STF valida lei que determina tramitação prioritária das conclusões de CPIs no MP

Política
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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu declarar constitucional a lei federal que determina a tramitação prioritária das conclusões das CPIs no Ministério Público. Cabe ao órgão analisar os relatórios aprovados pelas comissões para decidir se apresenta denúncia ou ação civil com base nos achados das investigações parlamentares.

O julgamento foi encerrado na sexta-feira, 18, no plenário virtual - plataforma que permite aos ministros depositarem os votos no sistema sem necessidade de sessão presencial ou videoconferência.

A ação foi proposta em 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que questionou trechos da legislação sob o argumento de que a norma viola a independência funcional do Ministério Público. A Constituição estabelece que as conclusões das comissões parlamentares de inquérito devem ser enviadas ao MP para eventual responsabilização civil ou criminal dos alvos do relatório final.

O STF concluiu o julgamento no mesmo dia em que a CPI da Covid, que investiga a gestão da pandemia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), definiu uma lista de investigados que inclui o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o general Eduardo Pazuello e o ex-chanceler Ernesto Araújo.

À exceção de Gilmar Mendes, que apresentou divergências pontuais, os demais ministros acompanharam integralmente o voto da relatora, a ministra Cármen Lúcia. Ela considerou que, embora influencie indiretamente o trabalho do Ministério Público, a prioridade no processamento das conclusões da CPI não fere a autonomia do órgão.

"Essas normas, ainda que indiretamente influam no trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, não se traduzem em novas atribuições a seus membros ou ofensa à autonomia daqueles órgãos, cuidando apenas de prioridades processuais", escreveu. "Não se observa desproporcionalidade manifesta capaz de invalidar a opção legislativa em conferir prioridade de tramitação aos procedimentos administrativos ou judiciais que se originem das conclusões das apurações levadas a efeito pelas Comissões Parlamentares de Inquérito", acrescentou.

Cármen Lúcia ainda chamou atenção para a importância e o interesse público do trabalho das comissões parlamentares de inquérito - o que, na avaliação da ministra, justifica a tramitação prioritária.

"No desenho constitucional brasileiro, as comissões parlamentares de inquérito são manifestação da função fiscalizatória do Congresso Nacional sobre a administração pública, instrumentalizando, assim, uma das facetas do sistema de freios e contrapesos, essencial à Democracia", observou.

Além da prioridade no processamento das conclusões da CPI, a lei questionada determinava prazo de 30 dias para o Ministério Público informar à comissão parlamentar quais foram as medidas tomadas em relação às conclusões e, em caso de não ter havido avanços, qual a justificativa para a omissão. Tudo isso sob pena de sanções administrativas, civis e penais em caso de descumprimento. Essas previsões foram derrubadas pelos ministros - apenas Gilmar Mendes votou para também manter os trechos de pé.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".