CPI: Renan anuncia 14 pessoas como investigadas, incluindo Queiroga e Pazuello

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou oficialmente 14 pessoas como investigadas pela comissão. A maioria delas é ligada ao presidente Jair Bolsonaro, o que representa uma derrota para o governo na CPI e expõe a articulação para enquadrar e responsabilizar o chefe do Planalto pelo descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é um dos investigados. Na prática, passar da condição de testemunha para investigado permite que Queiroga e os demais tenham acessos aos documentos da CPI, além de sinalizar que a comissão já levantou provas e indícios para responsabilizar a atuação dessas pessoas na pandemia. Por outro lado, em um possível novo depoimento, um investigado pode optar por não falar no colegiado.

A CPI recebeu documentos do Itamaraty mostrando que Queiroga se comunicou com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e defendeu em abril o tratamento precoce contra a doença. O depoimento de Queiroga na CPI foi classificado pelo relator como "pífio", inclusive com declarações mentirosas ao ter negado que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada e dito que possui autonomia do presidente Jair Bolsonaro na pasta.

O relator também afirmou que Queiroga levou um "puxão de orelha" da OMS ao ter cobrado agilidade no envio de vacinas ao Brasil após, no ano passado, ter atrasado os pedidos do imunizante e optado por comprar vacinas apenas para 10% da população do Brasil no consórcio Covax Facility, quando era permitida a opção pela compra de imunizantes para atender 20% ou até 50% da população brasileira. Integrantes do suposto "gabinete paralelo" que assessora o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia também são alvos da CPI.

Veja a lista dos investigados pela CPI da Covid:

- Elcio Franco - ex-secretário executivo do Ministério da Saúde.

- Arthur Weintraub - ex-assessor internacional da Presidência da República.

- Carlos Wizard - empresário.

- Eduardo Pazuello - ex-ministro da Saúde.

- Ernesto Araújo - ex-ministro das Relações Exteriores.

- Fabio Wajngarten - ex-secretário de Comunicação.

- Francieli Fantinato - coordenadora do Programa Nacional de Imunização.

- Hélio Angotti Neto - secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

- Marcellus Campêlo - ex-secretário de Saúde do Amazonas.

- Marcelo Queiroga - ministro da Saúde.

- Mayra Pinheiro - secretário de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde.

- Nise Yamaguchi - médica oncologista.

- Paulo Zanotto - virologista.

- Luciano Azevedo - anestesista.

Em outra categoria

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.