Empresa dá calote em funcionários do TJ-SP, que tem que usar recursos para pagar dívida

Política
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Uma empresa terceirizada que recebia R$ 1,083 milhão por mês do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para manter os serviços de controle de portaria de fóruns na capital e de ascensoristas da Corte está sendo acusada de dar o calote em seus funcionários. A S & G fechou suas portas repentinamente e apanhou a direção do tribunal de surpresa. Ao todo, 400 trabalhadores do tribunal e de órgãos do Judiciário na capital ficaram sem receber nada. O TJ-SP bloqueou verbas destinadas à empresa para honrar os salários.

A S & G mantinha dois contratos com o Judiciário paulista. O dos ascensoristas teve início em 19 de abril de 2021. Já o de serviços de "controle, operação e fiscalização de portarias e edifícios", foi assinado em 16 de novembro de 2020. A Corte pagou valores mensais à empresa desde o começo do contrato - R$ 69.315,46 no de ascensoristas e R$ 1.013.839,05 no segundo. "Nós vamos cobrar o que devem aos trabalhadores", afirmou Moacyr Pereira, diretor financeiro do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (Siemaco).

Funcionários de 34 fóruns e outras unidades do Judiciário na capital foram afetados, como os 32 controladores de acesso que prestavam serviços na portaria do TJ-SP. Eles contaram que a S & G "sumiu do mapa sem dar satisfações". "É inaceitável que uma empresa simplesmente desapareça, deixando seus funcionários nessa situação de vulnerabilidade", afirmou André Santos Filho, o presidente do sindicato, cuja base tem cerca de 130 mil trabalhadores na capital. O Estadão não conseguiu localizar os representantes da empresa ou seus advogados.

Com o imbróglio, a Corte decidiu, preliminarmente, notificar a empresa para regularização da inadimplência. "Como não houve a regularização, a contratada foi notificada sobre a possibilidade de aplicação das sanções contratualmente previstas, por meio de um processo administrativo", informou a Corte. Ainda de acordo com o tribunal, outras ações foram tomadas, "como um novo pedido de contratação e proposta de rescisão unilateral". "A sanção administrativa está sendo tratada em processo apuratório autuado por descumprimento contratual."

"Esse caso é um absurdo. Ocorre frequentemente em empresas terceirizadas. Colocam a empresa em nome de laranjas, mergulham no preço na licitação (oferecem um preço inexequível, para vencer a disputa), ganham o contrato, recebem e depois dão o calote. Ainda neste caso, o tribunal bloqueou as duas faturas para honrar as dívidas trabalhistas", afirmou Moacyr Pereira.

Concluída a apuração, e, caso sejam constatados danos ao erário e ao tribunal, o TJ encaminhará os autos à Procuradoria Geral do Estado, que deve designar um procurador para ingressar com a ação em nome da Fazenda do Estado de São Paulo contra a empresa. Pela legislação trabalhista, o tribunal tem responsabilidade subsidiária ao contratar a empresa terceirizada. Já a Lei das Licitações, modificada em 2021, permite que o tribunal deduza os valores devidos aos trabalhadores dos pagamentos que teria que fazer à empresa.

É o que informou ainda o tribunal por meio de nota: "A contratada deixou de pagar os salários e benefícios de seus colaboradores referentes ao mês de agosto, que deveriam ter sido pagos no 5º dia útil do mês de setembro. O Tribunal de Justiça vai pagar os salários destes empregados na forma do artigo 121, parágrafo 3º, inciso IV da Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações)".

O TJ não tem até agora notícia da formalização das rescisões de trabalho dos colaboradores. Questionado pelo Estadão, o Tribunal informou que a empresa era "responsável pelo controle de ponto, depósitos e emissão de holerites". "O Tribunal de Justiça, pelos fiscais de contrato, tem o dever de fiscalizar a prestação de serviços. Assim, mensalmente, a contratada apresenta a prova de cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, principais e acessórias, incluída a comprovação de pagamento de salários e benefícios devidos aos empregados, juntamente com o documento fiscal", explicou a Corte.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.