagem, o TSE não se manifestou sobre as críticas.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, destoa dos outros caciques partidários a respeito dos movimentos de renovação. Na expectativa de atrair novas lideranças, conduziu uma mudança no estatuto da sigla que, desde 2019, passou a ouvir a opinião desses grupos. Uma das mudanças práticas foi que o partido definiu não mais adotar o chamado "fechamento de questão" em votações no Congresso - quando a legenda determina como todos os seus representantes devem votar.

A medida, segundo Freire, é uma forma de não constranger parlamentares que vêm desses movimentos e que possam ter posição diferente da do partido. "A realidade se impõe", afirmou o presidente do Cidadania. "Não adianta imaginar que você vai manter partidos numa mesma estrutura antiga."

Crise

Para o cientista político Rodrigo Prando, as decisões do TSE abrem um precedente para novos pedidos de desfiliação diante de divergências entre políticos e suas legendas. "É mais um sinal de que efetivamente o modelo de representação política na nossa democracia e os partidos estão em crise. Os partidos são estruturas ainda presas ao século 19 e esses movimentos de renovação têm uma estrutura mais fluida e menos vertical que os partidos."

Nos movimentos de renovação, o clima é de vitória. "Não vemos a decisão como enfraquecimento dos partidos, mas como um chamado para que eles se olhem no espelho. Para resolver a crise de representação, os partidos precisarão mudar", disse José Frederico, do Acredito. Leandro Machado, do Agora, tem uma avaliação semelhante. "É um recado aos caciques centenários que acham que os partidos são deles e não da sociedade."

Ainda sem definir para qual legenda vai após sair do PDT, Tabata comemorou a decisão e a definiu como um recado à "velha política". "É uma demonstração de que o caminho da boa política compensa, e que não vamos mais tolerar que a política seja pautada por interesses pessoais", disse a deputada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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"A China será um país rico e muito poderoso em breve", afirmou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Em entrevista à Fox News, ele destacou que os chineses representam os adversários mais "perigosos" para os EUA e alertou: "Não podemos viver em um mundo em que dependemos da China".

Rubio também reiterou o compromisso dos EUA com Taiwan, afirmando que o país não será "abandonado". Segundo ele, qualquer tentativa de golpe de Estado ou tomada de poder à força será acompanhada "de perto" por Washington.

Sobre imigração ilegal, o secretário de Estado afirmou que "muitos países latinos são rotas de imigração ilegal para os Estados Unidos, por isso queremos que os países controlem suas rotas de imigração interna em direção ao nosso país". Ele mencionou ter discutido o tema com líderes locais durante visitas recentes à América Latina.

Rubio ainda creditou a redução na entrada de imigrantes ilegais nos EUA ao governo de Donald Trump. "Os imigrantes ilegais estão chegando aqui e vendo que o Trump não é o Biden. Trump fala sério e é firme com imigração ilegal", declarou.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que as negociações serão decisivas para avaliar se a Rússia realmente deseja encerrar o conflito na Ucrânia. "Se os russos propuserem medidas irrealistas, saberemos que eles não querem o fim da guerra", disse em entrevista à Fox News.

Rubio também confirmou que um acordo de exploração de minérios entre EUA e Ucrânia está próximo de ser fechado. "Esse acordo com os ucranianos é muito importante. O Scott Bessent secretário do Tesouro dos Estados Unidos está trabalhando nesse acordo", acrescentou. Ele ainda destacou a velocidade das negociações, mencionando a postura do presidente dos EUA: "Trump não é paciente. Ele quer tudo muito rápido."

Ainda sobre a guerra na Ucrânia, Rubio afirmou que os EUA não podem continuar "subsidiando" a defesa de países europeus. "Não podemos continuar financiando a defesa de países ricos da Europa. É o continente deles, eles precisam aumentar gastos com defesa", ressaltou. Ele também criticou a falta de investimento militar de alguns membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmando que possuem exércitos "não capacitados" devido a anos sem recursos e treinamento adequados para situações de guerra.

Um pequeno grupo de turistas estrangeiros visitou a Coreia do Norte na última semana, tornando-se os primeiros viajantes internacionais a entrar no país em cinco anos - com exceção de um grupo de russos que esteve lá no ano passado. A viagem indica que o regime pode estar se preparando para reabrir totalmente o turismo internacional, em busca de moeda estrangeira para impulsionar sua economia fragilizada, segundo especialistas.

A agência Koryo Tours, com sede em Pequim, organizou uma viagem de cinco dias, de 20 a 24 de fevereiro, para 13 turistas internacionais à cidade fronteiriça de Rason, no nordeste do país, onde fica a zona econômica especial norte-coreana.

O gerente-geral da agência, Simon Cockerell, afirmou que os viajantes, vindos do Reino Unido, Canadá, Grécia, Nova Zelândia, França, Alemanha, Áustria, Austrália e Itália, cruzaram a fronteira por terra a partir da China. Em Rason, visitaram fábricas, lojas, escolas e as estátuas de Kim Il Sung e Kim Jong Il, avô e pai do atual líder Kim Jong Un.

"Desde janeiro de 2020, o país estava fechado para todos os turistas internacionais", disse Cockerell. "Nossa primeira excursão já ocorreu, e agora mais turistas, tanto em grupo quanto em viagens privadas, estão sendo organizados para entrar no país", acrescentou.

Com o início da pandemia, a Coreia do Norte impôs uma das restrições mais rígidas do mundo contra a covid-19, proibindo turistas, expulsando diplomatas e praticamente fechando suas fronteiras. Mas, desde 2022, o regime tem reduzido gradualmente essas restrições.

Em 2024, cerca de 880 turistas russos visitaram a Coreia do Norte, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que citou dados oficiais da Rússia. As excursões em grupo da China para o país, no entanto, ainda não foram retomadas. Isso reflete a crescente aproximação entre Coreia do Norte e Rússia, já que Pyongyang tem fornecido armas e tropas para Moscou em apoio à guerra na Ucrânia. Fonte: Associated Press.