25 suplentes já se tornaram senadores

Política
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Há 18 dias a agora senadora Eliane Nogueira (PP-PI), de 72 anos, assumiu a vaga do filho e passou a fazer parte de uma lista de 25 suplentes que, de forma temporária ou permanente, foram chamados a ocupar cadeiras do Senado de 2015 pra cá. O número representa quase 1/3 dos 81 mandatos. Atualmente, são oito substitutos em exercício - a maioria sem experiência anterior em cargos majoritários.

Dois nem sequer haviam exercido função pública, como Eliane - 1ª suplente de Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil da gestão Bolsonaro -, e Alexandre Giordano (PSL-SP), de 48 anos, senador substituto de Major Olimpio, morto por covid-19 em março deste ano. Mas, a partir de agora, todos têm direito a voto em matérias decisivas para o País, como, por exemplo, a reforma políticoeleitoral, que depois de passar pela Câmara dos Deputados seguirá para o Senado.

Os pontos em debate pelos parlamentares, no entanto, não incluem mudanças nas regras vigentes para eleição de senadores e seus suplentes nem mesmo quando os escolhidos são parentes. Além de Ciro Nogueira, Chico Rodrigues (DEMRR), preso com dinheiro na cueca ano passado, tem o filho Pedro Rodrigues como suplente;

Davi Alcolumbre (DEM-AP) escolheu o irmão Josiel para a função e Eduardo Braga (MDBAM) alçou Sandra Braga, sua mulher, como substituta imediata. Entre 2015 e 2016, ela assumiu o cargo por 15 meses.

O mais recente suplente a exercer um mandato como senador é, diferentemente da maioria, figura conhecida da política nacional. Aos 74 anos, José Aníbal acumula cinco mandatos como deputado federal e já foi presidente nacional de seu partido, o PSDB. "É claro que essa bagagem facilita meu trabalho quando assumo a vaga. Além disso, tenho muita proximidade com o (José) Serra, conheço seus projetos e acompanho seu mandato desde 2015", afirmou Aníbal. No dia 10, Serra anunciou ter doença de Parkinson e pediu licença médica para se dedicar ao tratamento.

Com o afastamento de Serra, São Paulo tem agora uma senadora somente eleita como "cabeça de chapa" em exercício, Mara Gabrilli (PSDB). Mas com a morte de Olimpio, Giordano perdeu o status de suplente para virar titular, com mandato assegurado até janeiro de 2027.

Apesar de novato na política, Giordano se considera preparado. "Claro que não imagina assumir nesta condição, com a morte do meu amigo Olimpio, mas nada me pega de surpresa. Estou preparado desde que aceitei ser suplente. Acho até melhor não ter tido experiências públicas antes. Quem vem de fora tem uma visão mais realista, acho. Brasília parece uma bolha, às vezes, quase um Big Brother, BBB mesmo", disse.

Ainda em fase de adaptação, o senador busca conhecer mais os procedimentos da Casa para apresentar projetos e ditar seu estilo. Ele não se diz bolsonarista, mas afirma ter o que chama de "tendência" governista. "Não acho que valha a pena rachar com o governo. Se o Lula estivesse lá seria normal também. Não é que sou Lula, sou governista. Meu mandato não é ideológico. Não ligo para essa coisa de esquerda e direita. O meu mandato é da mão para a boca, o que preciso é levar comida para o povo que tá passando fome na rua."

Giordano e Aníbal discordam sobre as regras que o colocaram lá. Para o tucano, mesmo favorecido com o formato atual, o correto seria convocar o terceiro colocado para assumir em caso de vacância. "E, claro, sou totalmente contra parente assumir. Não faz o menor sentido." Já Giordano não vê problemas: "É um cargo de confiança, o necessário pra mim é ser competente, só isso."

Tramita na Casa proposta do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) para vetar suplentes parentes, sem data de votação.

Chapa única

Carlos Portinho (PL-RJ), que virou senador de forma definitiva com a morte por covid-19 de Arolde de Oliveira (PSD-RJ), também é contra a regra que permite parentes como substitutos, mas defende o modelo de suplência. "Eu tenho muita identificação com a história política do Arolde, apesar de bem mais novo, de outra geração. Acho, aliás, que a juventude foi justamente um dos motivos de ele ter me escolhido. Mas, claro, tenho alguns posicionamentos diferentes e o eleitor tem de entender isso."

Portinho disse ainda ter participado intensamente da campanha, apresentando-se e pedindo votos ao eleitor. Ele afirma que os suplentes são como viceprefeitos ou como o vice-presidente da República, e destaca que seus nomes estão na urna. "O eleitor tem de entender isso e olhar para a chapa como um todo", completou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."