Ex-secretário de Bolsonaro é julgado por suspeita de interferência de Luciano Hang na eleição

Política
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O senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário de Pesca e Aquicultura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) nesta quinta-feira, 26, por suspeitas de interferências do empresário Luciano Hang, dono da loja de departamentos Havan, nas eleições do ano passado.

Seif é acusado pelos partidos PSD, União Brasil e Patriota de ter cometido abuso de poder econômico na disputa pelo Senado Federal, na qual foi eleito com 1.484.110 votos (39,8% do eleitorado). Segundo a denúncia, o parlamentar teria utilizado cinco aeronaves e a estrutura das lojas de Hang durante a campanha eleitoral, sem prestar contas para a Justiça Eleitoral.

"O candidato Seif realizou diversos eventos de campanha em cidades distintas e conseguiu locomover-se rapidamente, todavia, sem documentar em sua prestação de contas qual o meio de transporte utilizado, com intenção nítida de omitir o financiamento de fonte vedada e o abuso do poder econômico", afirma a denúncia feita pelos partidos.

O ex-secretário de Pesca e Aquicultura também é acusado de ter sido financiado por um sindicato e assessorado por parte de uma empresa de Hang. As práticas também são vedadas pela legislação eleitoral.

Procurado pelo Estadão, Seif afirmou que não vai se pronunciar sobre o julgamento.

Condenação pode provocar novas eleições em Santa Catarina

Os partidos pedem que Seif se torne inelegível por oito anos. O TRE de Santa Catarina é formado por sete membros e, caso quatro optem pela condenação do senador, ele será punido com a perda do mandato. Se isso ocorrer, o parlamentar ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os suplentes de Seif, Hermes Artur Klann e Adrian Rogers Censi também serão julgados nesta quinta. Caso também sejam condenados e não tenham um recurso acatado pelo TSE, deverão ser realizadas eleições suplementares em Santa Catarina para eleger um novo senador.

Hang se tornou inelegível por denúncia semelhante

Existe um precedente negativo contra o senador, que pode ser considerado pelo TRE. No início de maio deste ano, o TSE cassou, por 5 votos a 2, o mandato de Ari Vequi (MDB-SC), então prefeito de Brusque, e tornou Luciano Hang inelegível por 8 anos. A decisão atendeu a um pedido dos partidos Podemos, PT, PSB e PV, que alegaram que o empresário usou a estrutura e marca da Havan nas eleições de 2020 para influenciar o resultado do pleito em favor da chapa de Vequi.

Por outro lado, a Procuradoria Regional Eleitoral de Santa Catarina considerou, em julho, a denúncia dos partidos contra Seif improcedente e defendeu, em uma manifestação, a manutenção do cargo do senador.

Quem é Jorge Seif?

Jorge Seif Junior, de 46 anos, é senador por Santa Catarina e está no primeiro mandato. Empresário do setor pesqueiro do Estado, foi escolhido por Bolsonaro para assumir a chefia da Secretaria de Pesca e Aquicultura, função que ocupou entre 2019 e março de 2022.

Bolsonarista desde 2015, Seif só conheceu o ex-presidente pessoalmente três semanas após o segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando foi conversar com Bolsonaro sobre reinvindicações do setor pesqueiro e recebeu o convite para assumir a Secretaria.

Durante o governo, ele era chamado de "06" por Bolsonaro, em uma alusão a como o ex-presidente chama os próprios filhos. Ele deixou a Secretaria de Pesca após ser indicado pelo ex-chefe do Executivo a concorrer ao Senado. Nas eleições, venceu o ex-governador catarinense Raimundo Colombo (PSD), que concorreu pela coligação "Bora Trabalhar", formado pelos partidos que são os autores da denúncia que pode causar a cassação e inelegibilidade de Seif.

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se encontrou neste domingo (2) com o rei Charles, na casa de campo real Sandringhamem, em Nortfolk, Inglaterra. O encontro ocorreu após a cúpula com outros líderes europeus, que discutiu a guerra na Ucrânia, o reforço nas defesas do país e um trabalho em direção a um acordo de paz.

