Extremistas responderão por tentativa de depor governo legitimamente constituído

Política
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Os extremistas presos em Brasília neste domingo, 8, serão enviados pela Polícia Civil para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde aguardarão a audiência de custódia. O procedimento avalia formalidades do processo de prisão.

Eles serão enquadrados pelo crime previsto no artigo 359-M do Código Penal: o de tentar depor governo legitimamente constituído. A pena é de 4 a 12 anos de prisão. O artigo foi incluído na legislação penal por uma lei aprovada pelo Congresso em 2021. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou trechos da proposta, mas não tocou no dispositivo que agora está sendo usado contra seus apoiadores.

O dado mais atualizado da Polícia Civil do Distrito Federal aponta 300 presos. O número não inclui os indivíduos que foram fichados pela polícia legislativa. Estes foram levados ao Complexo da Polícia Civil apenas para exame de corpo delito e também irão a presídio.

Delegados, investigadores e escrivães foram chamados ao trabalho para dar conta da burocracia das prisões, como coleta de depoimentos e exame de corpo delito. Os atos estão concentrados no Complexo da Polícia Civil, em Brasília.

Advogados dos presos pleiteiam junto aos delegados para que os radicais que foram presos sem serem flagrados em atos de vandalismos sejam liberados.

Um dos extremistas presos é suspeito de ligação com o grupo que pretendia detonar um explosivo em subestação de energia de Taguatinga (DF), cidade satélite de Brasília. A informação é de investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal.

Os policiais monitoravam o suspeito e trabalhavam na coleta de evidências de que ele seria escalado pelo seu grupo para cometer o atentado contra a ordem pública.

O suspeito seria ligado a George Washington de Oliveira Souza, preso em 24 de dezembro depois de colocar uma bomba próximo a um caminhão de combustíveis no entorno do Aeroporto Internacional de Brasília.

Apesar do atentado frustrado, o suspeito, segundo investigadores, permaneceu em Brasília para atos golpistas e acabou sendo preso por participação nos atos deste domingo.

Alguns extremistas presos neste domingo se sentiram mal enquanto aguardam a formalização da prisão, na delegacia localizada no Complexo da Polícia Civil, em Brasília. O atendimento médico foi acionado e duas ambulâncias do Corpo de Bombeiros chegaram ao local.

De acordo com investigadores, há extremistas idosos entre os presos em flagrante e alguns deles tiveram oscilação da pressão. A maioria foi levada à delegacia em ônibus da Polícia Militar.

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A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está "otimista, mas é realista e está cada vez mais frustrado" com os líderes da Rússia e da Ucrânia. Segundo a representante americana, o republicano quer um acordo permanente entre os dois países para que a guerra na Europa Oriental seja resolvida, mas é preciso "ir à mesa para negociação".

Em relação aos acordos comerciais, segundo Leavitt, toda a administração trumpista está se esforçando para alcançar as melhores negociações, "que devem beneficiar os americanos". "Não posso dar mais detalhes, mas vocês ouvirão mais sobre os acordos nesta semana", enfatizou.

Na ocasião, a porta-voz disse que Trump assinará ordens executivas sobre segurança de fronteira nesta segunda-feira e mencionou que cerca de 136 quilômetros de muro de fronteira estão em fase de construção. O "czar da fronteira" americano, Tom Homan, participou da coletiva e disse que "não é possível ter segurança nacional sem segurança na fronteira".

O presidente americano, Donald Trump, repetiu nesta segunda-feira, 28, a narrativa sobre transformar o Canadá no 51º estado dos EUA, ao comentar sobre as eleições canadenses, que acontecem nesta segunda-feira. "Não existirá a linha artificial traçada muitos anos atrás. Vejam quão bonita esta terra poderia ser. Livre acesso SEM FRONTEIRAS", escreveu o republicano na Truth Social, acrescentando que não haveria nenhum ponto negativo, apenas positivos, em algo que estava "predestinado a acontecer".

Trump afirmou ainda que a América "não irá mais subsidiar o Canadá com bilhões de dólares por ano", como fez no passado. O presidente americano frisou que "não faz sentido ajudar a menos que o Canadá seja um Estado". Em sua publicação, ele prometeu "zero impostos ou tarifas", se o país se tornar o "querido 51º" estado.

Sobre as eleições, Trump desejou "boa sorte" para que os canadenses elejam um "homem com força e sabedoria para cortar impostos pela metade, aumentar o poder militar, de graça, para o maior nível no mundo e quadruplicar o tamanho dos negócios de carros, aço, alumínio, madeira, energia e todos os outros".

A Coreia do Norte confirmou pela primeira vez, nesta segunda-feira, 28, que enviou tropas à Rússia para apoiar a guerra contra a Ucrânia, afirmando que o ato visava ajudar o Kremlin a recuperar a região de Kursk, tomada pelas forças ucranianas em uma incursão surpresa no ano passado. O número de soldados enviados não foi informado.

O presidente Vladimir Putin agradeceu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, pelo "feito heroico" dos combatentes de seu país que lutaram pela Rússia contra as forças da Ucrânia na região russa de Kursk, que Moscou afirma ter retomado completamente - autoridades ucranianas negaram a alegação.

"Os amigos coreanos agiram por um sentimento de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou Putin em um comunicado divulgado pelo Kremlin. "Agradecemos muito e estamos sinceramente gratos, pessoalmente, ao camarada Kim Jong-un e ao povo norte-coreano", declarou.

Em janeiro, a Ucrânia informou a captura de dois soldados norte-coreanos e divulgou imagens.

A ajuda à Rússia obedece a um tratado de defesa mútua assinado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em junho de 2024, informou a Comissão Militar Central da Coreia do Norte em um comunicado divulgado pela mídia estatal.

O tratado - considerado o maior acordo de defesa entre os dois países desde o fim da Guerra Fria - exige que ambas as nações utilizem todos os meios disponíveis para fornecer assistência militar imediata caso qualquer uma delas seja atacada.

O envio tinha como objetivo "aniquilar e eliminar os ocupantes neonazistas ucranianos e libertar a região de Kursk em cooperação com as forças armadas russas", diz o comunicado citando Kim. "Aqueles que lutaram por justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria", completou o líder supremo.

Jong-un afirmou que, em breve, um monumento será erguido em Pyongyang, capital do país, para marcar os feitos de batalha da Coreia do Norte. O governo também deve tomar medidas para tratar e cuidar preferencialmente das famílias dos soldados que participaram da guerra, informou.

A declaração norte-coreana não informou quantos soldados o país enviou nem quantos morreram. Oficiais de inteligência dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Ucrânia estimam que tenham sido enviados de 10 a 12 mil soldados para a Rússia no último outono, em sua primeira participação em um grande conflito armado desde o fim da Guerra das Coreias (1950 - 1953).

Em março, o exército sul-coreano afirmou que cerca de 4 mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos nas frentes de guerra entre Rússia e Ucrânia. O exército sul-coreano também avaliou, na época, que a Coreia do Norte enviou cerca de 3 mil soldados adicionais à Rússia no início deste ano.