Bolsonaro diz em Manaus que estará 'onde o povo estiver' no dia 7 de setembro

Política
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, em cerimônia de entrega de moradias populares em Manaus, que estará "onde o povo estiver" no dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil. De acordo com o Ministério da Defesa, não haverá o tradicional desfile cívico-militar do Exército, que será substituído por cerimônia de hasteamento da bandeira. O chefe do Executivo tem convocado membros de sua rede de apoio a ir às ruas em manifestação em favor do que chama de "contragolpe".

Na solenidade desta quarta-feira, Bolsonaro entregou chaves de apartamentos a moradores da capital amazonense e, em discurso, voltou a reconhecer o aumento da inflação. "Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês", disse aos presentes.

Mais uma vez, o presidente culpou os governadores pelo aumento dos preços do gás de cozinha e da gasolina, que passou por novo reajuste na última quinta-feira (12). Em 2021, o valor do combustível registrou elevação de 51%. "Hoje muitos reclamam, com razão, do preço do botijão de gás. Realmente, é um absurdo. Se chega a R$ 130, a responsabilidade não é do governo federal", eximiu-se. "Também reclamam, com razão, do preço da gasolina. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, vamos ver quem está sendo o vilão nessa história. Não é o governo federal", completou.

O presidente destacou iniciativas de redução de tributos como "compromisso com os mais humildes" e prometeu manter essa política, apesar do quadro de crescente deterioração fiscal do País. "Pensar nos mais humildes é zerar impostos, não aumentar impostos", afirmou. Em seguida, comparou a atual crise pela qual o Brasil passa com "problemas particulares de qualquer pessoa".

A construção das 500 residências entregues hoje iniciaram no âmbito do Minha Casa Minha Vida, programa substituído pelo Casa Verde e Amarela durante o atual governo. O nome antigo da política remetia ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, principal adversário de Bolsonaro no horizonte eleitoral de 2022.

Aglomerações

Como de costume, Bolsonaro provocou aglomerações ao cumprimentar apoiadores ao longo do caminho para o local onde a solenidade foi realizada. Sem máscara, distribuiu apertos de mãos e tirou fotos com o rosto próximo aos dos simpatizantes, que se espremiam atrás de cercas de segurança.

Em dado momento, o pastor líder da igreja Assembleia de Deus, Silas Malafaia, subiu ao púlpito e endossou ataques do presidente contra o Supremo Tribunal Federal (STF). "Supremo poder é o povo, não é caneta de ministro de STF. E ninguém vai tirar um presidente legítimo, com o voto do povo, na caneta", declarou. Em seguida, disse que prevê, de forma profética, "tempo de bênção e prosperidade".

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também ressaltou a fé cristã de Bolsonaro e fez ataques à imprensa, assim como o chefe do Turismo, Gilson Machado. Ambos discursaram no evento em Manaus.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".