Congresso e Judiciário veem 'atos criminosos' e cobram punições

Política
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A ação de grupos extremistas provocou a reação de representantes de Poderes e de entidades da sociedade civil, que classificaram as invasões como "antidemocráticas" e de caráter "terrorista" e cobraram a punição dos responsáveis. Tanto os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), anteciparam o retorno a Brasília. Pacheco já convocou em "prazo necessário" sessão do Congresso para votar o pedido de intervenção federal na segurança do Distrito Federal. Na Câmara, existe a expectativa de que Lira organize hoje uma reunião de líderes da Casa.

A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que vai criar uma força-tarefa para promover o ajuizamento de ações para cobrar indenizações pelos danos causados ao patrimônio do Estado pelos atos em Brasília. Além disso, o grupo ficará responsável por ingressar com medidas judiciais para responsabilizar por improbidade agentes públicos por eventuais omissões dolosas que permitiram a ocorrência dos atos. "A intenção da AGU é atuar como assistente da acusação de eventuais ações penais a serem ajuizadas pelo Ministério Público para responsabilização criminal dos autores dos atos ilegais."

Em nota, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, disse que a Corte "não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao estado democrático de direito" e que a Corte atuará "para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos".

Segundo ela, o prédio da Corte foi "severamente destruído por criminosos, vândalos e antidemocratas", e que será reconstruído. "O Brasil viveu neste domingo uma página triste e lamentável de sua história, fruto do inconformismo de quem se recusa a aceitar a democracia."

Também ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes usou as redes sociais para declacar que os organizadores dos ataques "terroristas" serão responsabilizados. Ele se referiu a "financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos".

NOTA CONJUNTA

Além das manifestações individuais, a cúpula do Poder Judiciário divulgou nota conjunta dizendo que seguirá firme no papel de garantir os direitos fundamentais e o estado democrático de direito, assegurando o "império da lei" e a "responsabilização integral" dos que atentam contra esse sistema. Além de Rosa Weber e Alexandre de Moraes, a nota é assinada pelos presidentes do Superior Tribunal de Justiça (Maria Thereza de Assis Moura), do Tribunal Superior do Trabalho (Lelio Bentes Corrêa) e do Superior Tribunal Militar (Lúcio Mário de Barros Goés).

Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ter requerido à Procuradoria da República no Distrito Federal a imediata abertura de investigação criminal sobre a invasão a prédios dos três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Ministério Público Federal diz "monitorar e acompanhar com preocupação os atos de vandalismo". No mesmo texto, Aras disse manter "contato permanente com as autoridades" para "adotar iniciativas que competem à instituição para impedir a sequência de atos de violência".

Entre os parlamentares, Rodrigo Pacheco disse repudiar "veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência". Já Lira afirmou que o "Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira se manifestar pacificamente". "Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo." O deputado também chegou a propor uma reunião "de todos os chefes de Poderes para fazermos uma reunião para deixar absolutamente inquestionável que os três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da democracia".

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil defendeu a pronta identificação e punição dos "artífices dos levantes golpistas". Segundo a entidade, os ataques têm o objetivo de "enfraquecer" os Poderes e a Constituição federal. "É hora de encerrar de uma vez por todas os intentos contra o estado democrático de direito no País."

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também cobrou "firme reação". "As cenas de desordem e quebra-quebra perpetradas na tarde deste domingo em Brasília causam profunda perplexidade institucional, que exigem firme reação do Estado", disse ele, em nota.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.