Senador questiona Dino com anedota de 'político que foi para o céu e acabou com fogo no rabo'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Ao questionar a 'campanha' que o ministro da Justiça Flávio Dino fez no Senado para ser aprovado na sabatina ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) recorreu à história do 'político que morreu e foi para o céu'. O parlamentar contou a anedota passo a passo citando declarações de Dino às vésperas da arguição na Comissão de Constituição e Justiça, no sentido de que 'ele não tem time', nem 'ideologia'.

Cleitinho recorreu a tal expediente para dizer que Dino 'estava em campanha'. "Daqui uns dias você está em mandato. Então queria falar, se você vai praticar mesmo o mandato, sem time, sem ideologia", desafiou.

O senador já havia indicado que votaria contra a indicação de Flávio Dino porque, segundo ele, 'o povo que o elegeu pediu para não votar' no ministro da Justiça. Apesar dessa consideração, o parlamentar disse que tinha certeza que Dino 'vai ter o nome aprovado para o STF'. "Se eu estiver mentindo, renuncio ao meu mandato", prometeu.

Ele pediu a Dino que o atendesse para falar de 'pessoas do 8 de janeiro que são inocentes' - referindo-se à turba golpista que no início do ano depredou instalações do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Cleitinho pediu 'do fundo do coração' para que Dino o ouvisse. "Quero mostrar que tem pessoas com tornozeleira que não participaram de nada, não quebraram nada, enquanto tem político que põe dinheiro na cueca, pode andar e se eleger", afirmou.

Outra sugestão do senador foi para que o ministro da Justiça indicado por Lula ao STF 'não tenha militância'.

"Se você me ajudar, eu voto em você"

O senador defendeu o 'voto auditável' e se dirigiu ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre: "Até te falo, presidente, se você colocar isso aqui (em pauta, na CCJ, a questão do voto auditável) - todo mundo sabe que ele quer ser candidato a presidente do Senado. Se tiver pra ser homem de verdade, colocar as pautas que tem que colocar, eu voto em você. Mas vê se coloca meus projetos pra votar aqui. Porque tem um ano que eu estou aqui, quase cem projetos protocolados e não anda nada. Então se você me ajudar aqui na CCJ eu voto em você."

LEIA A HISTÓRIA DO POLÍTICO QUE MORREU E FOI PARA O CÉU, SEGUNDO CLEITINHO

"O político que morreu e foi pro céu chegou lá e São Pedro falou: 'Aqui tem um protocolo, você tem que seguir ele. Você vai pro inferno um dia e depois você vai ficar um dia aqui'. Ele desceu o elevador e foi pro inferno. Chegou lá estavam os amigos dele, tudo as amante (sic), uísque, a bagunça toda. E o capeta falou: 'volta pro céu que você tem protocolo pra subir'"

"Chegou lá, São Pedro abriu a porta pra ele, estava aquela calmaria, passarinho, rede pra descansar. Chegou a hora dele decidir. São Pedro falou: 'e aí, o que você vai decidir? Vai ficar aqui ou vai pro inferno'"

"'Ô São Pedro, com toda humildade, você me desculpe, mas meus amigos estão lá no inferno, lá está todo mundo, tem uísque, aqui não tem nada', respondeu. 'Tá, então desce, mas não volta mais não', respondeu São Pedro".

"Chegou lá, um inferno danado, um fogo no rabo dele, não tinha nada disso. Ele chegou pro capeta e perguntou: 'Ô diabo desgraçado, que é isso que você está fazendo comigo aqui? Cadê o povo?'. 'Ô meu amigo meu eleitor, vossa excelência, eu estava em campanha, agora estou em mandato."

Em outra categoria

Pelo menos 68 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas após um bombardeio dos EUA à província de Saada, no Iêmen, segundo os rebeldes Houthis afirmaram nesta segunda-feira, 28. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos não comentou o caso.

Imagens transmitidas pelo canal de notícias por satélite al-Masirah, controlado pelos rebeldes, mostram corpos e feridos no local, atingido no domingo, 27. O Ministério do Interior do país afirmou que havia cerca de 115 migrantes detidos no local, uma prisão de migrantes africanos.

Na mesma noite, ataques aéreos dos EUA dirigidos à capital do Iêmen, Sanaã, mataram ao menos outras oito pessoas, segundo os Houthis.

