Deputados querem convocar Mauro Vieira e Amorim após ministro cancelar ida à Câmara

Política
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A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara prepara requerimentos de convocação ao chanceler do País, Mauro Vieira, e ao assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, após o ministro cancelar participação em uma audiência do colegiado que ocorreria nesta quarta-feira, 18, para a qual havia sido convidado. Os parlamentares querem ouvir Vieira sobre a posição do Brasil em relação à guerra no Oriente Médio entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Quando um ministro de Estado é convocado por uma comissão do Congresso, a participação é obrigatória. No entanto, é raro que isso ocorra. Normalmente, é feito um acordo para transformar os requerimentos de convocação em convites. Nesse caso, a presença da autoridade é opcional. A tentativa de convocar Vieira, portanto, será um teste para a base do governo no colegiado.

O convite para Vieira comparecer à Câmara foi feito pelo presidente da CREDN, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP). O ministro, contudo, já havia confirmado presença em reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, presidida por Renan Calheiros (MDB-AL), também nesta quarta-feira, 18. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Barbosa sugeriu que deputados e senadores ouvissem e questionassem o chanceler em uma audiência conjunta, o que foi rejeitado pelo Senado.

"A insatisfação com a decisão do ministro de faltar à reunião terá como reação uma série de requerimentos de convocação, que torna obrigatória a participação na reunião da Comissão. Serão apresentados pedidos de convocação do ministro Mauro Vieira e do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim", diz nota divulgada pela assessoria de Barbosa. O texto afirma que Vieira havia confirmado a presença diretamente ao presidente da Comissão e que não apresentou "nenhuma justificativa plausível".

Um dos requerimentos de convocação de Vieira foi apresentado na comissão da Câmara pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A oposição tem criticado a postura do governo, do Itamaraty e do PT em relação ao conflito na Faixa de Gaza, que virou um embate político no Brasil, inclusive com bate-bocas no Congresso entre petistas, mais simpáticos à causa palestina, e bolsonaristas, com posição pró-Israel.

O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Israel "não tem moral" para falar em direitos humanos, em uma resposta à embaixada israelense no País, que havia rebatido posicionamentos da sigla em relação à guerra. "É um ataque injustificável a um partido que ao longo de sua história abriga militantes palestinos, árabes e judeus e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina", diz nota assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

"É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos", havia escrito a Embaixada de Israel no Brasil, após o PT ter divulgado uma resolução em que condenava tanto as ações do Hamas, quanto as de Israel.

Nos últimos dias, Lula conversou com autoridades de Israel, da Palestina e do Egito. É com a ajuda do governo egípcio que o Itamaraty tenta retirar cerca de 30 brasileiros da Faixa de Gaza, após repatriar mais de 900 brasileiros que estavam em Israel, por meio de aeronaves da Força Aérea. O petista condenou os ataques terroristas, pediu que o Hamas liberte crianças sequestradas como reféns e defendeu um corredor humanitário na Faixa de Gaza.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, telefonou a ele para "perguntar o que poderia ser feito em relação às tarifas" de 25% impostas sobre os produtos importados do Canadá, que entraram em vigor nesta terça, 4. Um dos principais motivos para a política tarifária de Trump, segundo ele, é o tráfico de fentanil que sai do Canadá em direção aos EUA.

Em uma publicação na Truth Social, o líder americano, no entanto, afirmou que os esforços do Canadá para combater a entrada do fentanil pelas fronteiras não são "bons o suficiente", ressaltando que muitas mortes ocorreram devido ao fentanil proveniente do Canadá e do México. Trump também afirmou que nada o convenceu de que o problema foi resolvido.

A ligação, que Trump descreveu como tendo terminado de maneira "um tanto amigável", também incluiu críticas a Trudeau por suas políticas de fronteira. O presidente americano acusou as "fracas" políticas do premiê canadense de permitir, segundo ele, a entrada de grandes quantidades de fentanil e de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, o que resultaria em muitas mortes. Além disso, Trump sugeriu que Trudeau estaria utilizando a questão das tarifas e do fentanil como uma estratégia para se manter no poder.

Trump voltou a se referir a Trudeau como "governor", palavra em inglês que pode ser usada tanto para definir governador de estado como chefe de instituição pública. O presidente dos EUA tem provocado embates com o premiê canadense devido às repetidas ameaças de anexar o Canadá e transformá-lo no "51º estado dos Estados Unidos", uma ideia que já foi rejeitada pelo líder do país vizinho.

Pelo menos três parlamentares ficaram feridos na terça-feira, 4, um deles gravemente, após cenas caóticas no parlamento da Sérvia, onde bombas de fumaça e sinalizadores foram lançados, aumentando ainda mais as tensões políticas no país europeu.

