Secretário assume 'erro' em visita de 'dama do tráfico' a ministério

Política
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O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, assumiu nesta segunda-feira, 13, como seu o "erro" que permitiu que uma integrante do Comando Vermelho participasse de encontros com dirigentes da pasta. Luciane Barbosa Farias, mulher de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, fez parte de um grupo que visitou diversas autoridades em Brasília em março e maio deste ano, incluindo secretários do Ministério da Justiça. As visitas foram reveladas pelo Estadão.

 

Vaz disse que Luciane estava como "acompanhante" e "se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário". "Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber, porque eu poderia ter exigido que cada pessoa que entrasse na minha sala eu pudesse verificar", disse, em entrevista coletiva.

 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, também se pronunciou sobre o caso. "Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho", escreveu, na rede social X (antigo Twitter).

 

Regras

 

Após a revelação do caso, o Ministério da Justiça editou uma portaria para endurecer as regras de visitas à sede da pasta. O texto deve ser publicado no Diário Oficial da União nesta terça, 14. A ideia é controlar com mais rigor os acessos e submeter os nomes dos visitantes a uma análise prévia.

 

Segundo o ministério, Luciane era integrante de uma comitiva que visitou o Palácio da Justiça, em Brasília, e era "impossível" o setor de inteligência da pasta detectar previamente a presença dela. Agendas públicas de autoridades costumam trazer informações apenas da pessoa que pediu a realização do compromisso, e não sobre os demais participantes das reuniões. A falta de controle pode representar um risco para os servidores.

 

Conhecida como a "dama do tráfico" amazonense e condenada a dez anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico, Luciane se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, ouvidora nacional de Serviços Penais; e Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen. As audiências ocorreram em março e maio deste ano.

 

Tio patinhas

 

O marido de Luciane, Clemilson, foi preso em 11 de dezembro do ano passado, quando participava de um culto na igreja evangélica Assembleia de Deus, em Manaus. Na ocasião, um dos policiais presentes anunciou ao pastor o que foram fazer no local: "Estamos prendendo o maior traficante de Manaus".

 

Naquela operação foram apreendidos 235 kg de skunk (também chamada de "supermaconha") no fundo falso de uma van, munições calibre .36 e um RG falso. Ele foi condenado a 31 anos de reclusão por associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. (COLABOROU RAYSSA MOTTA)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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