Em comunicado divulgado também na noite do domingo, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que a "Operação Roughrider" havia "eliminado centenas de combatentes Houthis e diversos líderes", inclusive associados a programas de mísseis e drones. Nenhum nome foi revelado.

O Exército americano reconheceu ter realizado mais de 800 ataques individuais durante a campanha de um mês.

Este é o mais recente episódio em uma guerra que já dura uma década e continua fazendo vítimas entre migrantes da Etiópia e de outras nações africanas que atravessam o país em busca de uma oportunidade de trabalho na vizinha Arábia Saudita.

Investida norte-americana

Os Estados Unidos têm atacado os Houthis em resposta aos ataques do grupo contra a navegação no Mar Vermelho - uma rota comercial crucial - e também contra Israel. Eles são o último grupo militante do chamado "Eixo da Resistência" do Irã que consegue atacar regularmente Israel.

Os ataques norte-americanos estão sendo conduzidos a partir de dois porta-aviões na região: o USS Harry S. Truman, no Mar Vermelho, e o USS Carl Vinson, no Mar Arábico. Em 18 de abril, um ataque americano ao porto de combustível de Ras Isa matou pelo menos 74 pessoas e feriu outras 171, sendo o ataque mais letal já conhecido da campanha americana.

A investida ao porto foi justificada pelos EUA como forma de "destruir a capacidade do porto de Ras Isa de receber combustível, o que começará a afetar a capacidade dos Houthis não apenas de realizar operações, mas também de gerar milhões de dólares para suas atividades terroristas", informou.

Enquanto isso, os rebeldes têm intensificado o controle da informação nos territórios sob seu domínio. No domingo, 27, emitiram um aviso determinando que todos os que possuírem receptores de internet via satélite Starlink "entreguem imediatamente" os dispositivos às autoridades.

"Uma campanha de campo será implementada em coordenação com as autoridades de segurança para prender qualquer pessoa que venda, negocie, use, opere, instale ou possua esses terminais proibidos", alertaram.

Os terminais Starlink têm sido fundamentais para a Ucrânia na luta contra a invasão russa em larga escala e também foram contrabandeados para o Irã durante protestos no país. (Com agências internacionais).

O provável próximo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, demonstrou nesta segunda-feira, 28, dúvidas sobre o futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Não sabemos se a Otan continuará existindo nas próximas décadas", disse. Ao discursar no Comitê Federal da União Democrata Cristã (CDU), ele acrescentou que "teremos que passar muitos anos construindo as capacidades de defesa práticas e mentais da Alemanha".

"Estamos diante do maior desafio que as sociedades livres enfrentaram nos últimos 75 anos. Não sabemos se a aliança permanecerá como é nas próximas décadas. Por isso, precisamos priorizar corretamente: a segurança externa é condição essencial para tudo o mais - política interna, economia, meio ambiente, política social. Mas os desafios internos também são imensos", afirmou.

Para Merz, o maior desafio é a guerra na Ucrânia. "Essa guerra não é apenas contra a Ucrânia, mas contra toda a ordem política da Europa. O combate da Ucrânia contra a agressão russa é, também, a defesa da paz e da liberdade em nosso país", declarou.

O líder da CDU também ressaltou que o apoio à Ucrânia é um esforço conjunto da Europa e dos EUA. "Não somos parte do conflito, mas também não somos neutros: estamos ao lado da Ucrânia." Merz ainda afirmou que não aceitará o que chamou de "paz ditada", nem a "legitimação de conquistas territoriais militares contra a vontade da Ucrânia". "Esperamos que a Europa e os EUA mantenham essa postura no futuro."

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou que "não há indícios de qualquer ciberataque" sobre o apagão que afeta países da Europa nesta segunda-feira, 28, em especial Espanha e Portugal.

Em publicação no X, Costa afirmou que está em contato com o premiê espanhol, Pedro Sánchez, e com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, "sobre as interrupções de energia generalizadas na Espanha e em Portugal hoje". Ele informou que as operadoras de rede dos dois países estão trabalhando para encontrar a causa do problema e restaurar o fornecimento de eletricidade.

A operadora de energia da Espanha disse que o restabelecimento do fornecimento de eletricidade pode levar de 6 a 10 horas. Enquanto isso, a distribuidora de Portugal fala em "até uma semana".