Os parlamentares deveriam votar uma lei para aumentar o financiamento da educação universitária, mas partidos de oposição alegaram que a maioria governista também planejava aprovar dezenas de outras decisões. Segundo a oposição, isso seria ilegal, e os legisladores deveriam primeiro confirmar a renúncia do primeiro-ministro, Milos Vucevic, e de seu governo.

O caos começou cerca de uma hora após o início da sessão parlamentar, quando membros da oposição começaram a apitar e a segurar um cartaz com a frase: "A Sérvia se levantou para que o regime caia!". Centenas de apoiadores da oposição protestavam do lado de fora do prédio do parlamento durante a sessão.

Imagens de vídeo do plenário mostraram confrontos entre parlamentares e o lançamento de sinalizadores e bombas de fumaça. A mídia sérvia informou que ovos e garrafas de água também foram arremessados.

Autoridades relataram que três pessoas ficaram feridas, incluindo a parlamentar Jasmina Obradovic, que foi levada ao hospital.

A presidente do parlamento, Ana Brnabic, acusou a oposição de agir como uma "gangue terrorista". O ministro da Defesa, Bratislav Gasic, descreveu os responsáveis pelo incidente como "uma vergonha para a Sérvia". "O vandalismo dos parlamentares da oposição expôs a natureza de suas personalidades e a essência de sua agenda política", disse Gasic.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, visitou Obradovic no hospital. "Jasmina vencerá, a Sérvia vencerá", escreveu Vucic em uma postagem no Instagram, mostrando-o segurando a mão da parlamentar em uma sala de emergência.

Demandas dos estudantes em protesto

O incidente reflete uma profunda crise política na Sérvia, onde protestos anticorrupção há meses abalam o governo populista. Vucevic renunciou em janeiro, enquanto o governo enfrentava manifestações após o desabamento, em novembro, da cobertura de concreto de uma estação de trem no norte da Sérvia, que matou 15 pessoas. Críticos atribuem a tragédia à corrupção desenfreada. O parlamento deve confirmar a renúncia do primeiro-ministro para que ela tenha efeito.

O aumento no financiamento da educação tem sido uma das principais reivindicações dos estudantes sérvios, que são a força motriz dos protestos diários que começaram após o colapso da estrutura em 1º de novembro, na cidade de Novi Sad.

Pedido por um governo de transição

Os partidos de oposição insistem que o governo não tem autoridade para aprovar novas leis. O parlamentar de esquerda Radomir Lazovic afirmou que a oposição estava disposta a apoiar a aprovação do projeto de lei de financiamento da educação solicitado pelos estudantes, mas não outras decisões incluídas na pauta da assembleia.

Lazovic afirmou: "Só podemos discutir a queda do governo". Segundo ele, a única saída para a crise atual seria a formação de um governo de transição que estabelecesse condições para eleições livres e justas-uma exigência que os governistas populistas rejeitam repetidamente.

Vucic e seu partido de direita, o Partido Progressista Sérvio, consolidaram um controle firme sobre o poder nas últimas décadas, apesar de oficialmente buscarem a adesão à União Europeia.

Muitos sérvios acreditam que o colapso da cobertura da estação de trem foi causado por trabalho malfeito e negligência às normas de segurança devido à corrupção governamental.

O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenski, afirmou nesta quarta-feira, 5, que "hoje, nossas equipes da Ucrânia e as equipes dos Estados Unidos começaram a trabalhar na reunião", referindo-se às negociações bilaterais entre os dois países que devem resultar na assinatura de um acordo de exploração de minerais e nos avanços da negociação para o fim de guerra com a Rússia. Ele mencionou que as conversas, lideradas por Andriy Yermak, chefe de gabinete ucraniano, e Mike Waltz, conselheiro de segurança nacional americano, tiveram um "movimento positivo" e diz esperar "os primeiros resultados na próxima semana".

Zelenski também enfatizou a importância do fortalecimento da produção interna de armamentos. "Estamos preparando acordos para aumentar nossa produção de armas na Ucrânia", declarou, com foco na fabricação de drones para a linha de frente. Ele, no entanto, não deu mais detalhes sobre esses acordos.

"Todos veem o quão rapidamente os eventos diplomáticos estão se desenvolvendo", destacou o líder ucraniano na sequência, e ressaltou os preparativos do país para a cúpula da União Europeia (UE), que deve ocorrer amanhã em Bruxelas. Ele reiterou a importância do apoio internacional e a necessidade de avançar na integração europeia, especialmente no que chamou de "clusters do processo de negociação de adesão" ao bloco.

Além disso, Zelenski agradeceu o apoio de líderes internacionais, como os da Holanda, Portugal, Eslovênia e Alemanha, com quem manteve contato recentemente.