Bolsonaro participa de ato em SP e fala em suspender obrigatoriedade da máscara

Política
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Milhares de motociclistas fizeram uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 12, em São Paulo. O ato seguiu da região do Sambódromo pela Marginal do Tietê até a Rodovia dos Bandeirantes, onde o grupo foi até o trevo do km 62, na altura de Jundiaí, e retornou em direção ao Ibirapuera, onde Bolsonaro discursou em um carro de som. O presidente, que liderou a motociata, chegou à concentração na zona norte e circulou sem máscara, provocando aglomerações entre os apoiadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus. Bolsonaro, um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram multados pelo governo de São Paulo, por não usarem máscara no ato.

No discurso no final da motociata, Bolsonaro voltou a falar na possibilidade de suspender a obrigatoriedade de uso de máscaras por pessoas já vacinadas, defendeu o trabalho do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e fez novo aceno aos motociclistas, ao falar de isenção de pedágio nas futuras concessões de rodovia. Para isso, no entanto, o presidente vai aumentar o valor para os demais motoristas.

Com Salles no carro de som, Bolsonaro disse que "o Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho". O ministro é investigado por indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira e por suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.

Bolsonaro repetiu que pediu um estudo ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a possibilidade de sugerir a não obrigatoriedade do uso de máscara para vacinados. "Quem for contra não acredita na ciência. Não tem como vacinado transmitir o vírus", disse. Mas, segundo especialistas, pessoas vacinadas podem sim transmitir o coronavírus e devem continuar usando máscaras, assim como o resto da população.

No discurso, Bolsonaro disse que o Ministério do Meio Ambiente era "aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho". Mas em entrevista concedida ao Broadcast em fevereiro, Salles reclamou dos cortes que o orçamento de sua Pasta sofreu e informou que chegou a fazer contato direto com o colega da Economia, Paulo Guedes. "Falei que era preciso dar prioridade ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), porque, depois, reclamam que ficamos com imagem ruim no exterior e que isso prejudica captação de investimentos", relatou.

O ministro descreveu ainda que, na conversa com Guedes, sugeriu que cortes fossem feitos em ministérios como os da Defesa ou da Ciência e Tecnologia porque o orçamento do MMA "não faz cócegas à União". "Não pode ter o órgão encarregado de fazer orçamento negando a grana e depois dizendo que precisamos melhorar imagem no exterior. Quem está dando substância a essa crítica é o próprio Ministério da Economia. É uma postura esquizofrênica", afirmou, na ocasião.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.