Queiroz diz receber 'migalhas' do clã Bolsonaro: 'Informação é o que mais tenho'

Política
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Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e considerado braço-direito do clã Bolsonaro no Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz admite, em áudios divulgados pelo portal Metrópoles, nesta quinta-feira, 23, que recebia apoio financeiro da família Bolsonaro, se queixa das "migalhas" que recebia e pressiona o clã ao afirmar ter "informações" de outros aliados que também receberiam benesses do grupo político. Os áudios foram enviadas por Queiroz ao ex-sócio de Flávio, Alexandre Santini, via WhatsApp.

Em uma das mensagens, encaminhadas no fim de 2022, Queiroz procurou Santini para pedir um "empréstimo" que seria pago posteriormente por Flávio Bolsonaro.

"Tô passando uma dificuldade muito grande, e eu tô precisando de um dinheiro, tá? Natal chegando aqui… Tô com problema financeiro mesmo, irmão. Eu vivo de fachada. Todo mundo acha que eu tenho dinheiro. Eu vivo de fachada aqui, suportando tudo. Só Deus sabe o quanto eu e minha família estamos destruídos. Não é com migalhas que me dão aí de vez em quando que resolve a minha vida, não, cara. Minha família está completamente destruída", diz Queiroz.

O PM reformado voltou a afirmar que é tratado "como um leproso" pela família Bolsonaro. Em entrevista recente à revista Veja, Queiroz afirmou que o clã o vê como um "leproso" e que são "do tipo que valorizam aqueles que os trai".

"Eu era um cara feliz, sempre tive minha correria e hoje sou um cara leproso, entendeu? Fiquei hiperconhecido e não tenho apoio. Não adianta dar dinheiro, dinheiro não resolve, tem que dar é moral, uma posição para trabalhar, para encaixar meus filhos", afirma em um dos áudios enviados a Santini.

Ao pedir dinheiro emprestado ao ex-sócio de Flávio, Queiroz diz que depois resolveria o pagamento com "o amigo lá".

"Eu tô precisando de uma grana emprestada aí e depois eu vejo com o amigo lá pra te pagar aí, cara. Eu sei que eles estão numa sinuca de bico do c... Acho que eles queriam tudo na vida, menos esses problemas que estão enfrentando com esse bandido aí voltando ao poder", em referência à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais do ano passado.

Queiroz reclama ainda que outros aliados dos Bolsonaro "estão bem, com seu salário, com sua dignidade".

"Não tem um dos que estavam na nossa época que não está bem, com seu salário, com sua dignidade. E eu, Fabrício Queiroz aqui, eu vim candidato, vim por mim mesmo, mas fiz um trabalho legal, não tive aceno de ninguém...", diz.

Em outro áudio, Queiroz reclama que um assessor de Flávio Bolsonaro, no Senado, não mandou dinheiro para a mensalidade da faculdade de uma de suas filhas.

"Pra você ter noção, minha mulher já ligou para o Victor Granado (ex-assessor de Flávio) umas três vezes, se humilhando, pedindo merreca para pagar a faculdade da filha dela. Acumula, fica seis meses, ela liga, se não (pagar), ela não pode renovar a matrícula. Eles (filhos de Jair Bolsonaro) fizeram faculdade, eles são tudo (formados em) faculdade particular, eles sabem como é que funciona isso", afirma.

Queiroz diz que sabe de esquemas da família Bolsonaro para beneficiar aliados próximos. Ele cita Victor Granado, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Ele diz que Granado conseguiu emplacar a esposa, Mariana Frassetto Granado, em cargo comissionado no gabinete do parlamentar.

"Eu não sou otário, pô, eu sei de tudo, entendeu? Aí minha mulher fica se humilhando. Eu falei assim: 'Ah, liga pra eles'. Você sabe que informação é o que eu mais tenho", diz Queiroz.

No início de dezembro de 2018, o Estadão revelou que um relatório do Coaf apontava uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz. O valor é referente ao período entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Ex-policial militar, Queiroz é amigo de longa data da família Bolsonaro e, oficialmente, trabalhava como motorista de Flávio Bolsonaro. O relatório também apontava repasse de um cheque de R$ 24 mil da conta de Queiroz destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro. O relatório foi anexado à investigação que, em novembro, levou à Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais envolvidos no esquema.

Queiroz chegou a ser preso preventivamente em junho de 2020, em Atibaia. Mas passou pouco menos de um mês na cadeia. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) lhe concedeu o direito à prisão domiciliar. Poucos meses depois, a mesma Corte lhe garantiu a liberdade. Em novembro, o STJ decidiu que a investigação só poderá continuar com uma nova denúncia.

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Mais de 20 funcionários públicos se demitiram nesta terça-feira, 25, do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), do bilionário Elon Musk, dizendo que estavam se recusando a usar seus conhecimentos técnicos para "desmantelar serviços públicos essenciais".

"Juramos servir ao povo americano e defender nosso juramento à Constituição em todas as administrações presidenciais", escreveram os 21 funcionários em uma carta de demissão conjunta, cuja cópia foi obtida pela The Associated Press. "No entanto, ficou claro que não podemos mais honrar esses compromissos."