De acordo com informações da Sky News atribuídas ao Palácio de Buckingham, a reunião durou pouco menos de uma hora. Zelenski voou de helicóptero de Londres, há cerca de uma hora, para Sandringham, onde o rei e a rainha passam a maior parte do tempo.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.

Além da reunião coletiva, Zelenski realizou alguns encontros individuais com os líderes europeus, como este com o Rei Charles e também com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Neste segundo caso, o presidente ucraniano disse, em seu perfil na rede social X, que a reunião foi produtiva, visando o desenvolvimento conjunto de um plano de ação para acabar com a guerra.

"Ninguém além de (o presidente da Rússia, Vladimir) Putin está interessado na continuação e rápido retorno da guerra. Portanto, é importante manter a unidade em torno da Ucrânia e fortalecer a posição do nosso país em cooperação com nossos aliados - os países da Europa e os Estados Unidos", escreveu.

"A Ucrânia precisa de paz apoiada por garantias de segurança robustas. Sou grato à Itália por seu apoio contínuo e parceria para aproximar a paz na Ucrânia", concluiu.

Zelenski não fez postagens sobre o encontro com o Rei Charles.

O presidente ucraniano chegou a Londres no sábado, 1º, quando se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

As reuniões ocorrem após o colapso das negociações entre Zelenski e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, na última sexta-feira (28), quando Trump acusou o presidente ucraniano de não ser agradecido pelo apoio norte-americano. Zelenski deixou os EUA sem a esperada assinatura de um acordo entre os dois países para a exploração mineral na Ucrânia.

*Com agências internacionais.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo, 2, em entrevista coletiva, que a nação insular ajudará a Ucrânia com 1,6 bilhão de libras (cerca de US$ 2 bilhões) para a compra de mais de 5 mil mísseis aéreos. Segundo ele, o apoio criará empregos na defesa britânica, além de ser "vital" para proteger infraestruturas críticas da Ucrânia. A declaração ocorreu após a cúpula organizada por Starmer com líderes globais para discutir a guerra na Ucrânia.

Entre os pontos discutidos na reunião, o líder britânico disse que os líderes concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, além de garantir que a Ucrânia participe das decisões. Starmer acrescentou, ainda, que as capacidades de defesa ucranianas continuariam tendo apoio, mesmo em caso de um acordo de paz, a fim de deter "qualquer invasão futura".

Starmer também destacou que, para dar suporte à paz no continente de forma efetiva, os esforços precisam do apoio dos Estados Unidos, reforçando que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, no dia anterior, antes da cúpula. Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que "ninguém quer ver o que aconteceu na sexta-feira", se referindo ao bate-boca entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, mas ele rejeitou que os EUA não sejam um aliado. Starmer afirmou que os EUA têm sido, nas últimas décadas, um aliado de confiança do Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (2) que apresentará na próxima semana um plano para "rearmamento da Europa", para reforçar a segurança do bloco.

Ao fim da cúpula sobre defesa e segurança da Ucrânia, realizada neste domingo em Londres, a chefe do poder executivo da União Europeia (UE) disse que revelará o plano aos chefes de Estado e governo europeus durante uma cúpula da UE em Bruxelas.

"Todos nós entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. É para a segurança da União Europeia", disse.

Von der Leyen acrescentou que o plano poderia, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados.

Quanto ao futuro da Ucrânia, ela afirmou que as garantias de segurança são de extrema importância para o país devastado pela guerra. "Temos que colocar a Ucrânia em uma posição de força, para que ela tenha os meios para se fortalecer e se proteger", disse. "É transformar a Ucrânia em um porco-espinho de aço que é indigesto para invasores em potencial."

A jornalistas, no fim da Cúpula de Londres, Von der Leyen também disse que eles querem que os EUA vejam que estão preparados para defender a democracia.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também incluiu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. Fonte: Associated Press.