Longe de SP no 2º semestre, Lula volta à Capital para ajudar Boulos a fechar chapa com Marta

Política
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A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na entrega de imóveis do Minha Casa, Minha Vida neste sábado, 16, será sua primeira agenda oficial em São Paulo desde julho, quando foi à posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Neste período em que preteriu compromissos no maior Estado do País, o presidente concentrou atividades em Brasília e no exterior. Enquanto isso, coube ao vice, Geraldo Alckmin (PSB), estar presente com frequência no território que já governou. Agora, Lula retorna também com olhos na campanha eleitoral do ano que vem, o que deve fazer com que mude a postura também em 2024.

 

Desde a última visita a São Paulo, o petista visitou 11 países de todo o mundo. Os principais compromissos foram a cúpula dos Brics na África do Sul em agosto, quando aproveitou a ida ao continente africano para visitar Angola e São Tomé; o G20, realizado na Índia em setembro, que foi seguido de uma viagem a Cuba para reunião do G-77, grupo de países em desenvolvimento, e da Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Lula também foi ao Paraguai para participar da posse do presidente Santiago Peña em agosto.

 

Mais recentemente, o presidente realizou um giro pelo Oriente Médio entre o final de novembro e o início de dezembro. Ele passou pela Arábia Saudita antes de participar da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28) em Doha, no Catar. Em seguida, viajou para os Emirados Árabes Unidos e, na volta, foi à Alemanha, onde atuou para tentar avançar no fechamento do acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia.

 

Ele e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, mantêm endereço no Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Segundo interlocutores, a ausência se deve, em parte, às cirurgias no quadril a que o petista foi submetido em julho e no fim de setembro e que lhe deixou mais de um mês em recuperação. A última delas foi realizada em setembro no Hospital Sírio Libanês, onde ele deu entrada no dia 29 daquele mês e passou quatro dias internado.

 

Na ocasião, o presidente tratou de uma artrose que lhe causava dores crônicas. Dizem eles que, antes disso, Lula sentia dores que atrapalhavam sua locomoção e, por isso, evitou viagens. Um sinal disso, segundo aliados do presidente, são as visitas de seus filhos que residem na capital a ele em Brasília. Mesmo o Natal dos Catadores, que Lula tradicionalmente comparece aos finais de ano, será realizado na capital federal neste ano, em vez de São Paulo. A presença do presidente está confirmada.

 

Aliados lembram também que os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, viajaram recorrentemente à capital paulista e representaram Lula em compromissos.

 

Mudança de postura em ano eleitoral

 

Lula deve intensificar agendas em São Paulo e em outras grandes cidades no ano que vem, quando iniciará sua peregrinação para as eleições municipais. Ele será o principal cabo eleitoral do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) na disputa à prefeitura da capital paulista contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

 

Além do compromisso governamental, Lula quer aproveitar a viagem a São Paulo neste sábado (16) para promover o encontro entre Boulos e Marta Suplicy (sem partido). O presidente articula para que a atual secretária de Relações Internacionais da administração de Nunes na Prefeitura seja a candidata vice na chapa do deputado do PSOL. A ideia é que Marta volte para o PT, sigla que deixou em 2015 após criticar casos de corrupção no partido.

 

O petista também deve atuar na campanha eleitoral do deputado estadual Fernando Ferreira (PT-SP), que disputará a Prefeitura de São Bernardo do Campo. A cidade é o berço político de Lula, que liderou greves de metalúrgicos durante a Ditadura Militar.

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".

De acordo com informações da Agência Bloomberg, todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito.

Pausa foi decidida depois de reunião com gabinete

Segundo informações do jornal Washington Post, a decisão foi tomada em uma reunião na Casa Branca nesta segunda-feira, 3, que incluiu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, a diretora de Inteligência Nacional Tulsi Gabbard e o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

A medida segue uma ordem dada na semana passada por Hegseth para que o Comando Cibernético dos EUA suspendesse as operações ofensivas de informação e cibernética contra a Rússia enquanto as negociações para encerrar a guerra estiverem em andamento.

A decisão sobre a ajuda militar ocorre no mesmo dia em que Trump afirmou durante uma entrevista coletiva que Zelenski deveria "apreciar mais" a ajuda econômica e militar que Washington forneceu a Kiev ao longo dos três anos da guerra da Ucrânia. O republicano também acusou Zelenski de não querer realizar um acordo para acabar com a guerra.

"Se uma pessoa não quer fazer um acordo, ela não vai ficar muito tempo em evidência. O povo ucraniano quer um acordo, eles sofreram mais do que qualquer um", apontou Trump.

Mais cedo, Trump voltou criticar Zelenski após o presidente ucraniano afirmar que a guerra entre Ucrânia e Rússia estava "muito longe de acabar".