Os funcionários também alertaram que muitos dos que foram recrutados por Musk para ajudá-lo a reduzir o tamanho do governo federal sob a administração do presidente Donald Trump eram ideólogos políticos que não tinham as habilidades ou a experiência necessárias para a tarefa. Fonte: Associated Press

As autoridades de Israel estão cogitando buscar uma extensão da primeira fase do acordo de cessar-fogo conforme as negociações para a próxima etapa continuam estagnadas, segundo a imprensa israelense citada pelo jornal britânico The Guardian e pela Reuters. A primeira fase, que foi acordada em janeiro, termina no sábado, 1º de março, o que traria a retomada das hostilidades com o Hamas na Faixa de Gaza.

De acordo com as publicações, estariam ocorrendo conversas informais dentro do governo israelense para uma extensão de 42 dias na fase atual do acordo. O objetivo seria garantir o retorno dos mais de 60 reféns israelenses restantes em Gaza enquanto os diálogos sobre um cessar-fogo prolongado e a completa retirada de Israel do enclave não avançam.

A primeira fase tratava da devolução de 33 reféns israelenses pelo Hamas em troca de mil presos palestinos, além de uma retirada parcial das forças israelenses do enclave.

Na fase seguinte, em tese, haveria a libertação dos reféns restantes - acredita-se que ainda restam 62 reféns do ataque de 7 de outubro de 2023, sendo metade deles vivos -, a retirada completa de Israel e os termos de um cessar-fogo prolongado.

As duas partes, porém, falharam em avançar nas conversas destes termos.

As tensões aumentaram depois que Israel adiou a libertação de 600 palestinos que deveriam ocorrer no sábado, a maior libertação de palestinos em um único dia. O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu exigiu garantias de que os reféns restantes serão libertados e sem uma cerimônia de exposição como ocorreu nas últimas entregas.

Nas últimas três trocas, os reféns foram colocados em cima de um palco onde exibiram "certificados de libertação" enquanto eram rodeados por terroristas do Hamas portando armas. No último sábado, quando ocorreu a última libertação de israelenses, um dos reféns beijou a cabeça de um terrorista antes de ser entregue à Cruz Vermelha.

Netanyahu exigiu o fim dessas cenas, que foram também foram condenadas pela ONU e pela Cruz Vermelha.

O atraso na libertação dos 600 palestinos lança dúvidas sobre a entrega dos últimos quatro corpos de reféns previstos nesta primeira fase que deveriam ser entregues a Israel na quinta-feira, 27.

Israel prometeu libertar os prisioneiros se o Hamas entregar os corpos sem fazer uma cerimônia com os caixões, como ocorreu a entrega dos restos mortais da família Bibas na semana passada.

O Hamas afirmou que não avançaria com as negociações para a próxima fase sem a entrega dos 600 palestinos. Mas disse estar disposto a uma extensão da fase atual em nome das trocas.

Em um comunicado nesta terça-feira, 25, Bassem Naim, um alto oficial do Hamas, disse que o grupo havia "cumprido integralmente todas as disposições dos acordos" e que a demora de Israel "coloca o acordo em risco de colapso, podendo levar à retomada da guerra".

O Egito, um dos mediadores das conversas de cessar-fogo, também se recusou a discutir uma extensão da primeira fase sem antes avançar nos termos da segunda etapa.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deveria visitar Israel esta semana, mas a viagem foi adiada devido às conversas sobre uma negociação de paz para a guerra na Ucrânia. Uma nova data ainda não foi definida, segundo os jornais israelenses./Com AP

Ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo disse nesta terça-feira, 25, que o presidente Donald Trump, após ouvir teorias, concluiu que os déficits bilaterais são ruins.

"Ele teve pessoas conversando com ele, ouviu todas as diferentes teorias e, no final, concluiu que déficits comerciais menores, bilaterais com as nações, seriam melhores para os Estados Unidos da América", disse o ex-secretário ao participar nesta terça-feira da CEO Conference, evento anual realizado pelo Banco BTG Pactual. Então ele irá nessa direção", disse Pompeo. "Não há dúvida sobre isso. Existem ideias compensatórias, certamente até dentro da administração", complementou o ex-secretário de Estado.

Para ele, Trump, durante os próximos quatro anos, irá abordar quase todos os países que tenham um déficit comercial material ou excedente comercial com os Estados Unidos, na perspectiva desse país, e procurará corrigi-lo através de alguns meios, sejam tarifas ou a redução de subsídios.

Comércio Norte-Sul

Na avaliação do ex-secretário, a criação de comércio "é realmente algo incrivelmente valioso". Ele disse ter falado sobre o comércio Norte-Sul quando era secretário, e no quanto a iniciativa faz a diferença. "Espero que o secretário Marco Rubio consiga, já que todos dizem que ele é o primeiro secretário de Estado de língua espanhola", afirmou.

Ele acrescentou que está feliz com isso, porque Rubio conhece a região e se preocupa com ela, assim como o presidente Trump.

Segundo ele, o comércio dos Estados Unidos com o México não é bom nem para um país, nem para o outro. "Espero que continue encontrando espaço para fazer o que fez nos primeiros dias. Que venha até a região, ouça, escute, envolva-se de maneira real. E então espero que possamos conseguir que o investimento do setor privado americano venha e faça parte disso. Na verdade, eu vejo isso", disse.