Senadores se irritam com silêncio de Silveira na CPI da Covid

Política
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Repetindo o mal-estar de outros depoimentos à CPI da Covid, senadores se irritaram com a postura de Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos, que optou por não responder questionamentos sobre sua atuação na aquisição da vacina indiana Covaxin pelo governo Bolsonaro. Presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) não escondeu a frustração. "Não estou investigando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estou investigando um cidadão que estava no meio disso, mas não pode, virou um não me toque", disse Aziz. Silveira argumenta que pode ficar em silêncio para não ferir o sigilo profissional de sua relação de advogado da Precisa.

"O que estamos fazendo aqui é investigando. A gente não investiga as Forças Armadas, não investiga a OAB, as igrejas católicas e evangélicas, mas pessoas que estão envolvidas com falcatruas, sejam elas pessoas que estão dentro das Forças Armadas, dentro de igrejas, dentro da OAB", continuou Aziz, fazendo referência a outro episódio da CPI que gerou polêmica, quando o senador disse existir um "lado podre" das Forças Armadas, de envolvidos com falcatrua dentro do governo.

Aziz reagiu após o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o questionar sobre a postura de Silveira, que não respondeu perguntas sobre sua atuação dentro da Precisa, empresa responsável por intermediar a compra da vacina indiana Covaxin. Silveira também manteve o silêncio quando foi perguntado sobre outras questões não relacionadas à empresa, o que irritou ainda mais os senadores.

O advogado não quis responder, por exemplo, sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro ou se já trabalhou dentro do Ministério da Saúde ocupando cargo de comissão. Integrantes da CPI reclamam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que libera Silveira de responder questões que possam incriminá-lo, tem limites, o que obriga o advogado a responder sobre tais situações.

Antes de suspender a sessão para intervalo, Aziz afirmou que tomaria "providências" sobre a situação. "Eu prefiro que o senhor me desrespeite e me responda. Mas acaba com esse 'com todo respeito' porque isso é falta de respeito. Eu vou suspender a sessão e depois a gente conversa. Eu vou tomar algumas providências", disse o senador.

Durante a sessão, o senador Humberto Costa (PT-PE) também alegou que Silveira já advogou por 25 vezes para a VTCLog, outra empresa que tem contratos com o Ministério da Saúde e está na mira da CPI da Covid.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), lamentou a suspensão da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Israel. "O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor", diz o texto do Itamaraty.

Israel interrompeu a entrada de todos os bens e suprimentos na Faixa de Gaza no domingo (2) e advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.

O Itamaraty diz que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", recordando que "Israel tem obrigação - conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 - de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos". A nota afirma ainda que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.

O governo brasileiro defende que as partes promovam o estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e o engajamento nas negociações "a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala."

A discussão entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na última sexta-feira (28) na Casa Branca levou as relações entre os dois países a um conflito. Ele também causou sério dano a uma aliança no coração da ordem estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial: a Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Trump adotou uma posição que muitos aliados europeus viam como se ele estivesse do lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ignorar as preocupações de segurança de um país amigo que precisa de ajuda do Ocidente. Ele disse que o presidente ucraniano estava perdendo a guerra e "não tinha cartas".

A Otan é baseada na ideia de que os EUA podem usar seu poderio militar, incluindo o arsenal de armas nucleares, para defender qualquer aliado que for atacado. Esta premissa fundamental agora está sendo questionada.

"Eu estou preocupado que estamos nos últimos dias da Otan", disse o almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante aliado supremo da Otan. Ele destacou que a aliança "pode não entrar prestes a entrar em colapso, mas eu posso certamente ouvir o ranger mais alto do que em outros tempos em minha longa carreira militar."

No último domingo, 2, Trump publicou uma mensagem na sua plataforma Truth Social: "Devemos dedicar menos tempo nos preocupando com Putin e mais tempo nos preocupando sobre as gangues de imigrantes que cometem estupros, traficantes, assassinos e pessoas que vieram de instituições (de saúde) mental entrando em nosso país - Para que não acabemos como a Europa." A Casa Branca não fez comentários sobre a política do governo dos EUA sobre a Otan.

A força do apoio de Trump à Otan, que foi criticada no passado, continua incerta. Na Casa Branca na última sexta-feira, ele disse "estamos comprometidos com a Otan" e elogiou um país membro, a Polônia, que faz muitos gastos com defesa.

No sábado, dia 1º, Elon Musk, um assessor de Trump que lidera o departamento de eficiência do governo, endossou uma mensagem na plataforma X que defendia a retirada dos EUA da Otan e das Nações Unidas.

Líderes europeus, que confiam na Otan para a segurança de seus países, têm evitado falar publicamente sobre as ameaças à aliança, mas alguns começam a comentar planos alternativos. "Queremos preservar a parceria transatlântica e a nossa força conjunta", comentou no sábado a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock. "Mas ontem vimos uma vez mais que os europeus não devem ser ingênuos", disse, referindo-se aos eventos ocorridos na Casa Branca na sexta-feira: "Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos próprios interesses, nossos próprios valores e nossa própria segurança, pelo bem do nosso povo na Europa."