Discussão

Este é mais um capitulo da polemica entre os dois líderes que começou na sexta-feira, 28, após uma discussão no Salão Oval da Casa Branca. O bate-boca foi iniciado por discordâncias envolvendo um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

O presidente ucraniano havia viajado a Washington para assinar um acordo que permitiria que os Estados Unidos explorassem terras raras da Ucrânia. Mas após a briga, o acordo foi cancelado e Zelenski foi expulso da Casa Branca.

Ajuda dos EUA a Ucrânia

Em diversas ocasiões, Trump reclamou que os EUA forneceram cerca de US$ 350 bilhões em ajuda econômica e militar à Ucrânia ao longo dos três anos de guerra, mas na realidade os números são bem mais baixos.

O valor da ajuda de Washington para a Ucrânia até agora foi de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 693 bilhões na cotação atual), segundo dados do Instituto Kiel para a Economia Mundial (IfW Kiel).

A ajuda militar fornecida por Washington consistiu em mísseis Patriot, mísseis Atacms, HIMARS (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade), munições antidrones e minas terrestres antipessoal.(Com agências internacionais)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda econômica e militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press (AP) que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O oficial apontou que todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".(Com AP)

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou no domingo, 2, que a guerra entre Rússia e Ucrânia "ainda está muito, muito longe de acabar". As declarações de Zelenski ocorreram depois de um bate-boca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, 28, sobre o futuro do conflito. O presidente ucraniano também afirmou que está confiante em uma manutenção do relacionamento entre Kiev e Washington.

"Acho que nosso relacionamento com os EUA continuará, porque é mais do que um relacionamento ocasional", disse Zelenski no domingo à noite, referindo-se ao apoio de Washington nos últimos três anos de guerra. "Acredito que a Ucrânia tem uma parceria forte o suficiente com os Estados Unidos para manter a ajuda militar e econômica", disse ele em um briefing em ucraniano.

O presidente ucraniano se mostrou otimista, apesar da briga diplomática entre países ocidentais que têm ajudado a Ucrânia com equipamentos militares e ajuda financeira. A reviravolta dos eventos é indesejável para a Ucrânia, cujo Exército está tendo dificuldade na luta contra os russos.

Zelenski participou de uma cúpula com líderes europeus em Londres no final de semana. O consenso é que a Europa terá que aumentar o seu financiamento militar e econômico a Ucrânia.

A Europa desconfia dos motivos e da estratégia de Trump para acabar o conflito. Friedrich Merz, o provável próximo chanceler da Alemanha, disse nesta segunda-feira, 3, que não acreditava que a discussão no Salão Oval fosse espontânea.

Merz apontou que assistiu à cena repetidamente. "Minha avaliação é que não foi uma reação espontânea às intervenções de Zelenski, mas aparentemente uma escalada induzida nesta reunião no Salão Oval", disse Merz. "Eu defenderia que nos preparássemos para ter que fazer muito, muito mais pela nossa própria segurança nos próximos anos e décadas", disse ele.

O político alemão afirmou que estava "surpreso" com o tom da discussão, mas que houve "uma certa continuidade no que estamos vendo de Washington no momento".

Trump rebate Zelenski

Após a declaração de Zelenski, Trump rebateu o presidente ucraniano. "Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelenski e os EUA não vão tolerar isso por muito mais tempo!", disse o presidente americano em uma publicação em sua plataforma Truth Social.

"É o que eu estava dizendo, esse cara não quer que haja Paz enquanto ele tiver o apoio dos Estados Unidos", destacou Trump. O presidente americano também afirmou que a Europa não tem capacidade de fornecer ajuda militar suficiente para dar uma chance a Kiev em sua luta contra Moscou. "A Europa, na reunião que teve com Zelenski, declarou categoricamente que não pode fazer o trabalho sem os EUA. Está não é uma grande declaração para ser feita em termos de demonstração de força contra a Rússia".

Discussão

O bate-boca entre Trump e Zelenski começou durante uma reunião aberta para a imprensa no Salão Oval na sexta-feira. O republicano cumprimentou o presidente ucraniano com um aperto de mãos antes de fazer uma piada sobre seu traje de estilo militar. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

"É incrível o que se revela por meio da emoção, e determinei que o presidente Zelenski não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele acha que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagem, quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz."

Em meio à discussão, a planejada assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e Ucrânia sobre minerais raros não aconteceu, segundo um assessor de imprensa da Casa Branca. O acordo que seria assinado permitiria que os Estados Unidos tivessem acesso recursos do subsolo ucraniano, como exigiu Trump, em compensação pela ajuda militar e financeira desembolsada nos últimos três anos.(Com AP)