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Golpistas invadem Poderes; governo Lula intervém na segurança do DF

Política
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Bolsonaristas radicais marcharam na tarde deste domingo (8) pela Esplanada dos Ministérios, invadiram a sede dos três Poderes da República e deixaram um rastro de destruição pelos principais edifícios de Brasília. Sem atuação ostensiva da Polícia Militar, vândalos pediram intervenção militar e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reação, decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.

A passeata começou por volta das 14 horas e tinha por objetivo levar o caos para uma tomada de poder. Perto das 15 horas, o grupo desceu pelo Eixo Monumental, furou, sem resistência, o bloqueio da PM e ocupou gramado, rampas, acessos e teto do Congresso. Houve a primeira invasão, com cenas de vandalismo no Senado e na Câmara.

Em seguida, pela Praça dos Três Poderes, transformada em campo de batalha, os radicais tomaram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Quebraram vidraças, entraram em gabinetes e depredaram obras de arte. Houve focos de incêndio. Os plenários de Câmara, Senado e STF foram ocupados. Exibiram como troféu a porta do armário onde fica a toga do ministro Alexandre de Moraes - visto como algoz por bolsonaristas. Tudo foi transmitido em redes sociais, ao vivo, pelos invasores.

Do lado de fora do Congresso, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro aplaudiram PM. Transmissões ao vivo, em redes sociais, mostraram os manifestantes chamando policiais de patriotas. Nas lives, os extremistas divulgavam os atos de vandalismo. Houve cenas de leniência de PMs, que tiraram fotos com manifestantes e compraram água de coco, enquanto o tumulto se formava.

Os atos de cunho golpista foram controlados pelas forças de segurança - PM, Polícia Civil, Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia do Exército - cerca de três horas e meia depois. Os bolsonaristas agrediram, ainda, policiais, que reagiram com bombas de gás, spray pimenta e cavalaria. O primeiro prédio liberado foi o do STF, depois Planalto e Congresso. Do alto, um helicóptero da PF também fazia disparos e foi usado jato d'água.

SINAIS

Ao menos, 400 vândalos foram presos em flagrantes, e a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a prisão de Anderson Torres, secretário da Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. Ambos estão nos EUA, e o ex-presidente, em rede social, afirmou que depredações "fogem à regra".

Os sinais de que os atos seriam violentos já haviam sido dados desde sábado. Caravanas com cem ônibus chegaram à capital federal de vários pontos do País. Ao menos, 4.000 pessoas estavam prontas para atacar as instituições. Desde a derrota de Bolsonaro na eleição, radicais mantém acampamento na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília.

Lula estava em Araraquara (SP), para onde viajou para levar ajuda federal após fortes chuvas. De lá, onde acompanhou a crise. Como interventor foi nomeado o atual secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli - braço direito do ministro Flávio Dino. O governo federal vai agir até o dia 31 de janeiro, e a intervenção passará pelo aval do Congresso.

"É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, de forma que ninguém nunca mais ouse, com a Bandeira Nacional nas costas, ou com a camiseta da seleção brasileira, para se fingirem de nacionalistas, de brasileiros, façam o que eles fizeram hoje", afirmou Lula. O petista comparou os invasores a nazistas e fascistas. "Vamos descobrir quem foram os financiadores desses vândalos que foram a Brasília e pagarão com a força da lei por esse gesto antidemocrático", afirmou.

FINANCIAMENTO

Lula está convencido de que o atos foram financiados por empresários defensores de um golpe do Estado. Lula recebeu informações de que na lista dos financiadores há empresários do agronegócio e outros com ligações no exterior, que já bancaram vários atos antidemocráticos. No pronunciamento em Araraquara, Lula disse que possivelmente o "agronegócio maldoso" estava por trás das cenas de vandalismo. Lula também está convencido de que Bolsonaro vem estimulando um ataque "a la Capitólio" desde a derrota nas urnas. O presidente voltou ontem mesmo para Brasília.

Acuado, o governador Ibaneis Rocha (MDB) exonerou Torres e pediu desculpas a Lula. Em vídeo, ele disse que a ação era "inaceitável". "Quero me dirigir aqui, primeiramente, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir desculpas pelo que aconteceu na nossa cidade, à presidente do Supremo Tribunal Federal (Rosa Weber), ao meu querido amigo Arthur Lira, ao meu amigo Rodrigo Pacheco", disse.

ABSURDO

Dino classificou como "absurda" os episódios. "Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer", disse. "Enxergamos omissão do aparato de segurança pública do DF", afirmou Dino, em entrevista coletiva, após os atos de vandalismo. "Abrir a Esplanada se revelou decisão desastrosa."

Segundo especialistas em direito, os envolvidos podem responder por crimes como dano qualificado, atentado contra o estado democrático de direito e terrorismo. A pena chega a 30 anos de prisão. "Houve uma violência imediata, que foram as invasões e depredações, mas com um objetivo maior, que era derrubar a democracia", disse o jurista Walter Fanganiello Maierovitch, que vê terrorismo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.