PF instaura inquérito após suspeitas de corrupção em contrato da Covaxin

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito nesta quarta-feira, 30, para investigar as denúncias de corrupção na aquisição da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde, com mediação da empresa Precisa Medicamentos. O contrato, que foi suspenso ontem pela pasta após suspeitas de corrupção, prevê o pagamento de R$ 1,6 bilhão por 20 milhões de doses ao custo de US$ 15 cada uma - a mais cara comprada pelo governo até agora. A ordem para a aquisição da vacina partiu diretamente do presidente Jair Bolsonaro. O Ministério Público também abriu uma investigação criminal para apurar o caso.

Até o momento, a cúpula da PF não havia recebido ordens do presidente Jair Bolsonaro para iniciar as investigações sobre o caso, mesmo com o chefe da Nação tendo conhecimento das possíveis irregularidades desde março deste ano. No dia 20 daquele mês, Bolsonaro se reuniu com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que levou ao seu conhecimento os indícios de ilicitude nas tratativas para adquirir a Covaxin.

Segundo o deputado, Bolsonaro teria dito que as suspeitas se tratavam de "mais um rolo" do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde e atual líder do governo na Câmara - que deverá ser convocado para depor à CPI. O presidente prometeu que iria providenciar a apuração do caso.

A investigação, porém, só foi instaurada hoje, mais de três meses depois do recebimento da denúncia. O pedido de instalação do inquérito partiu do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

A mobilização do governo federal ocorre após a CPI da Covid colher depoimento do deputado Luis Miranda e de seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe do setor de importação do Ministério da Saúde, e tornar públicas as suspeitas de irregularidades na negociação da vacina.

O Serviço de Inquérito Especiais (Sinq), divisão da PF dedicada à investigação de políticos, está responsável por apurar os indícios de irregularidades. Se os agentes identificarem o envolvimento de autoridades públicas com foro privilegiado no suposto esquema de superfaturamento no contrato da vacina, o caso será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Também nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria da República no Distrito Federal ordenaram a abertura de investigação criminal dos contratos da vacina Covaxin. Em depoimento ao MPF em março, Luis Ricardo Miranda afirmou ter sofrido "pressão atípica" de seus superiores para acelerar o processo de compra do imunizante. À época, as importações da vacina nem haviam sido autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

A procuradora da República, Luciana Loureiro Oliveira, colheu o depoimento de Luis Ricardo Miranda em caráter preliminar e avaliou que as declarações apresentadas pelo funcionário da pasta da Saúde apresentavam "indícios de crime" e "interesses divorciados do interesse público". Ela encaminhou a investigação ao procurador da República Paulo José Rocha Júnior para que fosse aprofundada na área criminal.

Em outra categoria

Representantes da diplomacia dos países do Brics participam na manhã desta terça-feira, 29, da última plenária da reunião de chanceleres do grupo, no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro. Os ministros devem divulgar em seguida um comunicado conjunto, que subsidiará a Declaração Final da Cúpula de Líderes do grupo, marcada para julho, também na capital fluminense.

A reunião é a primeira agenda oficial de ministros das Relações Exteriores do Brics após a expansão do grupo, que atualmente inclui 11 países-membros e nove países parceiros.

A sessão desta manhã trata de discussões sobre "O papel do Sul global no reforço do multilateralismo".

Os trabalhos, coordenados pelo embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, têm a participação do embaixador da Índia Dammu Ravi e dos ministros de relações internacionais de outros países fundadores do grupo - Wang Yi (China), Sergey Lavrov (Rússia) e Ronald Lamola (África do Sul).

Também participam autoridades de relações exteriores de outros países: Reem Al-Hashimy (Emirados Árabes Unidos), Waleed Al-Khuraiji (Arábia Saudita), Gedion Timothewos (Etiópia), Tri Tharyat (Indonésia), Seyed Rasoul Mohajer (Irã), Ragui El Etreby (Egito), Sergey Lukashevich (Belarus), Celinda Sosa Lunda (Bolívia), Akan Rakhmetullin (Cazaquistão); Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla (Cuba); Dato' Seri Utama Haji Mohamad bin Hasan (Malásia); Yusuf Maitama Tuggar (Nigéria); Maris Sangiampongsa (Tailândia); Odongo Jeje Abubakhar (Uganda) e Furkat Sidikov (Usbequistão).

Às 14 horas, Vieira deve dar uma declaração à imprensa.

A companhia elétrica portuguesa EDP afirma que o fornecimento de eletricidade foi totalmente restabelecido nas redes de distribuição do país após um apagão que afetou Espanha e Portugal na segunda-feira, 28, segundo o CEO Miguel Stilwell dAndrade em comentários enviados por e-mail.

Ele afirma que a pane no sistema energético ibérico foi sem precedentes. "As usinas da EDP responderam de forma eficaz aos pedidos da REN e da REE, operadoras dos sistemas elétricos dos dois países, entrando rapidamente em operação para apoiar o equilíbrio da rede. Simultaneamente, a empresa garantiu a plena disponibilidade de sua infraestrutura, contribuindo com a flexibilidade necessária para estabilizar o sistema", disse Stilwell dAndrade. Fonte: Dow Jones Newswires.

O fornecimento de energia foi quase totalmente restabelecido na Espanha na manhã desta terça-feira, 29, após o apagão que deixou milhões de pessoas às escuras desde o início da tarde da véspera. A Red Elétrica, que opera o sistema de energia espanhol, informou que 99% da demanda já havia sido restabelecida.

O blecaute que também atingiu Portugal ainda não tem as causas conhecidas. Já na noite da segunda-feira, o fornecimento havia retornado à maioria do território português.

Em Madri, aplausos irromperam de varandas quando a eletricidade voltou. Fonte: Associated Press.